Estados Unidos: Procurador-geral Merrick Garland designa advogado especial para conduzir investigação envolvendo Hunter Biden.
O Procurador-geral Merrick Garland anunciou na sexta-feira que indicou um conselheiro especial para liderar a investigação relacionada a Hunter Biden, intensificando a averiguação sobre o filho do presidente antes das eleições de 2024. O advogado dos EUA nomeado por Trump, que estava encarregado da investigação envolvendo Hunter Biden, agora recebeu o título de conselheiro especial, de acordo com informações da CNN. Esse desenvolvimento ocorre após as negociações entre o Departamento de Justiça dos EUA e Hunter Biden não terem obtido êxito. O promotor David Weiss solicitou ao Procurador-geral Merrick Garland essa nova autoridade, à medida que as conversas sobre um acordo para resolver acusações fiscais e relacionadas a armas desmoronaram, tornando um julgamento agora provável.
A decisão de Garland confere a Weiss poderes mais amplos do que os de um procurador comum, colocando os EUA em território inexplorado, com três advogados especiais do Departamento de Justiça investigando simultaneamente o presidente em exercício, seu filho e o ex-presidente. A investigação parecia ter chegado ao fim quando um acordo judicial foi anunciado em junho. De acordo com o acordo, Hunter Biden planejava se declarar culpado de duas infrações fiscais e, em troca, os promotores retirariam uma acusação separada relacionada a armas em dois anos, desde que ele mantivesse uma conduta legal e fosse aprovado em um teste de drogas. Adicionalmente, os promotores federais concordaram em recomendar liberdade condicional e evitar tempo de prisão para Hunter Biden.
No entanto, o Partido Republicano criticou o acordo judicial, acusando Weiss de proporcionar tratamento preferencial ao filho do presidente dos Estados Unidos. Durante a audiência em junho, o acordo quase se desfez sob o escrutínio do juiz federal responsável pelo caso. A juíza distrital Maryellen Noreika classificou os acordos complexos para resolver as acusações fiscais e relacionadas a armas como confusos, pouco diretos, atípicos e sem precedentes.
Recentemente, David Weiss declarou que as negociações não obtiveram sucesso, escrevendo: "Após a audiência, as partes continuaram a negociar, porém chegaram a um impasse. Portanto, um julgamento é necessário". Com a nomeação de Weiss como conselheiro especial, Garland concede a ele maior autonomia em iniciar um processo jurídico sem precedentes contra o filho do atual presidente dos EUA. Enquanto os legisladores republicanos afirmam que o Departamento de Justiça está politizado, essa decisão de Garland isola Weiss do controle cotidiano do departamento.
Weiss e os promotores solicitaram a um juiz na sexta-feira que rejeitasse as acusações fiscais que foram protocoladas no tribunal federal de Delaware como parte do acordo judicial, devido à antecipação de possíveis acusações fiscais futuras na Califórnia ou em Washington, DC. Anteriormente, havia sido acordado que o processo judicial seria tratado no tribunal federal de Delaware, mas os promotores argumentaram que esse local não é mais apropriado devido à inexistência do acordo judicial.
Na sexta-feira, Merrick Garland explicou que "circunstâncias excepcionais" que cercam a investigação criminal federal envolvendo Hunter Biden motivaram sua decisão de conceder o título de procurador especial ao principal promotor da investigação. A ordem de nomeação de Garland estabelece que Weiss está autorizado a conduzir a "investigação em andamento... bem como quaisquer questões que surjam dessa investigação ou possam surgir", à medida que a investigação prossegue. Merrick Garland afirmou que Weiss continuará a exercer suas funções como procurador dos EUA para o distrito de Delaware, mesmo assumindo essa nova responsabilidade como conselheiro especial. Ele também observou que Weiss, nessa função, estará isento da supervisão diária de qualquer funcionário do departamento.
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