A máscara verde de Lula — ou o jogo sujo do clima por dinheiro
Luiz Inácio Lula da Silva pintou para o mundo uma figura de defensor climático: ele discursou na COP30, cobrou dos países ricos “um financiamento robusto” para preservar a Amazônia e lançou o ambicioso Fundo Florestas Tropicais para Sempre .
Mas por trás desse verniz verde, há uma lógica pragmática, oportunista — e, em muitos momentos, hipócrita.
Quando Lula fala de clima, às vezes parece que eu escuto um discurso encantador — mas logo sinto o cheiro de estratégia por trás da fala. Ele usa as palavras certas: “Amazônia”, “justiça climática”, “natureza que fala para o mundo” — e a gente quer acreditar. Só que, por trás desse tom quase poético, há vários sinais de que o que ele mais quer mesmo é dinheiro.
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Lula está pouco interessado no clima, o que ele quer é dinheiro |
Ele insiste que os países ricos precisam pagar para que a floresta amazônica continue de pé.
Faz parecer que a preservação não vale por si só: vale se quem tem moeda forte colocar a mão no bolso. E isso não é um apelo apenas moral, é uma exigência constante.
Lula inaugurou a COP30 na Amazônia como se fosse um gesto grandioso de reconciliação entre o Brasil e a floresta.
Ele fala em urgência, em responsabilidade global, em multilateralismo.
Mas quando ele explica o tal Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), a “inovação” é que ele será um fundo de investimento, não de doação.
Ou seja: vai remunerar quem mantiver árvore de pé e quem investir no fundo. Isso coloca a natureza, a floresta, num tipo de mercado — e aí a Amazônia vira ativo, e a preservação vira produto.
Os povos que vivem na floresta, muitos ativistas alertam, ficam pendurados nessa lógica como se suas próprias vidas valessem apenas quanto alguém estiver disposto a pagar para que a mata continue em pé. Para algumas vozes críticas, é como se esperassem que a floresta “precisasse se capitalizar” para ter valor.
E aí vem o dilema mais dolorido: Lula de um lado pede recursos, chama a comunidade internacional para “honrar dívidas históricas”.
Mas, de outro, diz que vai usar parte dos recursos da exploração de petróleo para financiar essa “transição energética justa”.
É contraditório demais para ser só coincidência. Parece que ele diz uma coisa para a plateia internacional (e para doadores), e outra para quem realmente mexe na economia brasileira.
Quando ele fala, emociona: “é a hora de transformar ambição em ação”.
É bonito, mas a verdade é que muitos observadores veem isso como marketing. A crítica é de que tudo isso — COP na Amazônia, discurso global, fundo verde — poderia ser mais espetáculo diplomático do que uma mudança real.
Não é só a mim que isso incomoda. Há quem diga que a floresta, para alguns, virou mercadoria.
E as populações tradicionais, que deveriam estar no centro dessas decisões, correm o risco de serem relegadas ao plano das belas imagens, enquanto investidores e governos fazem contas.
Sabe aquele sentimento de desconfiança misturado com tristeza? É isso que muitas pessoas estão vivendo. Porque amar a Amazônia de verdade não pode significar apenas transformar árvores em moeda. E salvar o clima não pode se resumir a assinar cheques ou promessa de papel. Se o engajamento climático de Lula for só um grande jogo de poder — de imagem e de dinheiro — corremos o risco de perder não só a floresta, mas também a confiança nas palavras dos líderes.
O que Lula parece querer mesmo é transformar a crise climática em oportunidade de poder e receita. Não se trata apenas de salvar árvores — é um jogo de diplomacia, mercado e política internacional. Ele usa a floresta como cartada para atrair capital, legitimar sua imagem ambiental e reforçar o protagonismo do Brasil. Se quiser ser um verdadeiro líder climático, é preciso mais que discurso: é necessário coerência. Até agora, sua “agenda verde” cheira mais a manobra estratégica do que a convicção profunda.
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