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DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB – BRASIL (PERNAMBUCO) - Hospital veta transferência de paciente.....

Hospital veta transferência de paciente com suspeita de mal da vaca
louca em Pernambuco

O Ministério Público de Pernambuco fez uma solicitação ao Hospital Tricentenário de Olinda, na região metropolitana do Recife, para que uma paciente de 54 anos com suspeita da doença de Creutz-feldt-Jakob, também conhecida como “mal da vaca louca” (errado. A “doença da vaca louca” é o nome dado à encefalopatia espongiforme bovina ), não deixe a unidade de saúde até a confirmação da enfermidade, o que só pode ocorrer após a morte da mulher.

A solicitação, que deu um prazo de 48 horas para aceitação ou não do hospital, já foi acatada pela unidade de saúde, que informou nesta terça-feira (20) [março/2012] que não vai transferir a paciente, como havia solicitado a família, atendendo à recomendação do MP.

Segundo recomendação, expedida nesta segunda-feira (19) [março/2012], para ter o diagnóstico confirmado, a paciente precisa passar por uma bateria de exames, sendo a necropsia um deles. Para a análise genética em sangue periférico e o exame de necropsia, é necessária a autorização da família, mas os responsáveis teriam se recusado a assinar os documentos.

Ainda segundo o MP, a família teria pedido a transferência da paciente, natural do município do Cabo de Santo Agostinho - que fica no outro extremo da região metropolitana da capital pernambucana - para casa, o que colocaria em risco a saúde pública. Para a promotora de Defesa da Cidadania de Olinda, Helena Capela Gomes, a saída do hospital resultaria em “grave risco sanitário da doença e da situação da paciente”, caso ela fosse levada para casa. O MP cita resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que diz que o agente responsável pela patologia (príon) é altamente estável e resistente à maioria dos desinfetantes.

A coordenadora do setor de paciente com cuidados paliativos do Hospital Tricentenário de Olinda, Izabel Ferraz, informou ao UOL que a paciente está internada há 15 dias, respira espontaneamente, mas tem um dano neurológico significativo. "Ela não fala, não anda e está com uma sonda para se alimentar e respirar melhor. Desde que ela chegou o quadro está inalterado”, disse.

Ferraz contou que a paciente deu entrada na principal emergência do Recife, o Hospital da Restauração, que levantou a suspeita do diagnóstico e a encaminhou para a unidade especializada em cuidados paliativos, em Olinda. Segundo ela, o quadro neurológico apresentado pela paciente pode apresentar melhora ou permanecer por meses ou até anos inalterado.

“Não há qualquer previsão de quando esse quadro que ela se encontra mudará. Vai durar até quando Deus quiser. Têm pacientes semelhantes que se recuperam [recuperam???!! ], outros morrem. A gente está dando suporte, tudo o que é necessário. A doença, caso confirmada, enquanto em vida não contamina ninguém [errado - pode haver contaminação em profissionais da saúde, por exemplo, que se acidentam com materiais biológicos ]. Mas mesmo assim a paciente está em uma enfermaria isolada [não há a necessidade de isolamento, desde que se observem as medidas de precaução específicas, sobretudo em relação a materiais biológicos ], mas para ser mais confortável à família, já que tem gente que vem do interior e pode ficar todo mundo com ela”, afirmou, citando que a paciente teria condições de ser
levada para casa, desde que a família se responsabilizasse por alguns cuidados que, hoje, são feitos no hospital.

Ferraz disse que o hospital nunca havia recebido um paciente com suspeita do “mal da vaca louca” [nem este nem outro hospital no Brasil. Não há casos de “doença da vaca louca” no país, mas sim de Doença de Creutzfeldt-Jakob ], mas informou que a confirmação se a mulher está ou não contaminada só virá após a morte.

“Essa confirmação virá apenas após a morte porque a proteína fica alojada no cérebro, não tem como examinar em vida. Até lá, a paciente não irá contaminar ninguém. Mas após a morte, se enterrada de forma comum, a proteína pode se espalhar pelo solo, e as pessoas no entorno podem ser contaminadas [exagero - exitem protocolos bem definidos com alguns cuidados específicos no sepultamento quando pós-necropsia -]. Por isso que nós fizemos a notificação – que é compulsória - à Vigilância Sanitária”, explicou.

