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História e epidemiologia : a área pestígena de Alagoas

Alagoas : Área Pestígena

A 100 km de Maceió tem início a área pestígena de Alagoas



O último caso de peste em humanos, no Brasil, foi registrado em 2004, por isso, o infectologista Celso Tavares alerta que não se pode baixar a guarda. Na tese de doutorado, o infectologista afirma:

 

"A persistência desses focos, a manutenção e ampliação dos bolsões de pobreza e a desestruturação dos serviços públicos oferecem um campo fértil para a sua propagação, inclusive para centros urbanos. O deslocamento de infectados torna a peste uma ameaça real e permanente".


Em Alagoas, relata o médico, a peste não chegou pelo porto, como na maioria das áreas com focos da doença.

 

"No início do século XX, o empreendedor Delmiro Gouveia abriu estradas para transportar a produção da fábrica têxtil para o porto de Recife, e trazia de lá mantimentos. Nos caçuás dos burros vieram os ratos contaminados pela doença, que se espalhou por Quebrangulo e Palmeira dos Índios. Muita gente perdeu parentes nesse período, inclusive Graciliano Ramos", contou Celso.


Hoje, a peste é uma doença silvestre, ou seja, acomete os animais, mas é preciso controlar a população de roedores e pulgas contaminados, para evitar que, acidentalmente, a doença acometa novamente os humanos.

 

"Num Estado com os índices sociais negativos que nós temos, com uma população pobre, desassistida e sem acesso à informação e à formação escolar, qualquer doença infecciosa é um grande risco", ressaltou o médico.

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O controle efetivo de uma epidemia de peste é sempre o objetivo principal das autoridades de saúde. A peste é uma doença infecciosa causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida principalmente por pulgas que infestam roedores, como ratos. Embora seja uma doença rara nos tempos modernos, ainda pode ocorrer em algumas áreas do mundo, incluindo o Brasil.

No caso específico de Alagoas, se houver um surto de peste, as autoridades de saúde devem implementar medidas para controlar a disseminação da doença e tratar os casos existentes. Isso geralmente envolve identificar e isolar os pacientes infectados, fornecer tratamento adequado com antibióticos e realizar ações de controle de vetores para reduzir a população de pulgas infectadas.

O silêncio epidemiológico não é uma estratégia desejável quando se trata de uma doença infecciosa potencialmente perigosa, como a peste. O silêncio epidemiológico implica em esconder ou negligenciar informações sobre a ocorrência da doença, o que pode levar a uma disseminação descontrolada e colocar a saúde pública em risco. Portanto, é crucial que as autoridades de saúde estejam atentas e transparentes sobre a presença da peste e tomem medidas adequadas de controle e prevenção.

Além disso, é importante ressaltar que a peste é uma doença que pode ser tratada com sucesso se diagnosticada precocemente e se o tratamento adequado for administrado. O uso de antibióticos eficazes geralmente leva à recuperação dos pacientes infectados. Portanto, o foco principal deve ser o controle efetivo da doença para evitar a propagação e proteger a saúde da população.

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Introdução


A peste, causada pela bactéria Yersinia pestis, é uma doença infecciosa que historicamente teve impacto significativo no Brasil, principalmente durante o período colonial. A doença é transmitida principalmente por pulgas infectadas que infestam roedores, como ratos. Existem três formas principais de peste: bubônica, septicêmica e pneumônica.

Na história brasileira, destacam-se os surtos de peste bubônica que ocorreram em cidades portuárias, onde a presença de ratos e pulgas era mais comum. Esses surtos causaram grande impacto na população e exigiram intervenções significativas para controlar a disseminação da doença.

Atualmente, a peste é considerada uma doença rara no Brasil. Com o avanço das medidas de saúde pública, melhorias nas condições sanitárias e avanços na medicina, a incidência da doença diminuiu significativamente. O controle de vetores, como pulgas e roedores, bem como o tratamento adequado com antibióticos, são medidas cruciais para prevenir e controlar a doença.

A região Norte do Brasil, mais especificamente os estados do Pará, Maranhão e Ceará, tem sido identificada como área endêmica para a peste nos últimos anos. Essa região apresenta condições propícias para a proliferação de roedores e suas pulgas, que são os principais vetores da doença.

