Em 2025, os estados do Nordeste do Brasil enfrentaram um cenário complexo em relação às arboviroses, que incluem dengue, Zika e chikungunya. A seguir, apresento um resumo dos dados mais relevantes sobre a situação dessas doenças na região.
Dengue
Até maio de 2025, a Paraíba registrou mais de 5.533 casos de dengue, Zika e chikungunya. O Brasil, como um todo, ultrapassou a marca de 1 milhão de casos prováveis de dengue, com um total de 1.008 mortes confirmadas até o final de maio. A dengue continua a ser uma preocupação significativa, especialmente em estados como Pernambuco e Bahia, onde as autoridades de saúde têm implementado campanhas de conscientização e controle de vetores para mitigar a propagação da doença.
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Aedes aegypti e Ae. albopictus
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Zika
O vírus Zika também permanece uma preocupação na região. Em 2025, foram registrados mais de 11.500 casos de Zika em todo o Brasil, com a maioria dos casos concentrados no Nordeste. A infecção pelo Zika é particularmente preocupante devido ao seu impacto em gestantes, podendo causar microcefalia e outras complicações em recém-nascidos.
Chikungunya
A chikungunya continua a ser uma preocupação crescente, com a Paraíba e Pernambuco reportando um número significativo de casos. Em 2025, o Brasil registrou 42.785 casos prováveis de chikungunya nas primeiras semanas do ano, embora tenha havido uma redução em comparação com os anos anteriores. No entanto, a persistência da doença e a possibilidade de surtos esporádicos ainda são uma realidade, exigindo vigilância contínua.
Medidas de Controle e Vigilância
- Os estados nordestinos têm adotado várias estratégias para controlar a disseminação dessas doenças:
- Campanhas de Conscientização: Mobilização da população para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti e reconhecer os sintomas das arboviroses.
- Monitoramento Epidemiológico: As autoridades de saúde estão atentas ao surgimento de novos casos e implementando medidas de resposta rápida.
- Colaboração Interinstitucional: O trabalho conjunto entre governos estaduais, municipais e a população é essencial para o sucesso das iniciativas de controle.
O mosquito Aedes aegypti é um dos principais vetores de arbovírus, incluindo dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Aqui estão alguns pontos importantes sobre esse mosquito e seu impacto na saúde pública:
Características do Aedes aegypti
- Identificação: O Aedes aegypti é facilmente reconhecível por suas listras brancas no corpo e nas pernas. É um mosquito menor em comparação com outros tipos comuns.
- Habitat: Este mosquito é predominantemente encontrado em áreas urbanas, onde se reproduz em água parada, como em recipientes, pneus, e outros locais que acumulam água.
- Comportamento: O Aedes aegypti tem hábitos diurnos, alimentando-se principalmente de sangue humano ao amanhecer e ao entardecer.
Transmissão de Arbovírus
Dengue: O vírus da dengue é transmitido principalmente pelo Aedes aegypti, causando febre alta, dores musculares e articulares. Estima-se que cerca de 390 milhões de infecções ocorram anualmente em todo o mundo.
Zika: A infecção pelo vírus Zika, também transmitida por esse mosquito, é especialmente preocupante em gestantes, pois pode causar malformações congênitas nos bebês.
Chikungunya: Este vírus causa febre e dores articulares intensas, que podem persistir por longos períodos.
Febre Amarela: Embora a febre amarela tenha um ciclo silvestre, o Aedes aegypti é um vetor importante em áreas urbanas.
Controle e Prevenção
Medidas de Controle: A eliminação de criadouros é fundamental para o controle do Aedes aegypti. Isso inclui a remoção de água parada e a conscientização da população sobre a importância de manter os ambientes limpos.
Resistência a Inseticidas: O aumento da resistência a inseticidas tem dificultado os esforços de controle, tornando essencial a pesquisa de novas estratégias, como o uso de bactérias como Wolbachia para reduzir a capacidade de transmissão de vírus.
Mudanças Climáticas: Fatores como mudanças climáticas e urbanização têm contribuído para a expansão geográfica do Aedes aegypti, aumentando o risco de surtos de doenças transmitidas por esse vetor.
O Aedes aegypti representa um desafio significativo para a saúde pública, e a colaboração entre autoridades de saúde e a comunidade é crucial para mitigar os riscos associados a essas arboviroses.
Em resumo, 2025 tem sido um ano desafiador para as arboviroses no Nordeste do Brasil, com a dengue, Zika e chikungunya ainda representando riscos significativos à saúde pública. A continuidade das ações de prevenção e controle é fundamental para proteger a população e reduzir a incidência dessas doenças.