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RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA – EUA, SALMONELA, EM CARNE PARA CONSUMO



Os níveis de contaminação com bactéria salmonela resistente a vários antibióticos continuam elevados em carnes de frango, peru e suínos ingerida pelos norte-americanos, de acordo com os dados divulgados pelo governo dos Estados Unidos, que apontaram até uma variedade de bactéria resistente a todas as oito classes de drogas testadas por funcionários estaduais e federais.Esse tipo de salmonela resistente encontrada na carne de peru moída matou uma pessoa e afetou mais de cem no ano passado, durante um surto que forçou a Cargill a recolher cerca de 36 milhões de libras da carne (16,3 mil toneladas). Grande parte da salmonela detectada durante os testes do governo em carne de peru moída, costeletas de porco e peito de frango, em 2010, foram resistentes a três, quatro ou até cinco classes diferentes de antibióticos, de acordo com o relatório divulgado neste mês pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.Cerca de 43% dos tipos de salmonela encontrados em peitos de frangos foram resistentes a três ou mais antibióticos. O mesmo ocorreu com 34% da carne de peru moída e 50% em costeletas de porco, de acordo com o relatório. As informações são da Dow Jones.Fonte: Agência Estado


COMENTÁRIO


A resistência bacteriana a antimicrobianos em criação de animais (bovinos, suínos, aves) é um problema emergente de saúde pública em todo mundo, com implicações que transcendem a questão de saúde animal e os hábitos alimentares individuais (como  a opção pelo consumo de carne). O problema já se reflete em diversas esferas da saúde humana, atingindo, no fim da cadeia, até a epidemiologia das bactérias multirresistentes em ambiente hospitalar.

Foram apresentadas informações em relação à Salmonella, mas poderiam ser cepas de Staphylococcus meticilina-resistente, de Escherichia coli  resistente a fluoroquinolonas e cefalosporinas, de Enterococcus resistente à vancomicina e, mais recentemente, enterobactérias NDM 1 ("New Delhi metallo beta-lactamase 1").

A questão reflete o quão complexo se tornou o problema da resistência bacteriana a antimicrobianos. No atual contexto, focar o controle da resistência e disseminação de bactérias multirresistentes no uso racional de antibióticos na prática clínica e nas ações da Comissões de Controle de Infecção Hospitalar se tornou tarefa praticamente impossível. A discussão, obrigatoriamente, deverá passar, em âmbito global, por ações nas
 esferas de saúde animal, novas estratégias de fiscalização da cadeia de produção de alimentos, agências reguladoras de medicamentos, vigilâncias epidemiológica e sanitária, áreas de assistência à saúde humana... 

Pelo andar da carruagem, as CCIHs serão obrigadas a exercer tarefas ainda mais árduas... por exemplo, passar a fazer o controle (para uso racional) de antimicrobianos em granjas, fazendas...

Segue um ótimo artigo de revisão sobre a emergência e potencial impacto em âmbito global das bactérias NDM-1: Cornaglia G, Giamarellou H, Rossolini GM. Metallo-β-lactamases: a last frontier for β-lactams? Lancet Infect Dis. 2011 May ; 11(5): 381-93. 9 Fonte:Promedorg

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