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Sururu: alimento nutritivo ou risco à saúde pública alagoana ?

Alagoas no prato: o valor inestimável do sururu e os cuidados necessários

Sururu


O sururu é um marisco de grande importância na culinária e cultura local das cidades litorâneas de Alagoas, especialmente na capital Maceió e municípios próximos. Trata-se de um molusco bivalve pertencente à espécie Mytella guayanensis, muito apreciado pelos alagoanos em diversos pratos típicos.

O consumo de sururu na região tem origens que remontam aos primeiros habitantes indígenas da costa nordestina. Tribos como Tupinambás e Caetés já coletavam o marisco em manguezais para complementar sua dieta à base de caça, pesca e frutos nativos. Posteriormente, durante a colonização, portugueses e escravos africanos também adotaram o hábito de comer sururus.

Os principais bancos de sururu em Alagoas localizam-se nas áreas entre a foz do Rio São Francisco e a Lagoa Mundaú. As cidades de Piaçabuçu, Penedo, Coruripe, Feliz Deserto, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras são os maiores produtores do molusco no estado.

A coleta ainda é feita de forma artesanal, com os marisqueiros caminhando pelas praias e manguezais durante a maré baixa. Usando os pés, eles localizam os sururus enterrados na areia ou lodo e os apanham manualmente, muitas vezes com o auxílio de um gancho de metal.

É uma atividade tradicional que emprega centenas de pessoas nas pequenas comunidades litorâneas, principalmente homens e mulheres de mais idade e baixa renda. Os sururus são vendidos para atravessadores ou direto em feiras, de onde seguem para os mercados de Maceió.

Nas casas de família ou em restaurantes da capital, o sururu é ingrediente de diversos pratos típicos, sendo consumido cru, cozido, frito ou gratinado. Entre as receitas mais populares estão o cuscuz de sururu, a paçoca de sururu, o sururu ao molho de coco, o sururu gratinado e o sururu frito.

O cuscuz de sururu leva ainda leite de coco, cebola, tomate e cheiro-verde. Já a paçoca de sururu é feita com os moluscos moídos junto à farinha de mandioca torrada. O cozido é preparado com os mariscos na própria água, temperados com salsa e pimenta.

O sururu frito é uma receita mais simples, com os moluscos salteados em óleo quente e finalizados com limão. Já o gratinado leva os sururus cozidos, misturados a leite de coco e queijo parmesão, assados com essa cobertura cremosa.

Além de saboroso e versátil na cozinha, o sururu apresenta excelentes qualidades nutricionais. Ele é rico em proteínas, Omega 3, zinco, ferro e vitaminas do complexo B. Também contém baixas taxas de gordura, o que o torna um alimento saudável e nutritivo.

Por ser de fácil coleta e abundante na região, o sururu sempre foi acessível mesmo às populações de baixa renda. Por essa razão, é um ingrediente indispensável na culinária local, muito presente no cardápio das classes populares. Sua coleta, venda e consumo movimentam a economia dos municípios litorâneos.

Além do valor gastronômico e nutricional, o sururu também é apreciado em Alagoas por seu valor cultural e social. O cultivo e preparo do molusco são tradições passadas entre gerações, um elemento de identidade regional. Coletar sururus ainda é uma atividade social, onde amigos e parentes se reúnem.
Existem lendas e causos do folclore alagoano que reforçam o valor simbólico desse fruto do mar. Uma das mais conhecidas é a lenda da menina Iara, uma sereia que teria o poder de encantar os pescadores com sua beleza e canto.

O sururu também é cantado em versos de cordel nordestinos, como os poemas "O Sururu" de Klévisson Viana e "Sururu Comendo" de Manoel Monteiro. Esses cordéis narram de forma poética o cotidiano dos marisqueiros e sua paixão pelo saboroso molusco.
casca sem o molusco


Atualmente, no entanto, a tradição do sururu enfrenta algumas ameaças em Alagoas. O despejo de esgoto nas águas costeiras e a diminuição das áreas de manguezal estão reduzindo os bancos naturais do marisco. Além disso, muitos jovens estão abandonando a atividade de coleta, prejudicando a transmissão de saberes.

