Modelo molecular de rinovírus, o vírus que causa resfriado comum e rinite |
A asma é uma enfermidade prevalente e diversificada, afetando inúmeros indivíduos globalmente. Enquanto muitos enfrentam versões leves, alguns sofrem de casos graves, marcados por recorrentes exacerbações ao longo da vida. Estas crises podem, em alguns casos, ser mitigadas por medicações, mas em situações extremas, tornam-se fatais. Assim, é imperativo investigar e, sempre que possível, prevenir as raízes dessas exacerbações asmáticas. Um conjunto diversificado de elementos contribui para essas crises, manifestando-se através de tosse, opressão no peito, sibilância e dificuldade respiratória. Infecções virais respiratórias desempenham um papel fundamental na patogênese da asma, estando correlacionadas com tais surtos.
Estudos clínicos revelaram que, em 70% dos casos de exacerbação asmática em adultos, foram detectadas infecções virais ou bacterianas. Além disso, aproximadamente 45% das incidências de asma em adultos surgem após infecções agudas das vias respiratórias superiores ou inferiores. Pesquisas prospectivas, abrangendo vastos grupos populacionais, confirmam a associação entre infecções e o desenvolvimento de asma. Indivíduos com histórico de asma enfrentam riscos significativamente elevados de contrair infecções e pneumonia, enquanto aqueles sem histórico de tabagismo também estão em perigo.
Diversos patógenos, notavelmente o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus (RV), estão ligados ao aparecimento tardio da asma e agravamento dos sintomas. O VSR, em particular, afeta as células epiteliais nasais, desencadeando respostas imunes dominadas pelo tipo 2 (T2), caracterizadas por eosinofilia e inflamação. Recentemente, a aprovação de vacinas específicas para o VSR representa um marco significativo, proporcionando um meio eficaz de proteção contra infecções respiratórias inferiores.
O rinovírus, parte da família Picornaviridae, demonstra forte correlação com exacerbações asmáticas. Sua capacidade de infectar células ciliadas e outras células nasais está intimamente ligada à regulação positiva da molécula de adesão intercelular-1 (ICAM-1). Em asmáticos, a ICAM-1 é sobreexpressa, aumentando sua suscetibilidade ao RV. Além disso, estudos indicam que a infecção por RV está associada à produção de citocinas pró-inflamatórias, intensificando a inflamação nas vias aéreas.
Os vírus parainfluenza e influenza também desempenham papéis proeminentes nas exacerbações da asma. A asma, enquanto comorbidade, aumenta a gravidade das infecções pelo vírus da influenza. Analogamente, o metapneumovírus humano (MPV), uma variante do VSR, compartilha sintomas comuns, incluindo sibilância e pneumonia. Durante a pandemia de COVID-19, as preocupações sobre asmáticos tornarem-se mais suscetíveis ao SARS-CoV-2 não foram completamente substanciadas. Embora o receptor da enzima conversora de angiotensina (ECA-2) seja crucial para a entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas, os asmáticos podem, devido à regulação negativa dos receptores ECA-2 pelos corticosteroides inalados, apresentar menor susceptibilidade à infecção.
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É amplamente discutido na literatura científica que os asmáticos, devido às suas exposições recorrentes a alérgenos e vírus, desenvolvem uma peculiar "tolerância imunológica". Esta adaptação do sistema imunológico pode, de fato, atenuar a resposta inflamatória do corpo à infecção pelo SARS-COV-2. Este fenômeno intrigante pode ser atribuído às lesões frequentes nas vias aéreas dos asmáticos, um resultado direto de sua condição. Essas lesões agem como uma barreira protetora, impedindo a invasão viral de maneira eficaz. Estudos em camundongos com superexpressão de MUC5AC, uma substância presente no muco, demonstraram que o vírus influenza teve uma carga viral significativamente menor nas vias aéreas desses animais em comparação com seus equivalentes com expressão normal de muco.
Além disso, a relação entre infecções virais e asma é uma teia intricada de fatores genéticos e ambientais. A exposição precoce a certos tipos de infecções virais na infância pode predispor uma pessoa ao desenvolvimento posterior da asma. As células T auxiliares tipo 2 (Th2), que são dominantes em asmáticos, podem ser menos eficazes na eliminação viral devido ao aumento de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13. Em contraste, asmáticos podem exibir respostas antivirais deficientes, permitindo que os vírus se espalhem para as vias aéreas inferiores, predispondo a respostas constritivas exageradas.
