Edmundo González Urrutia: "A Venezuela é refém de uma estrutura de poder que negocia a liberdade como quem negocia reféns."
O presidente eleito comemorou a libertação de mais de 40 presos políticos, mas afirmou que se trata de um mecanismo de controle e pressão usado pela ditadura de Nicolás Maduro.
As recentes libertações de cidadãos venezuelanos e americanos geraram intenso debate político na Venezuela. O presidente eleito, Edmundo González Urrutia, celebrou essas libertações, mas alertou sobre as condições em que ocorreram.
Pelo menos 59 presos políticos foram libertados pelo regime de Maduro após o confronto com os Estados Unidos.
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| Edmundo González Urrutia, presidente da Venezuela |
O líder da oposição afirmou que o que ocorreu nas últimas horas prova que “a Venezuela está sendo mantida refém por uma estrutura de poder que negocia a liberdade como quem negocia reféns”. Ele esclareceu que o que foi apresentado publicamente como uma demonstração de justiça é, na realidade, uma negociação — mais semelhante a uma troca de reféns do que a um processo judicial legítimo.
O diplomata foi categórico em sua recusa a considerar as libertações um ato de justiça. Enfatizou que esses eventos são resultado de “meses de pressão internacional” e refletem disputas internas dentro do próprio regime venezuelano. Segundo ele, a libertação não deve ser interpretada como uma demonstração de funcionamento do sistema judicial, mas como resultado da pressão de fatores externos e internos sobre o partido no poder.
O Comando da Venezuela informou que quase mil pessoas continuam detidas por Maduro, apesar das recentes libertações.
Além disso, González Urrutia aproveitou o momento para levantar uma série de questões que o regime chavista ainda não respondeu. Ele questionou quem se opôs à implementação dos acordos firmados, por que nenhuma mulher foi libertada e qual é a situação de outros indivíduos constados em listas anteriores que permanecem presos após a recente onda de libertações. Essas perguntas evidenciam a falta de transparência por parte da ditadura de Nicolás Maduro.
Por fim, González Urrutia explicou a natureza do atual sistema político venezuelano, que descreveu como “um sistema que distribui o poder com base na chantagem, no sequestro, na prisão e no medo”, referindo-se ao uso sistemático do encarceramento como instrumento de controle e pressão. Apesar dessa visão crítica, ele manteve sua confiança em uma transição política, prevendo um país "democrático, livre e aliado das nações que respeitam os direitos humanos".
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Com Agências
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