As principais ameaças que o sururu enfrenta atualmente em Alagoas:


  • Despejo de esgotos domésticos nos rios e manguezais, contaminando a água onde o sururu se desenvolve.
  • Lançamento de efluentes industriais contendo metais pesados e produtos tóxicos que se acumulam nos sururus.
  • Aterros e construções irregulares em áreas de manguezal, destruindo o habitat do marisco.
  • Pesca predatória durante os períodos de defeso, não respeitando a época de reprodução.
  • Coleta excessiva pelos marisqueiros, não permitindo a reposição natural dos bancos.
  • Uso de técnicas destrutivas, como o arrastão, que danificam os bancos de sururus.
  • Desmatamento das áreas de mangue para expansão urbana e instalação de carcinicultura.
  • Assoreamento dos rios e da foz do São Francisco por carreamento de sedimentos, soterrado os sururus.
  • Derramamentos frequentes de petróleo no mar devido à extração e transporte, intoxicando os moluscos.
  • Poluição sonora de embarcações afastando os sururus dos locais afetados.
  • Proliferação de algumas microalgas tóxicas que contaminam os sururus com biotoxinas.
  • Erosão costeira pelo avanço do mar, diminuindo os bancos em áreas antes protegidas.
  • Espécies invasoras predadoras como caranguejos e lesmas, que se alimentam dos sururus.
  • Aquecimento e acidificação da água do mar devido às mudanças climáticas.
  • Falta de fiscalização efetiva dos órgãos ambientais sobre as leis de proteção.
  • Ausência de informação da população sobre os riscos do consumo de sururus contaminados.
  • Êxodo de jovens das comunidades pesqueiras, levando conhecimentos tradicionais.
  • Sobre-exploração do sururu pelo cultivo inadequado em cativeiro.
  • Concorrência com a carcinicultura, mais rentável economicamente.
  • Depleção dos bancos naturais pelo aumento na demanda por sururu nos centros urbanos.


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Manguezais em risco: coleta predatória ameaça alimento típico em Alagoas

Por sua importância econômica e significado cultural, diversas iniciativas buscam preservar essa herança alagoana. ONGs ambientalistas atuam na conservação dos manguezais e na conscientização das comunidades sobre a coleta sustentável dos sururus.

O poder público também criou leis para proteger os períodos de defeso, quando a pesca do sururu é proibida para permitir a recuperação dos bancos naturais. A ampliação das estações de tratamento de esgoto nas cidades litorâneas também é positiva para reduzir a poluição que prejudica os moluscos.
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Já existem até mesmo projetos de maricultura, com a criação comercial de sururus em cativeiro, reduzindo a pressão extrativista sobre os bancos naturais. Restaurantes locais estão resgatando antigas receitas e promovendo a gastronomia tradicional à base de sururu, atraindo turistas em busca da culinária típica alagoana.

Com iniciativas múltiplas da população, poder público e organizações da sociedade civil, as próximas gerações de alagoanos ainda poderão saborear o autêntico e saboroso sururu, ingrediente indissociável da cultura e história costeira de Alagoas.

Riscos de doenças pela ingesta do sururu

O consumo de sururu, assim como de qualquer outro fruto do mar, também apresenta alguns riscos à saúde que devem ser considerados:

  • Contaminação por metais pesados: Áreas costeiras poluídas podem contaminar os sururus com metais tóxicos como mercúrio, chumbo e cádmio, que se acumulam no organismo.
  • Contaminação bacteriana: Bactérias como a Salmonella e Escherichia coli podem estar presentes se os sururus forem expostos a águas contaminadas por esgoto. Isso causa intoxicações alimentares.
  • Presença de biotoxinas: Sururus filtragem microalgas que podem produzir toxinas prejudiciais ao ser humano, como a toxina paralisante de moluscos. Essas biotoxinas não são eliminadas com cozimento.
  • Reações alérgicas: Algumas pessoas possuem alergia específica aos frutos do mar, que pode causar reações cutâneas, respiratórias e anafilaxia ao consumir sururu.
  • Risco em grupos sensíveis: Idosos, crianças, gestantes e pessoas com sistema imunológico comprometido têm mais chances de desenvolver doenças transmitidas por sururus contaminados.

Para minimizar esses riscos, recomenda-se:


  • Consumir sururus apenas de locais não poluídos e de fontes confiáveis
  • Cozinhar bem os sururus para eliminar possíveis bactérias
  • Evitar consumo em casos de alerta de biotoxinas ou outros contaminantes
  • Pessoas alérgicas devem evitar o consumo
  • Grupos sensíveis devem ser mais cautelosos e consultar um médico
Portanto, apesar dos benefícios nutricionais, o consumo de sururu deve ser feito com atenção aos possíveis riscos à saúde.

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