Assédio Moral no Hospital Geral do Estado (HGE) de Alagoas
O assédio moral no HGE é uma realidade preocupante que afeta a dignidade e a saúde mental dos servidores. Descubra os casos mais relevantes, as consequências e as medidas que estão sendo tomadas para enfrentar essa questão.
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| Vista da fachada do HGE de Maceió |
O assédio moral no trabalho é uma prática abusiva que envolve humilhações, perseguições, ameaças ou isolamento, afetando a dignidade e a saúde mental dos servidores. No Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió (AL), unidade de saúde pública gerida pelo Governo de Alagoas, há registros de denúncias específicas de assédio moral, especialmente envolvendo profissionais de enfermagem.
Abaixo, resumo os casos conhecidos com base em reportagens e ações sindicais, além do contexto estadual mais amplo.
Casos Específicos no HGE
Denúncia de 2019 contra a diretora Marta Celeste:
Em janeiro de 2019, a enfermeira Ruger Correia (com 15 anos de profissão) registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na polícia acusando a diretora do HGE, Marta Celeste de Oliveira Mesquita, de assédio moral. O incidente ocorreu na noite de 29 de janeiro, quando a diretora questionou a enfermeira sobre macas no corredor, gritou com ela e a dispensou, dizendo que ela não trabalharia mais no hospital. O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal) e o Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL) prestaram apoio jurídico à vítima, com depoimentos de testemunhas comprovando o ocorrido. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que apuraria o caso internamente. Enfermeiros protestaram pelo afastamento da diretora.
Denúncias em 2024:
Em março de 2024, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (Sindprev-AL) relatou denúncias de assédio moral no HGE durante uma reunião com a direção do hospital.
Exemplos incluem:
- Represálias por discordâncias, como ameaças de alteração de escalas ou remoção de setores.
- Restrições discriminatórias, como proibição de técnicos de enfermagem usarem o banheiro da ala B, reservado apenas a médicos e enfermeiros.
- Remanejamentos irregulares sem processo administrativo, afetando servidores readaptados (ex.: na sala de sutura, com ameaças de devolução ao transferir para áreas inadequadas às suas limitações físicas).
- Sobrecarga e punições injustas, como na Recuperação Pós-Anestésica (RPA), com até 30 pacientes para 4 profissionais, e faltas registradas indevidamente em trocas de plantão.
- Áreas afetadas: alas amarela, vermelha clínica, trauma, sutura, ala B, recepção humanizada, UTI Pediátrica (com redução de efetivo para 8-9 técnicos em 20 leitos) e RPA. Essas práticas agravam condições precárias, como falta de ar-condicionado e vigilância, expondo servidores a violência.
Os relatos ainda envolviam represálias de coordenações contra servidores que discordavam de decisões, afetando alas como as áreas amarela, vermelha clínica, trauma e sutura.
Outras demandas incluíam condições precárias de trabalho, como falta de ar-condicionado e efetivo na UTI Pediátrica, que podem agravar o ambiente de tensão.
O diretor Fernando Melro Fortes comprometeu-se a investigar, solicitando nomes e oficialização das denúncias para tomar providências, mas não há atualizações públicas sobre resoluções até 2025.
Condições de Trabalho e Desafios no HGE de Alagoas em 2025: Um Retrato Preocupante
O Hospital Geral do Estado (HGE) de Alagoas, referência no atendimento de urgência e emergência, continua enfrentando uma série de desafios que têm gerado preocupação entre servidores e pacientes. Relatos de trabalhadores apontam para um ambiente de tensão interna, marcado por denúncias de práticas de assédio moral e por possíveis interferências políticas na gestão de pessoal.
Segundo fontes internas, há queixas sobre chefias indicadas politicamente e sobre a utilização de instrumentos administrativos, como denuncias estimuladas a ouvidoria ,com fatos que não correspondem a realidade, para fins de perseguição a servidores considerados desafetos. Essas práticas, se confirmadas, revelariam um cenário de insegurança e desvalorização profissional, que afeta diretamente a qualidade do atendimento à população.
Outro ponto levantado por funcionários é o elevado número de trabalhadores sem vínculo estatutário, contratados de forma temporária ou por indicação política, o que gera instabilidade e fragilidade nas relações de trabalho. No final de outubro de 2025, circularam informações sobre demissões no setor de nutrição, fato que, segundo comentários internos, teria motivações políticas relacionadas ao pleito eleitoral de 2026.
Além das questões administrativas, há também relatos sobre dificuldades estruturais. Entre os problemas mencionados estão infiltrações( goteira do banheiro da UTI próximo a saída do refeitório), condições insalubres em áreas de setores sensíveis, e até mesmo a presença de pragas, como escorpiões — situação que exige atenção urgente das autoridades sanitárias e da gestão hospitalar.
Essas denúncias, se devidamente apuradas, evidenciam a necessidade de uma investigação transparente por parte dos órgãos competentes, a fim de garantir um ambiente de trabalho digno e condições adequadas para o atendimento hospitalar.
O HGE de Alagoas é uma instituição essencial para a saúde pública do estado. Por isso, o debate sobre suas condições internas deve ser conduzido com seriedade, transparência e respeito aos profissionais que mantêm o hospital em funcionamento, muitas vezes em condições adversas.
Contexto Estadual em Alagoas
Alagoas tem enfrentado um aumento significativo de denúncias de assédio moral no serviço público e em unidades de saúde:
- O Ministério Público do Trabalho (MPT-AL) registrou 225 denúncias em 2022 (alta de 30,8% em relação a 2021), com foco em humilhações e isolamento. Em 2023, os números continuaram elevados, e nos primeiros meses de 2023, já havia 27 casos.