Um ponto fascinante a considerar é a influência das superinfecções bacterianas no contexto da asma. Patógenos atípicos como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae, juntamente com bactérias comuns como S. pneumoniae e H. influenzae, podem agravar o estado clínico dos asmáticos, aumentando tanto o risco quanto a gravidade das exacerbações. É crucial para os médicos, especialmente em ambientes hospitalares, permanecerem atentos a essas possibilidades e tratarem as infecções bacterianas sobrepostas de maneira diligente.
Considerando todas essas nuances complexas, é evidente que a interseção entre infecções virais e asma é multifacetada e está longe de ser completamente compreendida. O papel das respostas imunes, a suscetibilidade genética e os fatores ambientais entrelaçam-se em um intricado emaranhado que define o curso e a gravidade da asma em resposta a infecções virais. Estudos contínuos e aprofundados são essenciais para desvendar os mistérios desta interação complexa, oferecendo insights valiosos para o manejo clínico eficaz da asma em pacientes afetados por infecções virais.
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Sem dúvida, a gravidade das exacerbações na asma é meticulosamente avaliada através de medidas seriadas do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e do pico de fluxo expiratório (PFE). Valores de PFE inferiores a 50% do valor melhor ou previsto do paciente indicam uma forma aguda grave da condição. Clinicamente, pacientes em meio a uma exacerbação intensa de asma encontram-se incapazes de concluir frases e preferem permanecer inclinados para frente. Além disso, podem apresentar agitação, respiração rápida (>30 respirações/minuto), uso de músculos acessórios, taquicardia (>110 batimentos/minuto) e níveis de oxigênio no sangue reduzidos (<90%) na ausência de oxigenoterapia.
Nas situações de asma já estabelecida, as infecções virais frequentemente desencadeiam exacerbações. No ambiente pediátrico, as infecções virais do trato respiratório superior são responsáveis por 80-85% das exacerbações da asma. Em adultos, as taxas de detecção viral variam, mas continuam sendo o principal gatilho para crises agudas. Estudos apontam o rinovírus como o agente mais comum desencadeador da asma. Notavelmente, a internação por exacerbações da asma é mais provável em pacientes que apresentam sensibilização alérgica, exposição atual a níveis elevados de alérgenos e infecção viral concomitante. A hiperresponsividade das vias aéreas inferiores pode ser atribuída à resposta deficiente do interferon-beta (IFN-β) à infecção viral.
A interação complexa entre vírus e hospedeiro em asmáticos é caracterizada por uma imunidade comprometida, devido à destruição do epitélio e das junções apertadas, aumento da morte celular e resposta Th1 deficiente, combinados com maior entrada viral devido ao aumento da expressão de receptores virais e produção de citocinas pró-inflamatórias. Estudos detalharam que os subtipos de rinovírus (RV-A, RV-B e RV-C) se ligam ao epitélio brônquico através de receptores específicos, incluindo proteína de adesão intercelular 1 (ICAM-1), receptores de lipoproteína de baixa densidade (LDLR) e receptores relacionados à caderina membro da família 3 (CDHR3), enquanto o vírus sincicial respiratório (RSV) se conecta ao CX3CR1.
Em situações de exacerbação grave, análises sanguíneas podem revelar elevação de neutrófilos e eosinófilos, que podem servir como biomarcadores para doença grave e prognóstico desfavorável. Adicionalmente, a presença de neutrófilos nas vias aéreas está correlacionada com uma maior hiperresponsividade brônquica, independentemente do número de eosinófilos.
Durante crises graves de asma, ocorrem sérias disfunções nas trocas gasosas. A hipoxemia surge principalmente devido a desequilíbrios na ventilação e perfusão (V/Q) e, em estágios avançados, a hipercapnia pode surgir devido à fadiga muscular respiratória e hipoventilação alveolar. O broncoespasmo intenso leva ao aumento da resistência das vias aéreas, resultando em redução do fluxo aéreo e fechamento precoce das vias aéreas. O fechamento prematuro das pequenas vias aéreas causa hiperinsuflação dinâmica, aprisionamento de ar e aumento do esforço respiratório. Se o paciente não responder ao tratamento, os músculos acessórios são recrutados para auxiliar na respiração, intensificando a insuficiência respiratória e podendo até levar à parada respiratória.
