Gangue mata 10 em repressão a protesto religioso no Haiti -vídeo

Haiti: vários deslocados por ataques de gangues perto de bairros ricos

Tiroteio em manifestação deixa mortos em subúrbio de Porto Príncipe

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Grupos armados disparam contra protesto e matam fiéis no Haiti

Pelo menos 10 pessoas foram mortas no Haiti no sábado, de acordo com o grupo de direitos humanos local CARDH, após uma gangue que controla um subúrbio ao norte de Porto Príncipe abrir fogo com metralhadoras contra um protesto organizado por um líder da igreja cristã. A mídia local informou que o número de mortos pode ser ainda maior, e o diretor do CARDH, Gedeon Jean, disse que várias pessoas também ficaram feridas e algumas foram sequestradas.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram cerca de 100 pessoas, muitas vestindo camisas amarelas associadas ao grupo religioso do pastor Marco, marchando no subúrbio de Canaã. Alguns carregavam paus e facões. Vídeos não verificados mostram pessoas sendo baleadas na rua e corpos caídos no chão. Pessoas que pareciam ser reféns diziam achar que a marcha era pacífica e não tinham ideia de que era um ataque à gangue.

Haiti: gangue atira em manifestação e mata ao menos 10 pessoas

VÍDEO

Muitos haitianos têm se juntado a grupos civis de autodefesa conhecidos como "Bwa Kale", um movimento que gerou esperança, mas também provocou retaliações contra civis e preocupações de que os grupos estejam estimulando mais violência.

O Haiti passa por uma grave crise de sequestros e violência de gangues. O controle das gangues sobre áreas da capital e arredores levou a protestos em massa exigindo a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry. A deterioração econômica e política fez com que milhares de pessoas tentassem fugir do país rumo aos EUA.

Especialistas dizem que a violência é consequência da pobreza endêmica e instabilidade política contínua desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021. Grupos criminosos disputam o controle de territórios, estrangulando o suprimento de combustível e bens básicos.

A ação violenta da gangue contra o protesto no sábado exacerbou o clima de medo e tensão. Mostra o descontrole da situação e a disposição dos grupos armados em reprimir qualquer oposição, mesmo que de origem religiosa. A impunidade estimula novas ações, enquanto a população se vê refém da criminalidade e sem proteção do Estado.

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