É importante ressaltar que embora a peste seja considerada endêmica nessas regiões, a incidência de casos é baixa e controlada pelas autoridades de saúde. A vigilância epidemiológica, o controle de roedores e pulgas, juntamente com medidas de prevenção e tratamento adequado, são realizados para evitar a disseminação da doença.

As autoridades de saúde do Brasil, incluindo o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de saúde, têm sistemas de vigilância e controle para detectar e responder a qualquer caso suspeito de peste. Essas instituições também são responsáveis por fornecer orientações e informações atualizadas sobre a doença, medidas de prevenção e tratamento adequado.

Em resumo, embora a peste tenha tido um impacto significativo no Brasil no passado, a doença é considerada rara atualmente. O controle efetivo de vetores, o tratamento adequado e as medidas de prevenção têm contribuído para a diminuição dos casos. A vigilância contínua e a conscientização sobre a doença são importantes para garantir a pronta detecção e resposta a qualquer caso suspeito no país.

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Introdução: Aspectos epidemiológicos


A peste continua sendo um risco potencial em diversas partes do mundo, devido à persistência da infecção em roedores silvestres e ao seu contato com roedores comensais. Focos naturais de peste persistem na África, Ásia, sudeste da Europa e América do Norte e América do Sul. Na América do Norte, tem sido comprovada a existência da peste na região ocidental dos Estados Unidos. Na América do Sul, a peste tem sido notificada pelos seguintes países: Brasil, Bolívia, Equador e Peru.


No Brasil, existem duas áreas principais de focos naturais: Nordeste e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.


O foco do Nordeste está localizado na região semiárida do Polígono das Secas, em vários estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia), e no nordeste de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha), além de outra zona pestosa nesse estado, fora do Polígono das Secas (Vale do Rio Doce)
O foco de Teresópolis fica localizado na Serra dos Órgãos, nos limites dos municípios de Teresópolis, Sumidouro e Nova Friburgo


Peste


A peste bubônica também é conhecida como peste negra. Tal denominação surgiu graças a um dos momentos mais aterrorizantes da história da humanidade protagonizado pela doença: durante o século 14, ela dizimou um quarto da população total da Europa (cerca de 25 milhões de pessoas).


A peste é causada pela bactéria Yersinia pestis e apesar de ser comum entre roedores, como ratos e esquilos, pode ser transmitida por suas pulgas (Xenopsylla cheopis) para o homem. Isso só acontece quando há uma epizootia, ou seja, um grande número de animais contaminados. Deste modo, o excesso de bactérias pode entupir o tubo digestivo da pulga, o que causa problemas em sua alimentação. Esfomeada, a pulga busca novas fontes de alimento (como cães, gatos e humanos). Após o esforço da picada, ela relaxa seu tubo digestivo e libera as bactérias na corrente sangüínea de seus hospedeiros.
A doença leva de dois a cinco dias para se estabelecer. Depois surgem seus primeiros sintomas, caracterizados por inflamação dos gânglios linfáticos e uma leve tremedeira. Segue-se então, dor de cabeça, sonolência, intolerância à luz, apatia, vertigem, dores nos membros e nas costas, febre de 40oC e delírios. O quadro pode se tornar mais grave com o surgimento da diarréia e pode matar em 60% dos casos não tratados.

Atualmente o quadro de letalidade é mínimo devido à administração de antibióticos, como a tetraciclina e a estreptomicina. Também existem vacinas específicas que podem assegurar a imunidade quando aplicadas repetidas vezes. No entanto, a maneira mais eficaz de combate à doença continua a ser a prevenção com o extermínio dos ratos urbanos e de suas pulgas.



Coleção de Yersinia spp.


A coleção de Yersinia spp. teve início em 1966 com o Plano Piloto de Peste em Exu (PPP), projeto patrocinado pelo governo brasileiro e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que desenvolveu um amplo programa de pesquisas na Chapada do Araripe-PE de julho de 1966 a novembro de 1974. Nesse período, foram isoladas 661 cepas de Yersinia pestis de casos humanos e de roedores e pulgas A coleção foi transferida para o CPqAM em 1982 e, até 1997, recebeu novos isolados durante ações de vigilância e controle da peste em áreas focais, sendo incorporados os últimos espécimes obtidos no Brasil.