Outro fator crítico é a instabilidade hemodinâmica, resultante das elevadas pressões intratorácicas. Estas pressões reduzem a pré-carga e aumentam a pós-carga do ventrículo direito. A instabilidade hemodinâmica, junto com a hiperinsuflação dinâmica, pode resultar em um paciente sonolento, com sons respiratórios diminuídos ou ausentes, indicativos iminentes de parada respiratória. Dessa forma, a identificação e o tratamento imediato de exacerbações graves de asma são essenciais, pois podem mitigar significativamente a morbidade e a mortalidade associadas.
Em relação às exacerbações virais da asma, as opções de tratamento atuais baseiam-se principalmente em broncodilatadores e corticosteroides, administrados tanto oralmente quanto por inalação. Os corticosteroides inalados (CI) agem relaxando as vias aéreas e reduzindo a inflamação, enquanto os agonistas beta-2-adrenérgicos de longa ação (LABA) inibem a produção de quimiocinas envolvidas na inflamação viral. A combinação de LABA (salmeterol e formoterol) com CI (fluticasona e budesonida) interrompe a inflamação e o remodelamento causados pelo vírus, potencialmente prevenindo futuras exacerbações.
Corticosteroides orais (CO) oferecem uma eficácia anti-inflamatória mais sistêmica durante crises agudas. Reduzem significativamente o risco de recaída e de hospitalização em comparação com os beta-2-agonistas. Contudo, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado, pois mesmo tratamentos curtos com CO podem ter efeitos adversos significativos. Estes medicamentos devem ser reservados para exacerbações graves, enquanto opções terapêuticas poupadoras de esteroides são preferíveis para exacerbações leves a moderadas.
Assim, a gestão eficaz das exacerbações virais da asma requer uma abordagem holística, considerando a complexidade da resposta imunológica e das interações vírus-hospedeiro. Somente através de uma compreensão profunda desses mecanismos podemos desenvolver estratégias terapêuticas mais precisas e direcionadas para melhorar os resultados clínicos desses pacientes vulneráveis.
Exacerbações Virais na Asma: Uma Perspectiva Profunda
A avaliação da gravidade das exacerbações de asma é uma tarefa meticulosa, fundamentada em medidas detalhadas do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e no pico de fluxo expiratório (PFE). Valores de PFE inferiores a 50% do valor melhor ou previsto do paciente indicam uma forma aguda grave da condição. Clinicamente, a severidade das exacerbações é evidenciada pela incapacidade dos pacientes em completar frases, preferindo permanecer inclinados para frente. Além disso, eles podem manifestar agitação, taquicardia, respiração rápida (>30 respirações/minuto), uso de músculos acessórios e níveis de oxigênio no sangue abaixo de 90% na ausência de oxigenoterapia.
Em asmáticos já diagnosticados, as infecções virais frequentemente precipitam exacerbações. Em crianças, infecções virais do trato respiratório superior são responsáveis por 80-85% das crises asmáticas. Em adultos, as taxas de detecção variam, mas os vírus continuam sendo os principais desencadeadores das exacerbações. O rinovírus é consistentemente identificado como o agente mais comum desencadeador de crises. Notavelmente, a internação é mais provável quando há sensibilização alérgica, exposição a alérgenos e infecção viral simultâneas. A hiperresponsividade das vias aéreas é atribuída à resposta deficiente do interferon-beta (IFN-β) à infecção viral.
A complexa interação vírus-hospedeiro em asmáticos é caracterizada por imunidade comprometida, devido à destruição do epitélio e das junções apertadas, morte celular aumentada e resposta Th1 deficiente. Além disso, a entrada viral é aumentada devido à expressão elevada de receptores virais e produção de citocinas pró-inflamatórias. O rinovírus (RV) adere ao epitélio brônquico por meio de receptores como proteína de adesão intercelular 1 (ICAM-1), receptores de lipoproteína de baixa densidade (LDLR) e CDHR3, enquanto o vírus sincicial respiratório (RSV) se liga ao CX3CR1.
Em crises graves de asma, análises sanguíneas revelam elevação de neutrófilos e eosinófilos, servindo como biomarcadores para doença grave e prognóstico desfavorável. Adicionalmente, a presença de neutrófilos nas vias aéreas está correlacionada com maior hiperresponsividade brônquica, independentemente do número de eosinófilos.
