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Conjuntura política das eleições de Maceió - Golbery Lessa


Conjuntura política das eleições de Maceió 


Golbery Lessa • 17 de agosto de 2012 • 2:07 am 




1. Gestões de Cícero Almeida

Na eleição de 2004, a população trabalhadora dos bairros periféricos impôs seu candidato ao resto da cidade, contrariando o frequente efeito pedra no lago, no qual a classe média determina o voto da periferia. Numa verdadeira quinada para a direita, Cícero Almeida foi levado à prefeitura de Maceió pelos trabalhadores esquecidos por Kátia Born. A atitude de votar em candidatos de fora do status quo político da cidade é frequente no eleitorado maceioense. Já ocorrera antes, por exemplo, com Sandoval Caju, em 1961, Djalma Falcão, em 1985, e na eleição de Ronaldo Lessa, em 1992. Trata-se de uma atitude esperada de uma cidade onde há, em relação ao resto do estado, mais liberdade de expressão e meios para a formação de opiniões divergentes sobre a realidade local.


Relaciona-se também com uma dimensão estrutural: Maceió não tem hegemonia política em relação ao resto do estado, apesar de ser formalmente a capital. Como a industrialização espalhou-se pelo interior canavieiro, constituído por cinquenta cidades influenciadas por duas dezenas de usinas, o poder político deslocou-se para o conjunto daqueles municípios. Os seis principais grupos usineiros formam sua base de poder político nas cidades canavieiras e impõem sua hegemonia à capital por meio da Assembleia Legislativa e setores do Judiciário, principalmente o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas. Como a economia maceioense não é suficientemente complexa, carecendo de um setor industrial bem estruturado, e parte de sua burguesia é pulverizada em milhares de negócios, a classe dominante da cidade entra de modo subordinado nos pactos estaduais de poder. Para não sucumbirem completamente diante do arcaísmo ruralista, expresso na economia, na cultura e na política, a classe média e a classe trabalhadora de Maceió são obrigas frequentemente a apontar para forças políticas de fora do status quo. Continue a leitura

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