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Compreendendo as principais doenças neurológicas incapacitantes

Introdução

As doenças neurológicas constituem um grupo diverso de condições que afetam o sistema nervoso central e periférico. Quando estas doenças causam incapacidade significativa nas funções motoras, sensoriais ou cognitivas, podem ser consideradas doenças neurológicas debilitantes. Algumas das doenças neurológicas mais comuns que causam incapacidade incluem acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, epilepsia, esclerose lateral amiotrófica e demência.

A prevalência de doenças neurológicas está aumentando à medida que a população envelhece. Estima-se que cerca de 6,5% a 7,5% de pessoas em todo o mundo sofrem de incapacidade neurológica. A incidência também está aumentando em países de baixa e média renda devido ao envelhecimento populacional, urbanização e mudanças nos fatores de risco.

As doenças neurológicas têm um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e representam uma das principais causas de incapacidade e morte prematura em todo o mundo. Elas também impõem um fardo econômico significativo aos sistemas de saúde e à sociedade. Portanto, é vital que haja mais conscientização, pesquisa e recursos dedicados à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas debilitantes.

Neste artigo, discutiremos algumas das doenças neurológicas debilitantes mais comuns, seus sintomas, causas, opções de tratamento e perspectivas de pesquisa.
Doenças neurológicas debilitantes



Acidente Vascular Cerebral


O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, privando o tecido cerebral de nutrientes e oxigênio. Isso pode ser causado por um bloqueio (AVC isquêmico) ou rompimento (AVC hemorrágico) de um vaso sanguíneo no cérebro.

O AVC é a segunda causa de morte mais comum e a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Cerca de 13 milhões de AVCs ocorrem globalmente a cada ano, resultando em 5,5 milhões de mortes.

Os sintomas de AVC dependem da região do cérebro afetada, mas incluem entorpecimento ou fraqueza súbitos na face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão; dificuldade para falar ou compreender a fala; problemas de visão; tontura; perda de equilíbrio e coordenação.

Os fatores de risco para AVC incluem hipertensão, diabetes, fumo, obesidade, inatividade física, dieta não saudável, além de idade avançada e histórico familiar. O tratamento depende do tipo de AVC, mas geralmente envolve medicamentos para dissolver coágulos, reduzir o inchaço cerebral e prevenir novos coágulos. A reabilitação precoce é crucial para ajudar os pacientes a recuperar a função.

Contudo, muitos sobreviventes de AVC ficam com deficiências de longo prazo, como paralisia ou perda de sensibilidade em um lado do corpo, dificuldade de fala, problemas de memória e raciocínio, incontinência, dor crônica, depressão ou mudanças de humor. Isso afeta significativamente sua qualidade de vida e capacidade de trabalho. Portanto, melhorar a reabilitação e apoio a longo prazo é uma área importante de pesquisa.

Esclerose Múltipla


A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica que afeta o sistema nervoso central. Ocorre quando o sistema imunológico ataca a bainha de mielina que envolve e protege as fibras nervosas no cérebro e medula espinhal. Isso leva a danos na mielina e interferência na condução dos impulsos elétricos pelos nervos.

Cerca de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Os sintomas variam amplamente, mas geralmente incluem fadiga extrema, problemas de visão, fraqueza muscular, espasmos, perda de coordenação e equilíbrio, além de alterações de humor e cognitivas. Os sintomas pioram periodicamente em surtos, alternando com períodos de remissão parcial.

A causa exata da EM ainda é desconhecida, mas ela parece ser desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Não existe cura, mas medicamentos modificadores da doença podem ajudar a reduzir a gravidade e frequência dos surtos. Fisioterapia, terapia ocupacional e modificações no estilo de vida também ajudam os pacientes a se adaptarem e gerenciarem os sintomas.

Com o tempo, muitos pacientes com EM desenvolvem algum grau de incapacidade física e cognitiva permanente. A fadiga é particularmente debilitante e afeta cerca de 80% dos pacientes. A EM pode eventualmente levar à perda de mobilidade sem ajuda de dispositivos e à necessidade de cuidados de longo prazo. A pesquisa está buscando tratamentos mais eficazes que possam prevenir, reverter ou retardar a progressão da doença.

Doença de Parkinson


A doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa progressiva causada pela morte de neurônios produtores de dopamina no cérebro. Ela afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois do Alzheimer.

Os sinais motores clássicos da DP incluem tremor em repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos (bradicinesia) e instabilidade postural. Conforme a doença progride, a perda de controle motor e muscular torna tarefas simples e automáticas muito difíceis. Outros sintomas incluem depressão, distúrbios do sono, déficits cognitivos e demência em estágios avançados.

A DP é causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas a etiologia exata ainda é desconhecida. Não existe cura, mas os sintomas motores podem ser significativamente melhorados com medicamentos dopaminérgicos como a levodopa. Contudo, esses medicamentos se tornam menos efetivos ao longo do tempo.

