Os países em desenvolvimento presentes na cúpula do Brics na segunda-feira ignoraram a acusação do presidente Donald Trump de que são "antiamericanos", com o presidente brasileiro dizendo que o mundo não precisa de um imperador após o líder americano ameaçar impor tarifas extras ao bloco.
A ameaça de Trump na noite de domingo ocorreu enquanto o governo dos EUA se preparava para finalizar dezenas de acordos comerciais com diversos países antes do prazo final de 9 de julho para a imposição de "tarifas retaliatórias" significativas.
O governo Trump não pretende impor imediatamente uma tarifa adicional de 10% contra os países do Brics, como ameaçou, mas prosseguirá se os países individuais adotarem políticas que seu governo considere "antiamericanas", de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
Ao final da cúpula do Brics no Rio de Janeiro, Lula se mostrou desafiador quando questionado por jornalistas sobre a ameaça tarifária de Trump: "O mundo mudou. Não queremos um imperador. Não queremos um imperador."
"Este é um grupo de países que quer encontrar outra maneira de organizar o mundo do ponto de vista econômico. Acho que é por isso que os Brics estão deixando as pessoas desconfortáveis."
Em fevereiro, Trump alertou que os países do Brics enfrentariam "tarifas de 100%" se tentassem minar o papel do dólar americano no comércio global. A presidência brasileira do Brics havia recuado nos esforços para promover uma moeda comum para o grupo, propostos por alguns membros no ano passado.
Na segunda-feira, Lula repetiu sua visão de que o comércio global precisa de alternativas ao dólar americano.
“O mundo precisa encontrar uma maneira de que nossas relações comerciais não precisem passar pelo dólar”, disse Lula a jornalistas no final da cúpula do Brics no Rio de Janeiro.
Obviamente, temos que ser responsáveis e fazer isso com cuidado. Nossos bancos centrais precisam discutir isso com bancos centrais de outros países. Isso é algo que acontece gradualmente até que se consolide.
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| O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, em 7 de julho de 2025. Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes |
Outros membros do Brics também reagiram às ameaças de Trump de forma mais sutil.
O presidente Cyril Ramaphosa disse aos repórteres que o grupo não busca competir com nenhuma outra potência e expressou confiança em chegar a um acordo comercial com os EUA.
“Tarifas não devem ser usadas como ferramenta de coerção e pressão”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em Pequim.
Os Brics defendem uma “cooperação vantajosa para todos”, acrescentou, e “não têm como alvo nenhum país”.
- A reação de Lula (em 7 de julho, no encerramento da cúpula do BRICS no Rio de Janeiro)
- Lula afirmou que "o mundo mudou. Nós não queremos um imperador", criticando Trump por ameaçar países “pela internet”
- Reforçou a ideia de que os países são “soberanos” e têm o direito de exercer reciprocidade comercial
Defendeu o BRICS como um modelo plurilateral e democrático, sem intenção de confrontar ninguém, mas buscando alternativas ao domínio do dólar
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🖥️ FONTES:
Com Agências
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