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Vetores da febre amarela: o papel do Aedes, Haemagogus e Sabethes na transmissão da doença

Febre Amarela: Uma Revisão Abrangente Sobre a Doença e Seus Vetores Aedes, Haemagogus e Sabethes

A febre amarela é uma doença infecciosa grave causada por um vírus transmitido por mosquitos. Ela ocorre em regiões tropicais da África e das Américas, sendo endêmica em 47 países. Anualmente, ocorrem cerca de 200.000 casos da doença, com 30.000 mortes.

O vírus da febre amarela pertence ao gênero Flavivirus da família Flaviviridae. Existem sete genotypes do vírus, sendo cinco na África (Oeste, Centro-Oeste, Leste, Angola e África Central) e dois nas Américas (América do Sul e Norte/Centro).
Mosquito sugando sangue


A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados, principalmente das espécies Aedes, Haemagogus e Sabethes. Na África, o principal vetor é o Aedes simpsoni. Nas Américas, são os mosquitos Haemagogus janthinomys, H. leucocelaenus, H. albomaculatus e Sabethes chloropterus.

Os humanos e primatas não-humanos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus da febre amarela. Após a picada do mosquito infectado, o período de incubação da doença é de 3 a 6 dias. Os sintomas inicias incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, náusea e vômitos. A maioria dos pacientes melhora após 3-4 dias. No entanto, cerca de 15% entram na fase tóxica após breve melhora, apresentando icterícia, sangramento e disfunções renais e hepática, com alta letalidade.

O diagnóstico é feito com base nos sintomas e exames laboratoriais para detecção de anticorpos IgM anti-febre amarela e isolamento viral. Não existe tratamento específico. A prevenção inclui vacinação e controle dos vetores. A vacina é segura e eficiente, proporcionando imunidade por toda a vida na maioria dos indivíduos vacinados.

Os mosquitos Aedes, Haemagogus e Sabethes são os principais transmissores da febre amarela:


Aedes

O gênero Aedes pertence à família Culicidae e possui cerca de 1.000 espécies, muitas das quais transmitem doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e Zika. Aedes aegypti e Aedes albopictus são os vetores mais importantes de dengue. Já o Aedes simpsoni é o principal vetor de febre amarela na África.

Aedes simpsoni ocorre principalmente nas áreas de floresta da África Subsaariana. Ele se reproduz em ocos de árvores e se alimenta principalmente de primatas não-humanos. Após sugar o sangue de um macaco infectado, o mosquito se torna infectante e pode transmitir o vírus da febre amarela para humanos. Estima-se que 90% dos casos de febre amarela selvagem na África são transmitidos por Aedes simpsoni.

Haemagogus

O gênero Haemagogus pertence à família Culicidae e possui cerca de 30 espécies distribuídas desde o México até a Argentina. Na região amazônica, as espécies H. janthinomys, H. leucocelaenus e H. albomaculatus são os principais vetores de febre amarela selvagem.

Esses mosquitos ocorrem predominantemente em florestas tropicais úmidas. Eles depositam seus ovos em ocos de árvores e se reproduzem em criadouros naturais como bromélias, ocos de bambu e buracos de árvores. Seus principais hospedeiros são primatas não-humanos, como macacos. Após sugar o sangue de um primata infectado, o mosquito se torna infectante e pode transmitir o vírus para humanos.

Sabethes

O gênero Sabethes pertence à família Culicidae e possui cerca de 50 espécies nas Américas tropical e subtropical. A principal espécie transmissora de febre amarela é o Sabethes chloropterus, que ocorre na bacia amazônica e nas Guianas.

Assim como os Haemagogus, o Sabethes chloropterus tem hábitos estritamente silvestres. Ele se desenvolve em bromélias ou ocos de árvores da floresta tropical e se alimenta principalmente de primatas não-humanos. Após sugar o sangue de um primata infectado, o mosquito se torna infectante e pode transmitir o vírus da febre amarela para humanos que adentram na floresta.

Epidemiologia

A febre amarela selvagem é mantida em um ciclo silvestre envolvendo mosquitos vetores e hospedeiros não-humanos nas florestas tropicais da África e Américas. Quando humanos não vacinados adentram esses habitats, podem contrair a doença e levar o vírus para áreas urbanas.

Na África, os principais hospedeiros silvestres são macacos e procarídeos. Já nas Américas, macacos capuchinhos e bugios são os maiores reservatórios. Surtos ocorrem quando humanos não imunes se expõem ao vírus, seja pela aproximação de ciclos silvestres ou pela introdução do vírus em área receptiva com alta densidade de mosquitos e baixa cobertura vacinal.

As epidemias urbanas de febre amarela foram controladas nas Américas graças à vacinação em massa nas décadas de 1930-40. Entretanto, entre 2016-18, houve dois grandes surtos de febre amarela silvestre no Brasil, com mais de 2.000 casos e cerca de 750 mortes. A expansão da doença foi associada a fatores como desmatamento, movimentos populacionais e baixa cobertura vacinal em algumas áreas.

Prevenção e Controle

As principais medidas de prevenção da febre amarela incluem:


Vacinação: é a medida mais importante para prevenir a doença em áreas endêmicas. A vacina é segura e confere imunidade prolongada, geralmente por toda a vida. Deve ser aplicada em residentes e viajantes para áreas de risco.
Eliminação de mosquitos: o controle dos vetores é feito por meio da eliminação de criadouros, aplicação de larvicidas e inseticidas e uso de telas em habitações. É difícil na floresta, por isso a vacinação é essencial.
Estudos epidemiológicos: o monitoramento da circulação viral em vetores e hospedeiros é importante para orientar as ações de prevenção e controle.
Educação em saúde: a conscientização da população sobre os riscos e adesão às medidas preventivas, como vacinação e uso de repelentes, é fundamental.
Vigilância: a detecção e notificação precoce de casos suspeitos e surtos possibilita uma rápida investigação e resposta às epidemias.

