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A Gravidez Ilícita de Rubena: dualidade entre vergonha e sofrimento

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Os textos sagrados sobre a Criação recorrem ao discurso mítico para repre sentarem a consciência colectiva da oposição entre a Graça divina e a resposta humana em termos de pecado. Para tal, basta relembrar episódios como do Génesis, em que Eva come o fruto proibido, a maçã, vindo logo a punição. Implicitamente,surge-nos de imediato a vergonha” de se ter agido contra as normas impostas.


No entanto, estas “normas” não nos surgem apenas no campo mitológico, sob a capa de uma moral ou convenção. Na história da humanidade, regra geral, o status de qualquer família dependia de valores morais e de factores materiais. Assim sendo, a honra está implicada em relações particularizadas em cada acto social.


Dentro da esfera das relações pessoais, o matrimónio era uma ponte legal para a maternidade.


Na verdade e teoricamente, a maternidade era vista como algo divino e superior, como um atributo espiritual concedido apenas a quem fosse dotado. Na obra de Gil Vicente, Rubena é o exemplo máximo das relações ilícitas dos clérigos, visto não apenas ser filha de um como também engravidara de um jovem clérigo que, por sua vez, a abandonara.


Assim sendo, ao aperceber-se de que está grávida, a jovem Rubena tenta esconder e negar constantemente a sua gravidez fora do casamento.


Falamos, então, de vergonha, um sentimento invariável de pudor e de humilhação pública, mesmo no seio familiar, se tomarmos em consideração o facto de Benita, a criada e confidente, poder pertencer e partilhar esse meio familiar. link

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