A progressão da DP leva a incapacidade motora grave depois de 10-15 anos para a maioria dos pacientes. Muitos eventualmente ficam confinados à cama ou cadeira de rodas, perdendo independência. A terapia física, ocupacional e da fala pode ajudar a manter a qualidade de vida. Novas terapias que desacelerem a progressão da doença ou protejam os neurônios são áreas promissoras de pesquisa.

Epilepsia


A epilepsia é um distúrbio cerebral crônico caracterizado por convulsões recorrentes. Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo tenham epilepsia, tornando-a uma das doenças neurológicas mais comuns.

As convulsões são causadas por descargas elétricas excessivas e sincronizadas dos neurônios cerebrais. Elas podem variar desde breves lapsos de atenção até convulsões tônico-clônicas graves com espasmos incontroláveis de todo o corpo. Os diferentes tipos de convulsão dependem de onde ocorre a atividade anormal no cérebro.

Embora as causas exatas sejam desconhecidas na maioria dos adultos com epilepsia, fatores como trauma craniano, acidente vascular cerebral, infecções e tumores cerebrais podem estar envolvidos. Em crianças, defeitos genéticos e distúrbios do desenvolvimento também desempenham um papel.

Os medicamentos anticonvulsivantes são eficazes para controlar as convulsões na maioria dos epilépticos. No entanto, cerca de 30% desenvolvem epilepsia refractária, significando que suas convulsões não podem ser controladas com medicamentos. Nesses casos, a cirurgia para remover o foco epiléptico ou implantar um estimulador do nervo vago pode ser uma opção.

Para alguns pacientes, as convulsões e efeitos colaterais dos medicamentos interferem consideravelmente na qualidade de vida. Problemas como dificuldade de aprendizado, risco aumentado de depressão e ansiedade e maior chance de lesões durante as convulsões podem ocorrer. Novas opções de tratamento com menos efeitos colaterais e maneiras de prevenir a epilepsia pós-traumática ou pós-AVC são áreas importantes de pesquisa.

Esclerose Lateral Amiotrófica


A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig, é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal que afeta os neurônios motores. Ela causa fraqueza muscular, fasciculações e atrofia muscular conforme os neurônios motores do cérebro e da medula espinhal morrem.

A prevalência da ELA é de cerca de 5 casos por 100.000 pessoas. Os sintomas geralmente começam entre 50 e 60 anos e incluem câimbras, fraqueza e atrofia muscular nas mãos, braços, pernas ou língua. Eventualmente a fraqueza se espalha, levando à paralisia completa. A morte normalmente ocorre por insuficiência respiratória em média de 2 a 5 anos após o início dos sintomas.

A maioria dos casos de ELA ocorre esporadicamente sem causa óbvia. Cerca de 5-10% dos casos são familiares, causados por mutações genéticas herdadas. Não existe cura e o único medicamento aprovado (Riluzol) só estende a sobrevida por poucos meses. Portanto, o tratamento foca em controlar os sintomas, manter a qualidade de vida e prolongar a sobrevivência.

À medida que a doença progride, os pacientes ficam totalmente paralisados. Máquinas de ventilação, cadeiras de rodas, comunicadores e outro equipamento se tornam necessários. A ELA tem um grande impacto emocional e financeiro para os pacientes e suas famílias. Mais pesquisas sobre as causas, tratamentos modificadores da doença e cuidados paliativos são extremamente necessárias.

Demência


A demência se refere ao declínio progressivo de funções cognitivas como memória, linguagem, raciocínio e julgamento. É uma síndrome causada por uma variedade de doenças que afetam o cérebro, sendo a doença de Alzheimer a causa mais comum.

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo tenham alguma forma de demência. O risco aumenta dramaticamente com a idade. Globalmente, um novo caso de demência surge a cada 3 segundos. Esse número deve triplicar até 2050 conforme a população envelhece.

Os sintomas da demência surgem lentamente e pioram ao longo do tempo. Eles incluem esquecimento, dificuldade de comunicação, desorientação, mudanças de humor e comportamento, e dificuldade em realizar tarefas diárias. Eventualmente, a demência grave leva à dependência total dos cuidadores.

Atualmente não existe cura para as doenças causadoras da demência e os tratamentos disponíveis só ajudam temporariamente com os sintomas. Como resultado, a demência tem um enorme impacto físico, emocional e financeiro nos pacientes, famílias e sociedade. Pesquisas urgentes são necessárias para entender, tratar e prevenir essas doenças debilitantes.

