Desvendando a Esquizofrenia: a intrincada dança das variantes Genéticas |
De uma perspectiva genética, cada um de nós é singular devido a sutis variações em nossas sequências de DNA, denominadas variantes genéticas, algumas das quais têm efeitos notáveis, visíveis e compreensíveis, que vão desde a coloração de nossos olhos até o risco de desenvolver esquizofrenia, uma condição psiquiátrica incapacitante que aflige inúmeros indivíduos globalmente. Durante um extenso período, estudiosos mergulharam nos genomas completos de milhares de pessoas por meio de estudos de associação genômica ampla (GWAS), com o intuito de identificar aproximadamente 5.000 variantes genéticas associadas à esquizofrenia. Agora, pesquisadores da Escola de Medicina da UNC e seus colegas embarcaram na árdua jornada de discernir quais destas variantes desempenham um papel causal no desenvolvimento da esquizofrenia. Nessa empreitada, estão desvendando o fato de que algumas variantes genéticas atuam como reguladores ou alteram a expressão dos genes envolvidos na patologia.
A pesquisa em questão, publicada na respeitada revista Cell Genomics, assinala um significativo avanço na nossa compreensão da base genética subjacente à esquizofrenia. Conforme enfatizado pelo autor sênior, o Dr. Hyejung Won, Ph.D., professor associado de genética na Faculdade de Medicina da UNC, "Nossas descobertas não apenas proporcionam uma perspicácia sobre o intricado panorama regulatório dos genes, mas também oferecem uma abordagem inovadora para decifrar o efeito cumulativo das variantes genéticas na regulação genética de indivíduos com esquizofrenia. Tal compreensão poderia, em perspectiva, abrir portas para intervenções e terapias mais precisas no futuro, uma vez que as opções terapêuticas atuais se mostram limitadas e, lamentavelmente, ineficazes para alguns pacientes."
Para este estudo, a Dra. Won e os primeiros autores, Jessica McAfee e Sool Lee, ambos estudantes de pós-graduação na UNC-Chapel Hill, lideraram uma equipe internacional de pesquisadores originários da UCLA, Harvard, Universidade de Michigan e do Human Technopole, localizado na Itália. A meta primordial dessa equipe consistia em desenvolver uma metodologia para discernir as variantes genéticas que carecem de relevância biológica daquelas que desempenham um papel crucial no desenvolvimento da esquizofrenia. Esta empreitada, contudo, está longe de ser simples, devido a diversas razões, dentre as quais destaca-se o fato de que as variantes genéticas frequentemente são herdadas dos progenitores. Consequentemente, é concebível que duas variantes genéticas associadas à doença coexistam lado a lado, com uma influenciando de modo substancial a expressão genética, enquanto a outra pode permanecer inerte no contexto da doença.
A fim de superar esse desafio, os investigadores empregaram uma técnica de vanguarda denominada Ensaio Repórter Massivamente Paralelo (MPRA), essencialmente uma técnica de sequenciamento genético capaz de analisar quais variantes provocam a expressão genética e quais permanecem inativas. Para efetivar esse método, as 5.000 variantes foram inseridas em células cerebrais humanas cultivadas em placas, células que desempenham um papel crucial no desenvolvimento inicial do cérebro. Essas variantes podiam, ou não, induzir a expressão de seus genes subjacentes e eram identificadas por meio de códigos de barras genéticos exclusivos, compostos por uma sequência de DNA de 20 pares de bases. O MPRA elucidou a existência de 439 variações genéticas dotadas de efeitos biológicos tangíveis, ou seja, capazes de modular a expressão genética.
Como salientado pelo Dr. Won: "Tradicionalmente, os cientistas têm se valido de outros dados epigenéticos, como a ligação de fatores de transcrição e a identificação bioquímica de enhancers, para identificar variantes com impacto biológico. Contudo, esses métodos convencionais não têm logrado prever uma parcela substancial das variantes que identificamos como portadoras de efeitos biológicos. Nosso trabalho aponta para um vasto reservatório de variantes até então não exploradas, dotadas de efeitos biológicos significativos."
Com o propósito de compreender como essas variantes interagem e influenciam coletivamente a atividade genética, o Dr. Won e seus colegas conceberam um novo modelo que amalgama os dados do MPRA com informações sobre a arquitetura da cromatina nas células cerebrais, ou seja, os elementos genéticos cruciais para a organização do DNA nas células cerebrais. Por meio dessa abordagem inovadora, os pesquisadores conseguiram estabelecer vínculos entre essas 439 variantes e os processos de ativação ou supressão dos genes.
Em suma, a esquizofrenia é uma afecção complexa e altamente hereditária. A identificação dessas 439 variantes potencialmente causadoras representa um marco significativo, embora ainda haja um longo caminho a percorrer na desvenda dessa intricada arquitetura genética que conduz à manifestação dessa complexa enfermidade mental. Este estudo lança as bases para uma compreensão mais profunda do mecanismo biológico subjacente a essa condição, o que, no futuro, pode conduzir ao desenvolvimento de terapias altamente específicas e eficazes.
AR News
Continue a leitura do texto após o anúncio:
Confira>> Últimas Notícias 🌎
Siga-nos |
📙 GLOSSÁRIO:
🖥️ FONTES :
Com Agências :
NOTA:
O AR NEWS publica artigos de várias fontes externas que expressam uma ampla gama de pontos de vista. As posições tomadas nestes artigos não são necessariamente as do AR NEWS NOTÍCIAS.
🔴Reportar uma correção ou erro de digitação e tradução :Contato ✉️
Continue a leitura no site após o anúncio: