Senador Eduardo Girão acusa governo Lula de tentar “ocupar” CPMI do INSS

Brasília, 18 de junho de 2025 – O senador Eduardo Girão (Novo‑CE) publicou em suas redes sociais uma forte crítica ao governo do presidente Lula, acusando a administração de buscar "ocupar" a recém-instalada CPMI do INSS — que investiga o chamado escândalo do “aposentão”, envolvendo supostos descontos indevidos em aposentadorias. 

 Em seu texto, Girão afirma que o governo Petista “não queria de jeito nenhum a instalação da mesma… agora quer ocupar com blindagem, sabotagem e boicote às necessárias investigações”. Segundo o senador, há uma tentativa de garantir à base aliada a presidência e a relatoria – um movimento que, na avaliação dele, “inviabilizaria uma investigação isenta” (trecho citado do post). 

Eduardo Girão

 🔍 Contexto da CPMI do INSS 

A CPMI foi oficialmente instaurada em 17 de junho de 2025, após leitura do requerimento pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre , com o objetivo de apurar fraudes envolvendo cerca de R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados, que afetaram aproximadamente 4,1 milhões de aposentados entre 2019 e 2024, com maior concentração após o retorno de Lula ao Planalto em 2023. Até o momento, a comissão ainda não definiu oficialmente quem serão o presidente e o relator — decisões que giram no centro da disputa política que motivou a crítica de Girão .

                    Eduardo  Girão

 ⚖️ O tom da acusação Girão associa a manobra governista à estratégia já usada em comissões como a CPI do 8 de janeiro, dizendo haver uma tentativa de “sequestro” das investigações favoráveis ao governo — reproduzindo narrativa recorrente em outras ocasiões, quando apontou uso político das CPIs . Ele alerta para uma “blindagem total” se o governo controlar os postos-chave da comissão.

 🌐 Reação e resposta

 • Oposição 

Aliados de Girão argumentam que a escolha da presidência e relatoria por representantes da base aliada pode comprometer a independência da CPMI. Pressionam para que, mesmo havendo controle governista, os nomes designados garantam a investigação dos responsáveis — incluindo possíveis relações com sindicatos e entidades envolvidas nos descontos.

 • Governo 

Até o momento, assessores do Planalto sustentam que têm direito à influência na escolha dos cargos pela maioria eleitoral dos partidos aliados, reforçando que isso não inviabiliza a CPI, mas apenas assegura participação. Alegam ainda que já houve medidas de contenção — como bloqueio de R$ 2,8 bilhões em bens de envolvidos e operações como a “Sem Desconto” realizada em abril — e que a CPMI deve ‘complementar’ à investigação em curso pelo TCU e PF. 

 🧭 Próximos dias decisivos

 A nomeação do presidente e do relator da CPMI deve ocorrer nos próximos dias, pois só após isso será geralmente que a comissão iniciará seus trabalhos, possivelmente a partir de agosto de 2025. O foco central será entender quem autorizou os descontos — se houve participação de servidores, sindicatos, assessores do governo ou entidades associativas — e por que as fraudes continuaram mesmo após alertas da CGU e do TCU em 2023 .

 📝 Conclusão

 A postagem de Eduardo Girão reforça o clima de disputa institucional em torno da CPMI do INSS, destacando a tensão entre a tentativa do governo de articular cargos estratégicos na comissão e o receio de setores da oposição de que isso comprometa a investigação. A atenção agora se volta para os escolhidos para presidir a CPMI e dar andamento aos trabalhos sem interferência política.

✍️ Autor: AR NEWS |  📅 Publicado em:18/06/2025

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