Atualmente a coleção é composta por mais de 980 cepas: a) Y. pestis - 917 brasileiras e 15 estrangeiras isoladas nos EUA, Peru, Vietnam, Iran, Java, Birmânia e fornecidas pelo Instituto Pasteur de Paris (IPP/França), Instituto Nacional de Saúde (INS/Peru), Centers for Disease Control and Prevention (CDC/EUA) e Universidade de Cleveland (EUA); b) Y. pseudotuberculosis – 5 do IPP/França; c) Y. enterocolitica – 5 do IPP/França, 20 do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ) e 20 do Serviço de Referência em Yersinia de Araraquara/SP.

O acervo é considerado considerado coleção de serviço, referência e pesquisa e está incorporado ao Serviço de Referência em Peste (SRP) do CPqAM, referência nacional para o Ministério da Saúde. As culturas são mantidas no Laboratório de Biossegurança Nível 3 (NB3) da instituição. A preservação desse patrimônio, único no Brasil e o maior da América do Sul, para estudos comparativos no futuro é de extrema relevância.

A 100 km de Maceió tem início a área pestígena de Alagoas


A peste foi introduzida no Brasil em 1899 pelo porto de Santos-SP, e os primeiros casos ocorreram em outubro, devidamente documentados por Vital Brasil e Oswaldo Cruz.

Foco de Peste do Agreste: Chapada da Borborema, estendendo-se do Rio Grande do Norte a Alagoas

A peste foi introduzida no Brasil em 1899 pelo porto de Santos-SP, e os primeiros casos ocorreram em outubro, devidamente documentados por Vital Brasil e Oswaldo Cruz. A partir daí, a zoonose disseminou-se pelo país: portos do Rio de Janeiro e de Fortaleza, em 1900; de Pernambuco e do Rio Grande do Sul, em 1902; do Pará e Maranhão, em 1903; da Bahia, em 1904; do Paraná, Espírito Santo e Sergipe, em 1906; da Paraíba, em 1912 e de Alagoas, em 1914, pelo sertão

"No início do século XX, o empreendedor Delmiro Gouveia abriu estradas para transportar a produção da fábrica têxtil para o porto de Recife, e trazia de lá mantimentos. Nos caçuás dos burros vieram os ratos contaminados pela doença, que se espalhou por Quebrangulo e Palmeira dos Índios. Muita gente perdeu parentes nesse período, inclusive Graciliano Ramos",(Celso Tavares)

28% do território Alagoano faz parte da chamada 'área pestígena


Aqui em Alagoas, por exemplo, 28% do território faz parte da chamada 'área pestígena', e os últimos casos foram notificados em 1972. A bactéria circula entre roedores nos focos do Nordeste e recentemente foram detectados canídeos sorologicamente positivos na serra dos Órgãos, como constatam os levantamentos realizados pelo Programa de Controle da Peste. O significado desse evento --a Yersinia pestis circula livremente nessas regiões-- estabelece que a peste continua a ameaçar os humanos. (Celso Tavares)
"A nossa sorte é que as drogas utilizadas nas DST podem ser eficazes na peste e, assim, 'atira-se no que se vê e acerta-se no que não se vê'. (Celso Tavares)

No Brasil, a doença sempre se manifestou por sua forma mais leve, a peste bubônica, que pode ser confundida, por exemplo, com algumas doenças sexualmente transmissíveis (DST). Nas unidades básicas nas áreas de risco, quase sempre distantes dos grandes centros, pode haver uma confusão, pois nelas utiliza-se o chamado 'diagnóstico sindrômico'. A nossa sorte é que as drogas utilizadas nas DST podem ser eficazes na peste e, assim, 'atira-se no que se vê e acerta-se no que não se vê'. A professora Alzira de Almeida e a equipe do Centro de Referência de Peste (CPqAM/Fiocruz) estão repletos de razão quando continuam insistindo na necessidade de conferirmos a devida prioridade à peste, o que atualmente não ocorre, pois a sociedade, os profissionais e autoridades de saúde desconhecem-na ou a esqueceram. As consequências desse fato são as mais diversas, porém a mais provável é que só diagnostiquemos uma epidemia após a ocorrência de mortes."(Celso Tavares)


📙 GLOSSÁRIO:


🖥️ FONTES :
 
Com Agências
Fonte: Pablo Ferreira  da  Fiocruz -Portal Saúde Gov  ,  Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz em Recife, centro nacional de referência para a peste bubônica e Blog Alagoas Real

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