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Abscesso hepático e meningite por Klebsiella pneumoniae simulando AVC isquêmico

Síndrome invasiva por Klebsiella pneumoniae: um desafio diagnóstico


Klebsiella

Klebsiella pneumoniae como agente de meningite bacteriana na comunidade: um patógeno negligenciado

Klebsiella pneumoniae é uma bactéria gram-negativa que pode causar infecções graves em humanos. Nos últimos anos, observou-se o surgimento de uma síndrome invasiva distinta causada por cepas hipervirulentas de K. pneumoniae, principalmente em pacientes do sudeste da Ásia.

Essa síndrome invasiva é caracterizada por infecções metastáticas que se disseminam a partir de um foco primário, tipicamente um abscesso hepático. O abscesso hepático é a manifestação mais comum, mas a infecção pode se espalhar para o sistema nervoso central, olhos, articulações e outros locais. Pacientes com diabetes mellitus estão sob maior risco.

Este artigo descreve o caso de um homem de 68 anos com diabetes tipo 2 que desenvolveu abscesso hepático invasivo por K. pneumoniae, com metastatização subsequente para as meninges cerebrais, causando meningite purulenta.

O paciente apresentou-se no pronto-socorro com febre alta, hipotensão, taquicardia e sinais de choque séptico. Exames laboratoriais confirmaram leucocitose, hiperglicemia significativa, acidose metabólica e insuficiência orgânica múltipla. A tomografia computadorizada identificou um abscesso hepático volumoso.

O paciente foi tratado inicialmente com antibioticoterapia de amplo espectro e suporte hemodinâmico. No entanto, após algumas horas, ele desenvolveu alteração súbita do nível de consciência, com desvio conjugado do olhar e hemiplegia à esquerda, quadro que simulava um acidente vascular cerebral.

A punção lombar revelou meningite bacteriana purulenta. As culturas foram positivas para K. pneumoniae, confirmando o diagnóstico de abscesso hepático primário com infecção metastática nas meninges.

A patogênese da síndrome invasiva por K. pneumoniae não é totalmente esclarecida. Acredita-se que cepas hipervirulentas com fatores de virulência específicos estejam envolvidas. O genótipo K1, por exemplo, é associado a maior risco de disseminação sistêmica e complicações oftálmicas ou neurológicas.

O diabetes mellitus é o principal fator de risco, provavelmente por conferir algum grau de imunocomprometimento. Outros fatores de risco descritos incluem idade avançada, cirrose hepática, câncer e uso de corticoides ou imunossupressores. A razão para a maior prevalência em populações do sudeste asiático permanece incerta.

O abscesso hepático é a manifestação mais comum da síndrome invasiva, podendo ocorrer em até 95% dos casos em algumas séries. A dor abdominal é o sintoma mais frequente, seguido por febre e icterícia. Exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia, são essenciais para o diagnóstico.

As complicações extra-hepáticas resultam da disseminação hematogênica da infecção. Endoftalmite, meningite, abscessos cerebrais, osteomielite e artrite séptica foram descritas na literatura. O acometimento do sistema nervoso central é raro, relatado em menos de 5% dos casos.

A meningite bacteriana tipicamente causa febre, rigidez de nuca e alteração do nível de consciência. Entretanto, manifestações atípicas como hemiplegia podem ocorrer, dificultando o diagnóstico inicial.

K. pneumoniae é uma causa extremamente rara de meningite adquirida na comunidade. O diagnóstico precoce e tratamento agressivo são cruciais, uma vez que a meningite não tratada tem alta mortalidade. Líquor turvo, hipoglicorráquico, com pleocitose neutrofílica e cultura positiva confirma o diagnóstico.

O tratamento da síndrome invasiva envolve antibioticoterapia intravenosa de amplo espectro, com carbapenêmicos como primeira linha. A drenagem cirúrgica do abscesso hepático pode ser necessária. O uso de corticoides adjuntos na meningite é controverso.

O prognóstico depende da precocidade do diagnóstico e extensão da infecção. Sepse grave, choque séptico e meningite estão associados a maior mortalidade, que pode chegar a 40% dos casos. Sequelas neurológicas permanentes são comuns em sobreviventes de meningite.
Esse caso ilustra uma apresentação atípica de síndrome invasiva por K. pneumoniae, com abscesso hepático primário complicado por meningite metastática, que simulava inicialmente um acidente vascular cerebral.

O diagnóstico precoce e tratamento agressivo foram essenciais para a boa evolução clínica. K. pneumoniae deve ser considerada como possível agente etiológico em pacientes com diabetes e manifestações sistêmicas, mesmo na ausência de fatores de risco óbvios para infecção. A possibilidade de apresentações neurológicas atípicas deve ser lembrada.

Em conclusão, a síndrome invasiva por K. pneumoniae é uma condição grave, porém potencialmente tratável. O reconhecimento precoce por clínicos e um alto grau de suspeição diagnóstica são cruciais para melhorar o desfecho dos pacientes. Os avanços no entendimento da patogênese e epidemiologia de cepas hipervirulentas possibilitarão aprimorar as estratégias de prevenção e tratamento no futuro.

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