China e Sudeste Asiático cooperam para combater quadrilhas de crimes virtuais
A China e países vizinhos como Tailândia, Mianmar e Laos lançaram recentemente uma operação conjunta para reprimir crimes transfronteiriços como fraudes nas telecomunicações, jogos ilegais, tráfico humano e sequestros na região.
Repressão a fraudes online intensifica cooperação China-Sudeste Asiático |
Em apenas quatro dias de operação, 24 suspeitos de fraudes nas telecomunicações foram trazidos de Mianmar para a China, destacando a determinação dos países em combater essas atividades criminosas que causam grande prejuízo financeiro e sofrimento aos cidadãos.
Os quatro países envolvidos criaram um centro de coordenação em Chiang Mai, na Tailândia, para cooperação policial no combate às quadrilhas especializadas em crimes cibernéticos e de telecomunicações.
A China resolveu com sucesso mais de 400 mil casos relacionados a fraudes e crimes nas telecomunicações em 2021, com prisão de mais de 350 líderes de grupos criminosos. Estima-se que 80% dos fraudadores contra cidadãos chineses estejam baseados no exterior, dificultando o combate e recuperação de prejuízos.
A região do Sudeste Asiático se tornou um terreno fértil para essas atividades ilegais devido ao subdesenvolvimento econômico, sistemas jurídicos precários e conflitos armados decorrentes de divisões políticas. Além disso, a extensa fronteira e os laços culturais entre China e vizinhos possibilitam ações de quadrilhas.
Dados do Ministério de Segurança Pública chinês indicam que, com o aumento da repressão no país, muitas quadrilhas transferiram operações para Filipinas, Camboja e especialmente o norte de Mianmar, que abriga 68,5% dos casos no exterior.
O caso de um estudante chinês resgatado de um parque de fraudes em Mianmar ilustra o alcance do problema. Ele foi enganado devido a dívidas e obrigado a trabalhar sob vigilância por 18 horas diárias. Seu drama só veio à tona quando um amigo postou vídeo nas redes sociais.
Mianmar se tornou uma espécie de paraíso para essas operações, com cadeias de fraude bem desenvolvidas. Novas leis que permitem cassinos a estrangeiros agregaram aspectos de jogos ilegais à indústria do vício.
Para combater o problema, a China mantém cooperação próxima com vizinhos, visando desenvolvimento econômico e aprimoramento dos sistemas jurídicos e regulatórios, eliminando causas fundamentais do crime.
Além disso, o país aumentou o controle de fronteiras e fez campanhas para desestimular cidadãos de irem ao exterior praticar atividades ilegais. Só em 2021, mais de 210 mil pessoas no exterior foram persuadidas a voltar.
A conscientização da população sobre prevenção a fraudes nas telecomunicações também cresceu. As quadrilhas utilizam tecnologias como big data e inteligência artificial para operações cada vez mais sofisticadas, tornando qualquer um uma vítima em potencial.
Embora a operação conjunta represente um avanço, provavelmente levará tempo para erradicar completamente as causas dessas atividades, dado seu amplo alcance e pessoal envolvido. A repressão conjunta precisa continuar para desmantelar as quadrilhas e punir seus líderes.
O caso ilustra a complexidade do problema e os desafios de reprimir crimes transfronteiriços. A cooperação internacional é fundamental para desarticular as operações criminosas, recuperar prejuízos e levar os responsáveis à justiça, protegendo os cidadãos dos países afetados.
Cooperação China-ASEAN no combate ao crime virtual é criticada por hacking chinês
Embora a cooperação entre China e países vizinhos no combate a crimes cibernéticos seja positiva, também é importante reconhecer críticas legítimas ao governo chinês nessa área.
Há evidências de que o governo chinês já apoiou ou pelo menos tolerou a atuação de hackers chineses invadindo sistemas de países como Estados Unidos, Inglaterra e outros.
Isso é problemático por diversos motivos:
- Viola a soberania e segurança cibernética de outros países, causando prejuízos.
- Pode comprometer informações confidenciais de governos, empresas e cidadãos.
- Prejudica a imagem internacional da China como possível potência responsável.
- Contradiz o princípio chinês de não interferência em assuntos internos de outros países.
- Cria desconfiança e animosidade em relações bilaterais importantes para a China.
- Incentiva uma mentalidade de conflito ao invés de cooperação nas relações internacionais.
- O governo chinês argumenta que não apoia hackers ilegais. Porém, ao mesmo tempo, evidências mostram complacência historicamente em punir crimes cibernéticos quando a vítima é estrangeira.
Para que a cooperação regional no combate ao crime cibernético seja efetiva e confiável, a China também precisa respeitar a segurança digital de outros países, investigando e punindo hackers dentro de seu território. Maior transparência e disposição para colaborar contra crimes cibernéticos ajudaria a legitimar mais sua posição de liderança.
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