A reportagem do UOL tentou entrar em contato com a família da paciente, mas acompanhantes da mulher informaram, por meio da assessoria do hospital, que não gostariam de comentar o assunto. Os familiares não informaram se vão recorrer à Justiça para tentar transferir a paciente para outro hospital ou mesmo levá-la para casa, como alega o MP.

Fonte: UOL Notícias [20.03.2012] [editado]



Comentário
International Society for Infectious Diseases | 9 Babcock St, Unit 3, Brookline, MA 02446 · USA | T (617) 277-0551 | F (617) 278-9113 | E info@isid.org © 2010 International Society for Infectious Diseases. All rights reserved.


O comentário do luiz_jacintho@uol.com.br ( International Society for Infectious Diseases <http://www.isid.org>) se fundamenta na série de equívocos conceituais e imprecisões técnicas da notícia em relação ao caso e à doença:


- Não há “doença da vaca louca” em nenhum país das Américas. “Doença da vaca louca” é o termo utilizado para encefalopatia espongiforme bovina (EEB), que foi associada, na década de 1990, principalmente no Reino Unido, a uma forma de doença priônica humana


– uma nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ). A notícia trata, portanto, de um caso da Doença de Creutzfeldt-Jakob, possivelmente a forma esporádica, que corresponde a 85% dos casos, com uma incidência de 0,5-1 caso/1.000.000 habitantes. Outras formas incluem a forma iatrogênica e familiar.


- Sobre a questão de impedir a alta e/ou transferência para outra instituição, sob a perspectiva de transmissão e risco à saúde pública, não há amparo técnico para restrição imposta. Segundo recomendações vigentes: 


“O contato clínico, social e investigações clínicas não-invasivas, testes diagnósticos e intervenções envolvendo tecidos não-infectivos com pacientes não representam risco para trabalhadores de saúde, parentes ou comunidade. Não há razão para se evitar ou negar a admissão de pessoas com EET em quaisquer
serviços de saúde, inclusive, cuidados em casa”.


“Considerando-se os conhecimentos atuais não é necessário isolamento do paciente; eles podem permanecer em enfermarias ou em casa, utilizando-se as precauções universais. Em casa, no hospital e laboratório, são recomendadas precauções universais de manipulação de sangue ou outros fluidos para se evitar a transmissão, sem modificações especiais”.
(Fonte:<ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/doc/SPManualDCJ08.pdf>).


Para ter acesso ao excelente Manual de Vigilância da Doença de Creutzfeldt-Jakob e outras Doenças Priônicas do Centro de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Estado de Saúde de São
Paulo (2008), acesse:


Uma sugestão de leitura: “Banquetes Mortais: uma nova epidemia” (Deadly Feasts, 1997), Richard Rhodes, traduzido, Editora Campos, 1998. Uma narrativa histórica que aborda as doenças priônicas, do Kuru à Doença da Vaca Louca, com um formato de jornalismo científico; muitos fatos históricos e curiosidades.


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1 Comentários
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  1. eu perdi a minha mãe em junho 2008 com a doença da vaca louca.
    isto não é piada mais ela sofreu muito com esta esta doença tudo isto foi comprova atraves de exames feito pela ufrj no rio de janeiro.
    ele ficou 4 meses internada no hospital Drº Balbino em Olario rio de janeiro o Drº Murad e a Drº Lenita Balbino foram os Médicos quem cuidam dela o tempo todo.
    ele sofreu muito mesmo.
    e o Governo não esta nem ai para esta situação o negocio é continuar vendendo carne bovina.
    eu sei que que muitas pessoas ainda irão morrer com esta doença, mais isto continuará escondido. pois o dinheiro tem muito mais valor que a vida das pessoas.
    meu nome é Ricardo moro em realengo no rio de janeiro e até hoje estou muito triste com toda esta citação.

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