Psicanálise e o suicídio - Arnaldo Santtos

Qualidade Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida (...) (Augusto Cury) 

depressão e suicídio
depressão e suicídio


Respeito erga omnes? 

A palavra RESPEITO tem origem do latim: respectus, de respicere e que significa olhar outra vez. Re de “de novo”, mais specere, “olhar”. A ideia é de que algo que se ver ou tenha sido feito seja valorizado e reconhecido, ou seja, que se tenha RESPEITO. Palavra simples e que todo mundo usa quotidianamente; adequadamente? Parece que não. Talvez, seja a palavra – RESPEITO - mais desrespeitada da atualidade, embora todo mundo diga que sempre respeita a opinião do/a outro/a. Será? Respeitar o/a outra/a. Respeitar o que o/a outro/a faz. Muitas vezes, o divergir de ideias do/a outro/a já é motivo para querer eliminar ou desqualificar o/a outro/a. Isso não é RESPEITO. RESPEITO é erga omnes. 

Erga omnes é um termo em latim, usado como uma norma jurídica que significa decisão tomada por instância superior que terá efeito vinculante, ou seja, valerá para todos. A palavra RESPEITO tem que ser utilizada no seu sentido lato sensu, ou seja, o mais amplo possível em e não restrito, isto é, para algumas coisas sim e outras não. Saúde mental passa, também, acredito, pelo RESPEITAR o/a outro/a no sentido LATO SENSU. 


Psicanálise e o suicídio 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a cada 40 (quarenta) segundos uma pessoa pratica o suicídio no mundo. Os índices aumentam a cada ano e os motivos são diversos. O ato suicida/tentativa pode ter origem genética, ambiental e social. No Brasil, o Estado que mais pratica o suicídio é o Rio Grande do Sul. Para Freud, a perda real de um objeto refere-se ao luto, mas o sujeito mantém o senso de autoestima. Na melancolia/depressão, o objeto perdido é mais emocional que real e neste caso há uma profunda perda da autoestima, autoacusação e culpa. Neste caso os sentimentos podem levar o sujeito a uma ideação suicida. O suicídio resulta, portanto, no deslocamento de desejo destrutivo em relação a um objeto internalizado que é dirigido contra o self, ou seja, contra a própria pessoa. 
Continue a leitura após o anúncio: Depressão e psicanálise 

Depressão é um transtorno de humor que compromete a vida familiar e social do indivíduo. É um estado sintomático e não uma categoria de patologia. Ela necessita ser prevenida, diagnosticada e devidamente tratada, principalmente por psicólogo. Sintomas: apatia, irritabilidade, perda de interesse (anedonia), tristeza, atraso motor ou agitação, ideias agressivas, insônia, fadiga e anorexia.

 “Sentimentos-chicletes” 


Esses “sentimentos-chicletes” precisam ser eliminados todos os dias, toda semana, isto é, são informações e sentimentos de desamparo, desespero e, principalmente, desesperança para que a pessoa não entre num processo depressivo. Ninguém pratica suicídio de um dia para outro. O processo de adoecimento psíquico vai surgindo no dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano. A cada adversidade que não foi ressiginificada se torna um “chiclete” na mente da pessoa, que incomoda; “aperta o coração”; dá um aperto no peito, enfim, ocorre num processo longo. 

Psicoterapia e ressignficação Os “chicletes” começam a definhar a pessoa e ela começa a se autodestruir, a ver tudo cinza; “nada” tem solução. Pode ser um sentimento de culpa, vergonha, tristeza, raiva, insatisfação, impotência e abandono. Esses sentimentos podem levar a pessoa a desenvolver a um processo depressivo, mas eles podem ser amenizados, aniquilados, ressignificados através de autoconhecimento; psicoterapia. Procurar um psicólogo, já nos primeiros sinais do sofrimento psiquico, seja por quaisquer sentimentos, comportamentos ou crença que incomoda, pode abortar o sentimento de ideação suicida. Na psicoterapia a pessoa descobre que é possível tirar os “chicletes” e ressignificar os comportamentos, sentimentos e crenças que incomodam e que impede a pessoa de ter uma melhora qualidade de vida, principalmente mental. Os amigos ou a família pode ser um fator de intensificar ou não os “chiclete”, por isso a importância de um processo psicoterápico. Problemão? Não é porque a pessoa esteja sofrendo – talvez temporariamente - que ela não possa superar as adversidades num curto, médio ou longo tempo. As pessoas têm, todos os dias, problemas para resolver, seja de grande proporção ou não. Às vezes um simples problema é visto como sendo um “problemão”. Uma boa escuta de um psicólogo pode-se descobrir que um problemão pode ser um problemazinho. Se a pessoa está com equilíbrio emocional, mesmo numa adversidade, ela pode visualizar uma solução para um determinado problema. Caso não, está em desiquilíbrio e neste caso nada melhor do que procurar um profissional psicólogo para, junto com ele, descobrir as alternativas, que com certeza existem mas que circunstancialmente não são percebidas.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: (82) 9.9351-5851 Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também online, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia(CFP).Email:arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

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