Resumo: Um novo estudo com macacos rhesus revela como o cérebro regula estados semelhantes à depressão. Pesquisadores identificaram que um circuito específico, conectando o córtex pré-frontal dorsolateral (dlPFC) à rede cíngulo-estriatal, desempenha um papel crucial na regulação emocional.
Interrupções neste circuito, especialmente nas oscilações beta, estão associadas a decisões pessimistas e comportamentos semelhantes à depressão. Essas descobertas abrem caminho para terapias direcionadas ao transtorno depressivo maior.
depressão |
Principais fatos:
- O córtex pré-frontal dorsolateral regula estados semelhantes à depressão através da rede cíngulo-estriatal.
- As oscilações beta nos circuitos fronto-estriatais são cruciais para codificar decisões positivas.
- Interrupções neste circuito podem levar a decisões pessimistas, uma característica da depressão.
Compreender e tratar a depressão, uma condição mental debilitante que afeta milhões de pessoas globalmente, é uma grande prioridade para os pesquisadores em neurociência. Por exemplo, o transtorno depressivo maior (TDM) afeta cerca de 33 milhões de pessoas, o que representa até 5% da população adulta mundial.
A regulação emocional é uma função crucial do cérebro, suprimindo emoções e estados semelhantes à depressão, sendo considerada um mecanismo de defesa do TDM. No entanto, os mecanismos neurobiológicos que regulam estados semelhantes à depressão ainda são pouco claros.
Para explorar essa questão, um estudo recente liderado por Satoko Amemori e Ken-ichi Amemori, publicado na Nature Communications, investigou como circuitos cerebrais específicos regulam respostas emocionais, fornecendo novos insights sobre a base neural da depressão.
Os pesquisadores focaram no córtex pré-frontal dorsolateral (dlPFC), conhecido por seu papel na regulação das emoções. Eles examinaram como o sinal do dlPFC muda em estados semelhantes à depressão e revelaram o mecanismo de regulação da rede cíngulo-estriatal pelo dlPFC.
Elucidar os mecanismos neurais por trás do comportamento semelhante à depressão em primatas pode estabelecer bases para novas abordagens terapêuticas visando circuitos cerebrais específicos.
A pesquisa analisou a influência "de cima para baixo" do dlPFC na rede cíngulo-estriatal, uma rede cerebral associada à depressão, na regulação emocional e na tomada de decisões.
Usando técnicas de microestimulação, os pesquisadores modulavam a atividade neuronal do córtex cingulado anterior subgenual (sgACC) de macacos rhesus (Macaca mulatta), induzindo experimentalmente decisões pessimistas e estados semelhantes à depressão.
Durante esses experimentos, eles registraram potenciais de campo locais (LFPs) para analisar a influência do dlPFC na rede cíngulo-estriatal. Descobriram que a tomada de decisão pessimista induzida experimentalmente foi acompanhada por uma diminuição na influência do dlPFC nas regiões cíngulo-estriatais.
Essa descoberta sugere que a interrupção do sinal cognitivo para a emoção pode resultar em decisões pessimistas, uma marca distintiva do TDM.
Uma descoberta principal foi o papel das oscilações beta nos circuitos fronto-estriatais. As oscilações beta, associadas ao controle motor e à atenção, desempenham também um papel em funções cognitivas, como a memória de trabalho.
Neste estudo, a microestimulação eficaz do sgACC, que induziu um estado semelhante à depressão, reduziu as oscilações beta que codificam variáveis positivas relacionadas à decisão.
A redução nas oscilações beta sugere uma ligação entre a atividade no sgACC e o viés negativo na tomada de decisões, fornecendo um mecanismo potencial para o processamento de valores positivos e negativos pelo cérebro.
O estudo também explorou as interações entre áreas da rede fronto-cingulo-estriatal. Analisando fatores como coerência e causalidade de Granger, descobriram que a microestimulação do sgACC alterou essas interações, refletindo o envolvimento da rede no processo decisório.
Descobriram que a influência "de cima para baixo" do dlPFC na rede cíngulo-estriatal era codificada pela oscilação beta do LFP, e a redução dessa influência foi associada ao estado semelhante à depressão induzido experimentalmente.
Esses resultados destacam o papel crucial dessa rede na regulação emocional e na tomada de decisões, e como sua disfunção pode levar a comportamentos semelhantes à depressão.
Este estudo fornece informações valiosas sobre a base neural da depressão, destacando o papel de circuitos cerebrais específicos na regulação das respostas emocionais. O estudo criou um modelo de depressão em primatas, revelando a participação dos circuitos frontais do cíngulo na regulação do sistema límbico através de oscilações beta.
Os pesquisadores demonstraram que macacos exibem comportamentos semelhantes à depressão quando essa regulação está ausente. Ao desvendar os mecanismos subjacentes ao comportamento semelhante à depressão em primatas, essa pesquisa abre novos caminhos para desenvolver tratamentos mais eficazes para o TDM.
Continue a leitura do texto após o anúncio:
Siga-nos |
AR NEWS 24h depressão, córtex pré-frontal dorsolateral, macacos rhesus, rede cíngulo-estriatal, oscilações beta, transtorno depressivo maior, regulação emocional, tomada de decisão, neurociência, saúde mental
📙 GLOSSÁRIO:
🖥️ FONTES :
NOTA:
O AR NEWS publica artigos de várias fontes externas que expressam uma ampla gama de pontos de vista. As posições tomadas nestes artigos não são necessariamente as do AR NEWS NOTÍCIAS.
🔴Reportar uma correção ou erro de digitação e tradução :Contato ✉️