O mais recente relatório de regularidade do envio de dados dos sistemas de vigilância epidemiológica — referente a outubro de 2025 — expõe um problema recorrente em Alagoas: parte dos municípios continua falhando no cumprimento básico das pactuações, comprometendo a confiabilidade das informações que sustentam a saúde pública no estado.
Embora muitos municípios tenham registrado desempenho exemplar, o documento revela que uma parcela significativa ainda não consegue garantir a alimentação completa dos sistemas SINAN, SIM e SINASC. Entre eles estão cidades que apresentaram quedas expressivas justamente nos sistemas mais sensíveis, como o SIM (mortalidade) e o SINASC (nascidos vivos).
Municípios com desempenho preocupante
Alguns municípios chamam atenção pela baixa regularidade:
Belo Monte — apenas 50% de envio no SIM e SINASC;
Coruripe — SINASC com 50%, índice considerado crítico;
Belém — SINASC em 60%;
Cajueiro — SIM (80%) e SINASC (60%);
Barra de Santo Antônio — queda nos três sistemas, chegando a 88,64% no SINAN e 80% no SINASC.
Esses resultados sugerem falhas administrativas, problemas de gestão ou falta de priorização da vigilância epidemiológica — área essencial para prevenção de surtos e planejamento de ações de saúde.
Impactos diretos na saúde pública
A irregularidade no envio dos dados é mais do que um problema burocrático:
é um risco sanitário real.
Quando municípios deixam de informar, atrasam ou enviam dados incompletos:
- surtos podem não ser detectados a tempo,
- óbitos deixam de ser investigados,
- indicadores são distorcidos,
- o estado perde capacidade de resposta,
- recursos podem ser mal distribuídos por falta de base confiável.
Municípios que repetidamente não alimentam corretamente o sistema prejudicam não só sua própria população, mas a análise epidemiológica de todo o estado.
Diferenças regionais mostram desigualdade estrutural
Municípios pequenos e com menos estrutura aparecem entre os de pior desempenho, indicando:
- baixa qualificação técnica,
- falta de pessoal,
- precariedade digital,
- rotatividade de equipes,
- pouca supervisão municipal.
Mas, em alguns casos, o problema vai além da estrutura: trata-se de gestão insuficiente e falta de comprometimento em tarefas que deveriam ser rotina.
A SESAU precisa agir – e cobrar
O relatório expõe claramente onde estão os gargalos.
Agora, cabe ao estado:
- apoiar tecnicamente os municípios com dificuldades;
- cobrar responsabilidades administrativas onde houver negligência;
- garantir que dados críticos não sejam ignorados mês após mês.
Sem regularidade na vigilância, o estado opera às cegas — e quem paga a conta é a população.
PALAVRAS-CHAVE:
📙 GLOSSÁRIO:
🖥️ FONTES:
https://www.saude.al.gov.br/wp-content/uploads/2025/11/PLANILHA-REGULARIDADE-SISTEMAS-OUT_2025.pdf
NOTA:
O AR NEWS publica artigos de várias fontes externas que expressam uma ampla gama de pontos de vista. As posições tomadas nestes artigos não são necessariamente as do AR NEWS NOTÍCIAS.
🔴 Reportar uma correção ou erro: Contato ✉️ © AR NEWS 24h - Todos os direitos reservados.