Perspectivas Futuras


A febre amarela não tem tratamento específico, portanto a prevenção pela vacinação continua sendo a pedra angular do controle da doença. Atualmente, as vacinas atenuadas são seguras e altamente imunogênicas, conferindo longa duração da proteção.

Pesquisas estão em andamento para o desenvolvimento de vacinas de vírus inativados, que seriam uma opção para pessoas imunocomprometidas que não podem receber a vacina atenuada. Além disso, estudos genéticos e epidemiológicos irão ampliar o conhecimento sobre os fatores envolvidos na transmissão da febre amarela, permitindo aprimorar as estratégias de prevenção e controle.

A integração da vacinação em massa, vigilância epidemiológica sensível, controle vetorial e educação continuam sendo as medidas mais efetivas para proteger as populações em risco e prevenir epidemias de febre amarela. A eliminação da doença requer esforços globais sustentados para vacinação, vigilância e controle vetorial nas áreas endêmicas.

Aspectos relevantes sobre a febre amarela e seus vetores Aedes, Haemagogus e Sabethes 


  • Impacto econômico da doença: as epidemias de febre amarela podem ter graves consequências econômicas devido a sobrecarga nos sistemas de saúde, redução da força de trabalho e impacto no turismo e comércio. O controle da doença por meio da vacinação em massa é uma medida custo-efetiva.
  • Potencial para reurbanização: embora atualmente a transmissão nas Américas seja silvestre, existe o risco de reintrodução do vírus em áreas urbanas devido à presença do vetor Aedes aegypti. A manutenção de altas coberturas vacinais nas cidades é essencial para prevenir esse risco.
  • Mudanças climáticas: as alterações nos padrões de temperatura e chuvas devido ao aquecimento global podem afetar a distribuição dos vetores da febre amarela. O monitoramento das mudanças na ecologia dos vetores é importante para orientar as ações de prevenção.
  • Febres hemorrágicas virais: a febre amarela faz parte do grupo das arboviroses hemorrágicas, que incluem dengue, Zika, chikungunya, febre do Oeste do Nilo e outras doenças emergentes. O estudo integrado dessas viroses possibilita melhor compreensão epidemiológica e aprimoramento das estratégias de controle.
  • Vacinas: além do desenvolvimento de novas vacinas inativadas, estudos avaliam esquemas com dose reduzida para controle de surtos, estratégias de dose única e uso em gestantes e crianças. O monitoramento da duração da imunidade também é importante.
  • Tratamento de suporte: embora não exista tratamento antiviral específico, o manejo adequado dos pacientes com reposição de líquidos, controle de sangramentos e suporte à disfunção orgânica pode reduzir a letalidade da forma grave da doença.
  • Abordagem multissetorial: a prevenção e controle da febre amarela requer a integração entre setores da saúde, meio ambiente, desenvolvimento social e econômico. Essa visão ampla é essencial para o controle sustentável da doença.

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Alguns pontos importantes sobre o diagnóstico diferencial da febre amarela:


  • A apresentação clínica inicial da febre amarela pode ser semelhante a muitas outras infecções virais e bacterianas, incluindo malária, leptospirose, dengue, hepatites virais e sepse.
  • O diagnóstico diferencial é baseado na epidemiologia (área de transmissão da febre amarela), sintomas, exames físicos e exames laboratoriais.
  • Exames inespecíficos como hemograma podem mostrar leucopenia, neutropenia e linfocitose. Transaminases hepáticas estão frequentemente elevadas.
  • Malária: deve ser descartada pela pesquisa de plasmódios no esfregaço sanguíneo. A febre tem padrão intermitente característico na malária.
  • Leptospirose: confirmada pelos exames sorológicos. História de contato com água ou animais contaminados. Insuficiência renal é mais comum.
  • Dengue: também por Flavivírus, é confirmada por sorologia. Prostração é mais marcante. Exantema máculo-papular frequente.
  • Hepatites virais: história de exposição e comportamento epidemiológico distinto. Marcadores sorológicos e detecção do vírus confirmam o diagnóstico.
  • Sepse bacteriana: necessário hemoculturas e isolamento do agente infeccioso. Febre amarela não responde a antibióticos.
  • O diagnóstico definitivo da febre amarela é feito pela detecção de IgM específica, isolamento viral ou reação em cadeia da polimerase (PCR) positiva.
Portanto, o diagnóstico diferencial ressalta a importância de se considerar as variadas possibilidades diagnósticas diante de um caso suspeito de febre amarela, com base na epidemiologia, quadro clínico-laboratorial e confirmação por testes específicos.

No Brasil, as principais áreas com risco de transmissão de febre amarela atualmente são:


  • Região Norte: estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
  • Região Centro-Oeste: sul do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
  • Região Sudeste: norte de Minas Gerais.
  • Região Sul: áreas pontuais no Paraná e Santa Catarina.

As cidades e municípios com recomendação de vacinação contra febre amarela pelo Ministério da Saúde em 2022 incluem:


  • Amazonas: Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Manaquiri, Manaus e outros 47 municípios.
  • Pará: Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá e mais 35 municípios.
  • Acre: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves.
  • Mato Grosso: Cáceres, Comodoro, Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade.
  • Minas Gerais: norte do estado, incluindo Januária, Montalvânia e Itacarambi.
  • Entre as capitais, Manaus, Cuiabá, Campo Grande e parte da Grande São Paulo têm recomendação para vacinação. A extensão das áreas de risco pode variar a cada ano conforme a situação epidemiológica.



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