{ads}

CREMAL pede retratação da Força Nacional ao médico agredido em Arapiraca por agentes da instituição

Leia outros artigos :



Força nacional mostra despreparo em revista policial

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, Fernando Pedrosa, criticou a forma como alguns agentes da Força Nacional estão realizando diligências em Alagoas. “Estão agindo de modo abusivo e desrespeitoso, o que mostra muito despreparo, além de atemorizar ainda mais a população”, desabafou.

Ele cita como exemplo uma operação preventiva realizada pelas ruas de Arapiraca, no último dia 13 de julho, quando o médico Jonathan Alves Padilha foi tratado como bandido. “Podia ter sido qualquer outro trabalhador, o fato a lamentar é a falta de respeito na atitude dos agentes da Força Nacional”, frisou Pedrosa, que já encaminhou ofício ao secretário de Defesa Social, Dário César, solicitando retratação ao agredido - Jonathan Alves Padilha.

No trajeto de volta do trabalho para a residência, em Arapiraca, Jonathan foi parado por agentes da Força Nacional para uma revista. “Fui xingado, algemado, preso e coagido a assinar um auto de resistência à prisão. O constrangimento é enorme para um trabalhador, por isso procurei a minha entidade de classe para uma orientação jurídica sobre o que devo fazer. Preciso inclusive de apoio moral e temo acontecer algo mais grave”, desabafou Jonathan.

De acordo com o presidente do Cremal, “é de se esperar que qualquer indivíduo se assuste diante de uma blitz, e quando o agente faz a abordagem chamando o revistado por adjetivos pejorativos a reação é ainda pior”, observou Fernando Pedrosa, acrescentando que mesmo sem conduzir material suspeito de irregularidade, Jonathan foi levado algemado para a delegacia e só foi posto em liberdade depois que descobriram tratar-se de fato de um pai de família com bons antecedentes.

Segundo o Dr. Fernando Pedrosa, num momento delicado em que vivemos, com um plano piloto de segurança sendo testado em todo o Estado, é imperativo os agentes agirem com cautela. ‘Nós achamos correto que sejam feitas revistas, o problema é que estão abordando com ares de violência. Estão tratando todo mundo como se fosse criminoso. Os cidadãos de bem estão com medo desse estilo abusivo de abordagem da Força Nacional. É esse modelo de segurança que querem estender para os outros Estados?”, questionou Pedrosa.

O presidente do Cremal lembra, ainda, que Maceió divide a fama de cidade agraciada pelas belezas naturais com um indesejável título: o terceiro lugar mais violento do mundo! Sua taxa de homicídio é 66,8 para cada 100 mil habitantes, segundo levantamento divulgado no último mês de abril pelo Ministério da Justiça através do Mapa Nacional da Violência 2012. “O governo não consegue controlar a situação, e isso nos preocupa enquanto cidadãos e enquanto entidade de classe,”desabafou o presidente do Cremal.

Ele lamenta o caráter corriqueiro das ocorrências de homicídio, seqüestro relâmpago, estupro e tantos outros crimes que ameaçam a segurança da população em qualquer local e hora. “Nem mesmo os consultórios médicos estão livres da violência. Antigamente aqui em Alagoas se matava por vingança (terra dos capangas e coronéis), mas hoje o tráfico é o pano de fundo para a banalização da morte! Basta lembrar os assassinatos do Dr. Luiz Ferreira e do Dr. Alfredo Tenório – dois, até o último mês de maio, sem falar nos casos em que acontecem danos físicos e morais”, desabafa Pedrosa, lembrando ser comum o registro de queixas relatadas por médicos ao Cremal relacionadas a agressões sofridas tanto na capital quanto no interior. Um desses casos aconteceu dentro da unidade de saúde de Anadia, com o médico Claudemilniston Damião Lourenço de Queiroz. Ele ouviu xingamentos e levou socos de um parente do prefeito que exigia prioridade para atendimento a um apadrinhado político.

Ele lembra que os médicos, assim como qualquer outra categoria da classe trabalhadora, acompanharam com muita tristeza o noticiário divulgado recentemente sobre a posição de Maceió no ranking mundial da violência. ‘Todo mundo viu: Maceió só perde para a cidade de San Pedro Sula, em Honduras (158.87 homicídios por 100 mil habitantes) e Juárez, no México ( 147.77). No Brasil a capital alagoana dispara em terceiro lugar no ranking geral de homicídios, conforme dados do Ministério da Justiça. O curioso é que, observando os dados do MJ, Maceió aparece como a cidade onde mais ocorre morte de crianças e adolescentes”, lembra Fernando Pedrosa, ressaltando que ninguém fica feliz com isso.

Segundo ele, essas estatísticas negativas levaram o governo federal a fazer cena de quem cumpre o dever de casa, e escolheu Alagoas para o lançamento do Projeto Brasil Mais Seguro. “Teoricamente estão assegurados mais investimentos no sistema de Justiça, nas Polícias Federal e Rodoviária Federal, aquisição de equipamentos, capacitação e aperfeiçoamento da polícia técnica, além de instalação de bases fixas e móveis de videomonitoramento, construção de um presídio e da tão prometida sede do IML. “Pelo jeito já podemos concluir que existe falha no item ‘capacitação’, e só temos a perder com isso”.

De acordo com Fernando Pedrosa é imperativo preparar o efetivo para tratar o cidadão com o respeito que merece, e saber distingui-lo do bandido. “Outro aspecto é que a sociedade tem pressa na apuração dos crimes”, frisou, pontuando que no caso dos médicos José Alfredo Vasco Tenório e Luiz Ferreira os culpados já estão sendo punidos, “mas é preciso acelerar os demais delitos. Os assaltos também preocupam. Em Alagoas, particularmente, os criminosos não têm livrado nem as agências dos Correios, nem os restaurantes, tampouco as clínicas médicas. Muitos consultórios vivem com grades que só são abertas quando o cliente se identifica. Escolas, postos de saúde, enfim, locais públicos e privados vivem ameaçados e invadidos. Queremos um basta. Não apenas nós, os médicos, mas a sociedade de modo geral. Quanto ainda teremos que pagar, enfim, para ter paz?”

Fonte:CREMAL

Postar um comentário

0 Comentários
* Por favor, não faça spam aqui. Todos os comentários são revisados ​​pelo administrador.