Óbitos confirmados de Febre Maculosa. Brasil, Regiões e Unidades Federadas (Infecção) - 2007 a 2025
O Brasil registrou uma queda significativa nos óbitos por febre maculosa nos últimos anos, passando de 95 mortes em 2018 para 41 em 2025*, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e e-SUS, atualizados em 25 de novembro de 2025. Apesar da redução geral, a doença permanece fortemente concentrada no Sudeste, responsável por mais de 90% dos casos fatais registrados no país.
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No Brasil, os carrapatos de maior importância na transmissão da bactéria são do gênero Amblyomma, sendo segundo Labruna et al.,(2011):
Amblyomma aureolatum;
Amblyomma ovale;
Amblyomma sculptum (Amblyomma cajennense sensu lato)
Óbitos confirmados de Febre Maculosa
Sudeste lidera com ampla diferença
Entre 2007 e 2025, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo concentraram praticamente todos os óbitos. São Paulo lidera com folga, registrando 60 mortes apenas em 2018 — o maior número anual de um estado em toda a série histórica. Minas Gerais também apresenta picos importantes, como em 2017 (18 óbitos) e 2018 (25).
Embora o Sudeste apresente números mais altos devido à presença abundante do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) e de hospedeiros como capivaras, a tendência recente é de leve queda. Em 2025, o Sudeste registrou 37 óbitos, contra 57 em 2023 e 63 em 2022.
Outras regiões apresentam baixa incidência
O levantamento mostra que a febre maculosa permanece praticamente ausente nas demais regiões do país.
Norte: apenas um óbito em 19 anos, registrado no Tocantins em 2009.
Nordeste: apenas dois óbitos, ambos em Alagoas, no ano de 2022.
Centro-Oeste: registros esporádicos, com apenas dois casos em Mato Grosso (2011 e 2014).
Sul: baixa circulação, com poucas ocorrências no Paraná em anos isolados; Santa Catarina e Rio Grande do Sul não registraram óbitos.
A variação regional está ligada às diferenças ambientais, já que o vetor da doença tem distribuição e comportamento específicos, associados a áreas de mata ciliar, pastagens e regiões com grande presença de animais hospedeiros.
Tendência nacional aponta redução
O país registrou oscilações ao longo dos anos, mas o pico nacional ocorreu em 2018, quando 95 pessoas morreram devido à febre maculosa. Desde então, os dados indicam uma trajetória de queda, com 71 óbitos em 2023, 56 em 2024 e 41 em 2025.
Especialistas atribuem a redução a avanços na vigilância, maior capacitação de equipes de saúde e campanhas de conscientização que têm reforçado a importância do diagnóstico precoce — fator crucial para evitar complicações graves da doença.
Desafio permanece
Apesar da redução no total de mortes, o Sudeste continua sendo a área de maior risco, o que exige manutenção de ações de vigilância ambiental, controle de vetores e orientação à população sobre medidas preventivas, especialmente em regiões com presença de capivaras e áreas de lazer próximas a rios e parques.
As autoridades de saúde reforçam que a febre maculosa é uma doença grave, mas prevenível, e que buscar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa e manchas vermelhas pelo corpo pode ser decisivo para salvar vidas
Prevenção da Febre Maculosa para o Público Geral
A febre maculosa é uma doença transmitida pela picada do carrapato-estrela, um parasita comum em áreas verdes, trilhas, margens de rios, fazendas, chácaras e locais com presença de capivaras e cavalos. Embora apresente maior concentração de casos no Sudeste, qualquer pessoa que frequente ambientes onde há carrapatos deve ficar atenta aos sinais e às formas de proteção.
Como evitar a doença
A principal forma de prevenção é reduzir o risco de contato com carrapatos. Para isso:
Use roupas claras ao caminhar em áreas de mata ou pastagem, pois facilitam visualizar o carrapato.
Vista calça comprida e blusa de manga longa, preferencialmente colocando a barra da calça dentro da meia.
Evite sentar diretamente no chão em áreas propensas à presença de carrapatos.
Aplique repelente nas partes expostas da pele e na roupa, priorizando produtos com DEET, IR3535 ou icaridina, conforme orientação do rótulo.
Faça inspeção no corpo ao voltar para casa, especialmente em crianças — quanto mais cedo o carrapato é removido, menor o risco de transmissão.
Verifique também animais domésticos, como cães, que podem trazer carrapatos presos ao pelo.
Fique atento aos sintomas
Os sinais da febre maculosa costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada:
febre alta,
dor de cabeça forte,
manchas vermelhas pelo corpo,
dores musculares e mal-estar intenso.
Qualquer pessoa que tenha estado em áreas de risco e apresente esses sintomas deve procurar atendimento médico imediatamente. O tratamento é eficaz quando iniciado nos primeiros dias — atrasar pode ser fatal.
Capivaras e outros animais
Capivaras, cavalos e outros mamíferos podem carregar carrapatos, mas não transmitem a doença diretamente. O risco vem do carrapato infectado. Por isso:
não toque em animais silvestres,
não alimente capivaras,
evite áreas onde esses animais circulam livremente com grandes populações de carrapatos.
A prevenção depende de informação
A febre maculosa pode ser grave, mas é evitável. Conhecer o risco, adotar os cuidados básicos e procurar assistência médica rapidamente são atitudes que salvam vidas