Caos e criminalidade em Lahaina após incêndios no Havaí

As pessoas assistem enquanto a fumaça e as chamas enchem o ar de incêndios florestais violentos na Front Street, no centro de Lahaina, Maui, na terça-feira, 8 de agosto de 2023. (Alan Dickar via AP)

Moradores de Lahaina dizem que, à noite, sobreviventes desesperados estão assaltando pessoas sob a mira de armas enquanto esperam por comida e abrigo após os incêndios.
Há relatos de saques a empresas e residências. Alguns moradores dizem que a situação está fora de controle.
Milhares de estruturas foram destruídas pelos incêndios, forçando a evacuação dos residentes. Apenas 3% da área foi vasculhada em busca de vítimas.
O governador do Havaí visitou a área no sábado e disse que cerca de 2.200 prédios foram danificados ou destruídos, a maioria residências.
Pelo menos 96 mortes foram confirmadas e 24 pessoas ficaram feridas. Espera-se que o número de vítimas aumente.
Vários incêndios ainda estão ativos em Maui, incluindo o de Lahaina que já queimou mais de 2.700 acres.
Moradores e empresas estão pedindo ajuda através de doações depois de perderem tudo nos incêndios.

Sobreviventes de incêndio no Havaí relatam saques e roubos

Moradores de Lahaina, no Havaí, relatam cenas de desespero, saques e roubos após os incêndios florestais que destruíram a região na semana passada. Segundo residentes, à noite grupos de sobreviventes desesperados têm assaltado pessoas sob a mira de armas enquanto aguardam por comida e abrigo.

De acordo com Matt Robb, co-proprietário de um bar em Lahaina, não há presença suficiente das forças de segurança na área. "As pessoas estão sendo estupradas e saqueadas. Quero dizer, eles estão revirando as casas. E durante o dia está tudo bem. Onde está o apoio? Não acho que nossos governantes saibam como lidar com isso agora", desabafou.

Jeremy Aganos, dono de um restaurante na cidade, relatou que seu estabelecimento foi saqueado. Ele classificou a situação como "caos total" para quem busca ajuda após perder tudo nos incêndios. Agora, Aganos tenta reconstruir seu negócio através de uma vaquinha online.

Incêndios no Havaí: população de Lahaina denuncia saques e fome

Outro morador, Barrett Procell, conta que ele e sua esposa estão desabrigados, vestindo roupas doadas. Ele afirma compreender as ações desesperadas de alguns sobreviventes. "Quando seus filhos estão morrendo de fome depois de quase morrerem queimados e a polícia não deixa as pessoas entrarem para atender às necessidades, você pode recorrer a medidas desesperadas", declarou.

Um morador do Oregon que viajou para ajudar também acabou assaltado logo na chegada, segundo a imprensa local. Nas redes sociais, relatos dão conta de saques generalizados pela cidade de Lahaina, com criminosos invadindo até mesmo propriedades já destruídas pelo fogo.

O cenário é desolador um semana após o desastre. Estima-se que milhares de imóveis tenham sido afetados, a maioria residências. Somente 3% da área arrasada pelas chamas foi vasculhada por equipes de resgate e cães farejadores em busca de corpos.

No sábado, o governador do Havaí, Josh Green, sobrevoou a região e informou que cerca de 2.200 prédios sofreram danos ou foram totalmente destruídos pelo fogo em West Maui. Até agora, 96 mortes foram confirmadas e 24 pessoas ficaram feridas pelas chamas.

Vários focos de incêndio ainda estão ativos no condado de Maui. O mais grave é o de Lahaina, que já consumiu mais de 2.700 acres, mas se encontra 85% contido. Outro incêndio, mais ao sul, em Kula, já destruiu 678 acres e está 60% controlado.

Sem controle, crimes se alastram em Lahaina após incêndio

Enquanto os incêndios ainda ardem, moradores e empresários tentam reconstruir suas vidas. Muitos perderam absolutamente tudo sob as chamas e agora enfrentam não só as dificuldades do desabrigo e da fome, mas também a criminalidade crescente na região.

Organizações humanitárias e agências governamentais estão sendo cobradas a ampliar o apoio emergencial às milhares de vítimas do desastre. A presença das forças de segurança precisa ser reforçada para conter os frequentes assaltos noturnos e os saques generalizados tanto a empresas quanto a residências destruídas.

Sobreviventes pedem doações através de campanhas online para conseguir se reerguer e reconstruir Lahaina. As autoridades do Havaí terão um enorme desafio para restabelecer a ordem na cidade, atender às necessidades da população desabrigada e retomar serviços essenciais o quanto antes.

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