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Funcionários municipais estavam envolvidos na pesca ilegal e podem ter matado Bruno e jornalista britânico Dom Phillips

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AR NEWS NOTÍCIAS   Brasil, Maceió    de junho de 2022

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occrp - Notícias sobre corrupção e crime organizado por uma rede global de jornalistas investigativos.



O especialista indígena Bruno Pereira, que foi assassinado no mês passado na Amazônia junto com o jornalista britânico Dom Phillips, descobriu que funcionários municipais estavam envolvidos na pesca ilegal e na caça ilegal em terras indígenas protegidas na Amazônia, disseram jornalistas brasileiros que foram informados por fontes.

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Os dois homens foram dados como desaparecidos em 5 de junho, pelo menos dois meses depois que Pereira começou a investigar denúncias feitas por indígenas sobre atividades ilegais em seu território. Ele seguiu as dicas junto com ativistas ambientais e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Phillips estava escrevendo um livro sobre como salvar a Amazônia.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ajudou dois jornalistas investigativos por meio de seu Programa de Proteção Tim Lopes a visitar o local onde os corpos de Pereira e Phillips foram encontrados e esclarecer o assassinato.

Um dos funcionários municipais que Pereira supostamente descobriu estar envolvido nas operações ilegais no Vale do Javari é um parente de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, que foi o primeiro suspeito preso pelo assassinato. Mais tarde, ele confessou e ajudou as autoridades a encontrar os corpos.

Um associado de Pereira disse à Abraji sob condição de anonimato que a rede ilegal estava atrás do peixe Pirarucu e da tartaruga Tracajá, apelidada de tartaruga do rio Amazonas - duas das espécies mais cobiçadas no mercado ilícito. Ovos de tartaruga também foram coletados e mamíferos de médio porte, como antas e javalis, foram caçados.

A caça furtiva e a pesca ilegal no Vale do Javari violam as leis ambientais brasileiras e ameaçam não apenas a vida das tribos locais, mas também a sobrevivência de várias espécies animais.

Segundo a fonte, a rede organizou expedições às áreas protegidas que às vezes duravam até 15 dias e podiam custar de US$ 2.000 a US$ 4.000, mas garantiam quatro vezes mais lucro.

Pelado supostamente assegurava um fluxo constante de mercadorias ilícitas para o narcotraficante Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, que as enviava para a Colômbia e o Peru.

Pereira, por outro lado, foi descrito como um lutador rígido pela proteção do meio ambiente.

Embora a rede ilegal de caçadores e pescadores escondesse seus barcos para evitar a detecção, Pereira encontrava e danificava as embarcações e seus motores, causando prejuízos ao grupo criminoso e incitando sua ira.

Quando era coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2019, Pereira liderou uma megaoperação que destruiu cerca de 60 balsas ligadas à mineração ilegal na Amazônia. Quinze dias depois, foi demitido.

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Em abril deste ano, Pereira denunciou à Procuradoria Geral da República que vinha recebendo ameaças de um grupo criminoso ligado à pesca ilegal e à caça furtiva na região. Foi elaborado um plano com a polícia brasileira para que não só ele, mas outros membros da Univaja continuem informando as forças de segurança sobre irregularidades.

A fonte disse aos repórteres da Abraji que Pereira estava prestando informações também a Phillips sobre as relações suspeitas entre pescadores ilegais, traficantes e políticos na região. O jornalista britânico estava escrevendo um livro sobre as terras indígenas do Vale do Javari.

A morte de Pereira não é um incidente isolado. A fonte relembrou o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos em 2019, que era ex-funcionário da Funai. Santos foi morto com dois tiros na nuca enquanto dirigia sua motocicleta.

Pereira e Phillips foram emboscados por Pelado e outro pescador logo após passarem pela comunidade de São Rafael, onde Pereira costumava se encontrar com o líder de uma comunidade de pescadores para trabalhar na proteção do Pirarucu.

Pereira dirigia o barco e foi baleado nas costas com um rifle de caça. Ele perdeu o controle do barco, que fez uma curva fechada à direita, entrando em uma floresta inundada. Especialistas forenses acreditam que os dois homens foram baleados no peito logo depois, retirados do barco, arrastados para a margem e enterrados. Pereira também foi baleado no olho direito.

“Não descartamos a possibilidade de haver um mentor. É algo que se fala na região”, disse o delegado da Polícia Federal, Domingos Pinzon .


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