Durante crises graves, ocorrem sérias disfunções nas trocas gasosas. A hipoxemia ocorre devido a desequilíbrios na ventilação e perfusão (V/Q), enquanto a hipercapnia pode surgir devido à fadiga muscular respiratória e hipoventilação alveolar. O broncoespasmo intenso leva ao aumento da resistência das vias aéreas, resultando em redução do fluxo aéreo e fechamento precoce das vias aéreas. O fechamento prematuro das pequenas vias aéreas causa hiperinsuflação dinâmica, aprisionamento de ar e aumento do esforço respiratório. Se o paciente não responder ao tratamento, músculos acessórios são recrutados, intensificando a insuficiência respiratória e potencialmente levando à parada respiratória.
A instabilidade hemodinâmica, resultante de elevadas pressões intratorácicas, é outro desafio. Essas pressões reduzem a pré-carga e aumentam a pós-carga do ventrículo direito. A instabilidade hemodinâmica, combinada com a hiperinsuflação dinâmica, pode deixar o paciente sonolento, com sons respiratórios diminuídos ou ausentes, indicativos iminentes de parada respiratória. Assim, a identificação e o tratamento imediato de exacerbações graves de asma são essenciais, reduzindo significativamente a morbidade e a mortalidade associadas.
No contexto das exacerbações virais da asma, as opções terapêuticas atuais se baseiam em broncodilatadores e corticosteroides, administrados tanto oralmente quanto por inalação. Os corticosteroides inalados (CI) relaxam as vias aéreas e reduzem a inflamação, enquanto os agonistas beta-2-adrenérgicos de longa ação (LABA) inibem a produção de quimiocinas envolvidas na inflamação viral. A combinação de LABA (salmeterol e formoterol) com CI (fluticasona e budesonida) interrompe a inflamação e o remodelamento causados pelo vírus, potencialmente prevenindo futuras exacerbações.
Os corticosteroides orais (CO) oferecem uma eficácia anti-inflamatória mais sistêmica durante crises agudas. Reduzem significativamente o risco de recaída e hospitalização em comparação com os beta-2-agonistas. Contudo, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado, pois mesmo tratamentos curtos com CO podem ter efeitos adversos significativos. Portanto, esses medicamentos devem ser reservados para exacerbações graves, enquanto opções terapêuticas poupadoras de esteroides são preferíveis para exacerbações leves a moderadas.
Conclusões e Considerações Finais:
A gestão eficaz das exacerbações virais da asma é essencial para reduzir a morbidade e a mortalidade associadas a essa condição crônica. Infecções virais, especialmente aquelas causadas por vírus como o VSR e o RV, são desencadeadores comuns de exacerbações asmáticas em crianças e adultos. Compreender os mecanismos subjacentes às exacerbações virais é crucial para desenvolver estratégias terapêuticas mais precisas e direcionadas.
Atualmente, os tratamentos para as exacerbações virais da asma se baseiam principalmente em broncodilatadores e corticosteroides, tanto por via oral quanto inalatória. Além disso, várias classes de medicamentos, como antagonistas dos receptores muscarínicos de ação prolongada (LAMA), inibidores da fosfodiesterase (PDE), antagonistas dos receptores de leucotrienos e anticorpos monoclonais direcionados às interleucinas, mostraram-se benéficos para pacientes com exacerbações graves de asma. No entanto, a resposta ao tratamento pode variar entre os indivíduos, destacando a necessidade de abordagens personalizadas.
Os produtos biológicos aprovados para o tratamento da asma grave, incluindo anticorpos monoclonais anti-IL-5, anti-IL-4/IL-13, anti-IL-17RB, anti-IL-33 e anti-TSLP, têm demonstrado eficácia na redução das exacerbações asmáticas, incluindo aquelas induzidas por vírus. Esses agentes trabalham modificando as vias imunológicas envolvidas na resposta inflamatória tipo 2, reduzindo assim a gravidade e a frequência das exacerbações. Além disso, a terapia anti-IgE com omalizumab mostrou-se promissora, não apenas na redução das exacerbações, mas também no aumento da imunidade antiviral, oferecendo uma abordagem inovadora e eficaz.
Apesar dos avanços significativos no tratamento da asma, ainda há desafios a serem enfrentados. A pesquisa contínua nos campos da imunologia, virologia e farmacologia é fundamental para identificar novos alvos terapêuticos e desenvolver tratamentos mais eficazes e seguros. Além disso, a personalização do tratamento com base nos perfis imunológicos e virais dos pacientes pode melhorar ainda mais os resultados clínicos.
Em última análise, a abordagem multidisciplinar, que integra a pesquisa científica contínua com a prática clínica, é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes asmáticos, prevenindo e gerenciando eficazmente as exacerbações virais da asma.
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