- O Sineal denunciou assédio em outras unidades, como a Santa Casa de Misericórdia de Penedo e o Hospital Nossa Senhora de Lourdes em Pilar, com encaminhamentos ao MPT e Coren-AL.
- Em 2016-2017, o MPT-AL contabilizou cerca de 200 denúncias de assédio moral em todo o estado.
Ações de Prevenção e Combate
- O Governo de Alagoas tem intensificado esforços para combater o assédio, especialmente no setor público: Campanha "Assédio Moral – Denuncie. Por você. Por todos" (lançada em maio de 2025): Iniciativa da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e Secretaria de Comunicação (Secom), com palestras, cartilhas e caravanas em órgãos como secretarias de Saúde, Planejamento e Turismo. A campanha enfatiza a Ouvidoria como canal de denúncia (acessível via e-sic.al.gov.br) e exemplos como ameaças de demissão ou tarefas vexatórias.
- Cartilha da CGE (2025): Lançada para servidores do Executivo Estadual, explicando conceitos, causas e amparo legal.
- Rede Estadual de Combate ao Assédio Moral (criada em 2024): Integra MP-AL, MPT, Judiciário, Defensoria Pública e CGE. Em novembro de 2024, o Grupo Intersecretarial desenvolveu um plano de ação (a ser aprovado pelo governador Paulo Dantas), com prazo de 180 dias para implementação, incluindo prevenção em instituições públicas.
- Ações Educativas: O Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador (Cerest-AL) promoveu palestras no MPT-AL em maio de 2025 sobre impactos na saúde mental. Hospitais como o Hospital da Mulher (em Maceió) receberam equipes da CGE para orientações.
Como Denunciar
- Ouvidoria do Governo de Alagoas: Pelo portal e-sic.al.gov.br ou app, de forma anônima se desejado.
- MPT-AL: Para casos trabalhistas, via site ou telefone (82) 2122-2800.
- Sindicatos: Sineal (para enfermagem) ou Sindprev-AL para apoio imediato.
- Coren-AL: Fiscaliza profissionais de saúde.
Impactos psicológicos do assédio moral
Ansiedade e Depressão: As vítimas frequentemente desenvolvem quadros de ansiedade e depressão. A pressão constante e as humilhações podem levar a sentimentos de desespero, tristeza profunda e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Estresse e Esgotamento: O estresse crônico resultante do assédio moral pode resultar em esgotamento profissional, conhecido como burnout. Isso se traduz em fadiga extrema, irritabilidade e uma sensação de incapacidade de lidar com as demandas do trabalho.
Distúrbios do Sono: Muitas vítimas relatam dificuldades para dormir, insônia e pesadelos, que são exacerbados pela ansiedade e pelo estresse contínuo.
Problemas Físicos: O impacto psicológico do assédio moral pode se manifestar fisicamente, resultando em sintomas como dores musculares, problemas gastrointestinais, hipertensão e outras condições de saúde que podem ser agravadas pelo estresse emocional.
Isolamento Social: O assédio moral pode levar ao isolamento social, onde a vítima se afasta de colegas e atividades sociais, aumentando a sensação de solidão e desamparo.
Baixa Autoestima: A repetição de humilhações e críticas pode corroer a autoestima da vítima, levando a uma percepção negativa de si mesma e de suas capacidades.
Importância do Apoio Psicológico
Dada a gravidade dos impactos psicológicos do assédio moral, é crucial que as vítimas busquem apoio psicológico. Profissionais de saúde mental podem ajudar na reabilitação, oferecendo estratégias para lidar com os efeitos do assédio e promovendo a recuperação emocional e a reintegração ao ambiente de trabalho.
Além disso, é fundamental que as organizações implementem políticas eficazes de prevenção e combate ao assédio moral, criando um ambiente de trabalho mais saudável e respeitoso. Isso inclui a promoção de treinamentos sobre o tema, canais de denúncia acessíveis e suporte psicológico para os trabalhadores.
Em resumo, o assédio moral não apenas prejudica o ambiente de trabalho, mas também tem consequências sérias para a saúde mental e física das vítimas, exigindo uma abordagem proativa para sua prevenção e tratamento.
Essas medidas visam criar ambientes mais respeitosos, mas denúncias como as do HGE mostram que desafios persistem no setor de saúde. Se você é vítima ou testemunha, procure apoio imediato para preservar sua saúde. Para mais detalhes sobre um caso específico, recomendo consultar o MPT-AL ou sindicatos locais.
Conclusão
O assédio moral no Hospital Geral do Estado de Alagoas é um problema grave que impacta não apenas a saúde mental dos profissionais, mas também a qualidade do atendimento prestado à população. As denúncias de humilhações e perseguições revelam a necessidade urgente de ações efetivas para garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso. É fundamental que as instituições de saúde implementem políticas de prevenção e ofereçam suporte psicológico às vítimas, promovendo um clima organizacional saudável. A luta contra o assédio moral deve ser uma prioridade para todos os envolvidos, assegurando a dignidade e o bem-estar dos trabalhadores da saúde.
Leia mais sobre o tema, e como se proteger no Link : Assédio Moral
PALAVRAS-CHAVE:assédio moral, HGE, saúde mental, enfermagem, denúncias, condições de trabalho, prevenção, Sindicato dos Enfermeiros, Coren-AL, Governo de Alagoas
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