O governo armênio reportou um êxodo étnico quase total em Nagorno-Karabakh após a ofensiva do Azerbaijão e a ordem de desarmamento dos militantes da região separatista. Segundo Nazeli Baghdasaryan, porta-voz do primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, mais de 100.000 pessoas fugiram de Nagorno-Karabakh para a Armênia desde o ataque. Antes do conflito, a região tinha uma população de cerca de 120.000 habitantes.
Uma mulher de etnia armênia com seus pertences no campo de Goris (Vasily Krestyaninov/AP) |
A travessia da ponte Hakari, que conecta a Armênia a Nagorno-Karabakh, testemunhou a passagem de 21.043 veículos desde o início do conflito. A situação tornou-se particularmente crítica devido ao congestionamento da sinuosa estrada de montanha, a única rota para a Armênia.
O êxodo de mais de 80% da população de Nagorno-Karabakh levanta questões sobre o futuro da região, agora sob controle do Azerbaijão. O governo separatista de etnia armênia de Nagorno-Karabakh anunciou sua dissolução até o final do ano, encerrando uma tentativa de independência que durou três décadas.
Nikol Pashinyan alegou que o êxodo representou "um ato direto de limpeza étnica e privação das pessoas de sua pátria". Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão rejeitou as alegações, afirmando que a migração em massa foi uma decisão pessoal dos residentes e não uma deslocalização forçada.
A região de Nagorno-Karabakh, marcada por décadas de conflito entre Azerbaijão e forças separatistas apoiadas pela Armênia, está agora em um estado de transição, com negociações em andamento para sua "reintegração" ao Azerbaijão. Este cenário continua a gerar preocupações sobre os direitos e segurança dos armênios étnicos na região, levando muitos a fugirem devido à falta de confiança nas autoridades do Azerbaijão em preservar seus direitos linguísticos, religiosos e culturais.
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