Causas e Fatores de Risco


As causas exatas da maioria das doenças neurológicas debilitantes ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, uma combinação de fatores genéticos, ambientais e do envelhecimento parece desempenhar um papel importante. Alguns dos principais fatores de risco incluem:

  1. Idade avançada - O risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e AVC aumenta exponencialmente após os 60 anos.
  2. Genética - Mutações em certos genes estão ligadas a doenças como Alzheimer, Parkinson, ELA e tipos hereditários de epilepsia.
  3. Lesão cerebral traumática - Danos graves ao cérebro aumentam o risco de epilepsia pós-traumática e possivelmente demência.
  4. Estilo de vida não saudável - Fumo, consumo excessivo de álcool, dieta não saudável e inatividade física são fatores de risco para AVC, demência e possivelmente PD.
  5. Condições médicas crônicas - Hipertensão, diabetes, obesidade e hiperlipidemia aumentam o risco de AVC e possivelmente demência.
  6. Infecções e toxinas ambientais - Infecções como meningite bacteriana podem lesionar o cérebro e aumentar o risco de epilepsia. Exposição a metais pesados e pesticidas também tem sido relacionada a doenças como PD.
  7. Fatores hormonais e reprodutivos - Estrogênio tem um efeito neuroprotetor, portanto a menopausa aumenta o risco de demência. Gravidez em idade avançada aumenta o risco de AVC.
É provável que uma combinação desses fatores genéticos e ambientais interaja de forma complexa para precipitar o desenvolvimento de doenças neurológicas em indivíduos suscetíveis. A prevenção efetiva depende de lidar com esses vários fatores de risco por meio de abordagens individuais e populacionais.

Diagnóstico


O diagnóstico de doenças neurológicas é baseado em uma combinação de sintomas clínicos, exames físicos, história médica do paciente e vários testes.

 Alguns exames diagnósticos comuns incluem:


  • Ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) do cérebro - Fornece imagens detalhadas do cérebro que podem detectar tumores, AVCs, danos e atrofia cerebral.
  • Eletroencefalograma (EEG) - Mede a atividade elétrica cerebral e é crucial para diagnosticar epilepsia e outras condições que afetam os neurônios.
  • Eletromiografia (EMG) - Avalia a função dos nervos e músculos. É usada para detectar danos nos neurônios motores em doenças como ELA.
  • Testes genéticos - Identificam mutações nos genes que aumentam o risco de doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington e tipos hereditários de AVC ou epilepsia.
  • Punção lombar - Coleta e análise do líquido cefalorraquidiano circundante ao cérebro e medula espinhal para detectar infecções, inflamação ou bioquímica anormal.
  • Mini exame do estado mental -Questionário simples para avaliar funções cognitivas como memória, atenção e linguagem a fim de detectar demência.
  • Outros - incluem ultrassonografia Doppler para avaliar fluxo sanguíneo cerebral, tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) para imagem


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Desafios no diagnóstico e tratamento de condições neurológicas debilitantes

Tratamento


Atualmente não existe cura para a maioria das doenças neurológicas debilitantes. No entanto, tratamentos estão disponíveis para ajudar a aliviar os sintomas, retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Para doenças como esclerose múltipla, epilepsia e Parkinson, os medicamentos podem controlar os sintomas de forma eficaz na maioria dos pacientes, especialmente nos estágios iniciais. Terapias cirúrgicas também podem ser uma opção para alguns casos de Parkinson ou epilepsia refratária.

A reabilitação física, ocupacional, da fala e cognitiva é crucial para ajudar os pacientes a maximizar sua função e independência. Técnicas compensatórias, equipamentos assistivos e modificações ambientais também podem melhorar a mobilidade e segurança.

O tratamento multidisciplinar, focando não apenas nos sintomas físicos mas também no bem-estar psicológico e emocional do paciente, é considerado padrão ouro. Cuidados paliativos também devem ser integrados à medida que a doença progride.

Novas abordagens em pesquisa incluem terapias genéticas e com células-tronco, estimulação cerebral profunda, novos fármacos neuroprotetores e immunomoduladores. No entanto, traduzir essas descobertas promissoras em tratamentos efetivos para pacientes ainda é um desafio significativo.

Conclusão


As doenças neurológicas debilitantes têm um enorme impacto pessoal, familiar e socioeconômico à medida que causam incapacidade progressiva. Com o rápido envelhecimento da população, elas são um problema de saúde pública urgente e crescente globalmente.

Mais pesquisas são necessárias para elucidar as complexas causas dessas condições e traduzir avanços em neurociência em melhores tratamentos. Também é essencial expandir o acesso aos cuidados, reabilitação e apoio para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Uma abordagem holística e multidisciplinar é crucial, combinando medicina preventiva, terapias farmacológicas e não farmacológicas, cuidados paliativos e políticas públicas de saúde e assistência social. Com esforços concertados, a carga pessoal e socioeconômica devastadora das doenças neurológicas pode ser reduzida significativamente no futuro.
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