Por que o Brasil entra em pânico com as doenças transmitidas por mosquitos ?


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Por que o Brasil entra em pânico com as doenças  transmitidas por mosquitos?





A tríplice epidemia viral (Dengue,Zika e Chikungunya) associada a uma quarta doença  que está letalmente acometendo o país,a Febre Amarela ,criam pânico e assombram  diuturnamente o cotidiano  do nosso povo


Todas têm em comum o mesmo vetor, o mosquito do gênero aedes 

"Um plano continental de erradicação foi aprovado pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o know-how do Serviço Nacional de Febre Amarela foi colocado à disposição. Em 1958, diversos países foram declarados livres do mosquito.Em 1967, porém, o Aedes aegypti ressurgiu no Pará e aos poucos reconquistou seu território primitivo." FIOCRUZ



O medo do desconhecido



Quando há divulgação na mídia de doenças provocadas por vírus e plasmodium que têm como seus vetores os mosquitos,e essas patologias, estão correlacionados a danos em gestantes e lesões cerebrais em milhares de bebês, relatos de febres hemorrágicas com altas taxas de mortalidade devido a Insuficiência hepatorrenal,história de enfermidades que cursam com dores crônicas incapacitantes, além da falta de um imunizante ideal para algumas dessas patologias, ou mesmo por eles provocarem riscos a vida devido aos efeitos adversos e colaterais de algumas vacinas existentes, os Brasileiros começam então a despertar o medo intrínseco, e em algumas situações, o pânico se instala completando o cenário sombrio que elas causam ,algumas desconhecidas, outras preveníveis por meio da vacinação,mas que ao longo do tempo foram inteiramente negligenciadas em nosso país

A falta de conhecimento da população,associada as crendices populares,e por vezes a incapacidade de entender as notícias oficiais que em sua grande maioria parecem ser disponibilizadas somente para o meio acadêmico, já que utilizam em sua redação nomes e classificações de cunho estritamente técnico,é mais um combustível para acender a pira da insegurança, e com isso propiciar uma seara cada vez mais de dificuldades para o leitor que se esforça em obter uma avaliação correta para ter discernimento sobre o menor ou maior risco da real situação que está sendo exposta pelos orgãos governamentais. 

Agravando ainda mais o desconhecimento e o quadro de medo entre a população em relação ao tópico doenças ,seja ele real ou fictício, existe o somatório da presença irresponsável das Fake News ( boatos,mentiras,notícias falsas,hoax) que inundam as redes sociais e a internet diariamente colocando mais informações ao alcance da população,em grande parte sem embasamento científico. Provavelmente alguns criam e disseminam pelo prazer mórbido,outros com finalidade de mais uma curtida,popularidade ou mesmo ganho de capitais


As epidemias que assolam atualmente o país, por vírus da Dengue,Febre Amarela,Zika e chikungunya


Em recente postagem do Blog AR NEWS, especialistas apontaram falhas em todos os níveis de governo , sobre as decisões tomadas principalmente em relação ao ressurgimento do surto epidêmico de Febre Amarela. no Brasil.


Em setembro de 2017, o engenheiro Ricardo Barros,anunciou o fim do surto de Febre Amarela,mesmo quando inúmeros especialistas brasileiros e entidades internacionais como a OPAS,OMS,ECDC etc acharam a decisão do ministro engenheiro precipitada. A International Society for Infectious Diseases disse a época :

"Declarar o fim do surto atual de febre amarela, justamente nesse momento, de período inter-epidêmico, quando, baseando-se na previsível menor intensidade da transmissão, já seria de se esperar uma redução no número de casos, pode ser visto como um tanto prematuro e, por que não, bastante conveniente." 

O silêncio governamental era e ainda é ensurdecedor, enquanto os gritos nas florestas ainda ecoam  diariamente na surdina!

As mortes de macacos (PNH - Primatas Não Humanos ) , epizootias que não cessam,  não serviram de alerta para o governo Brasileiro, ter a visão exata de que a circulação viral não se  extinguiu nos corredores florestais e nas áreas urbanas do Brasil. 

Alba Ropero, conselheira regional de imunização da Organização Pan-Americana de Saúde e da OMS em Washington. disse que o governo federal perdeu o senso de urgência, e por isso cometeu falhas em relação a vacinação contra a Febre Amarela : "Mas a responsabilidade pela vacinação é compartilhada por um conjunto confuso de erros dos governos federal, estaduais e municipais, e de muitos brasileiros comuns, a maioria homens, que relutavam em ser vacinados, disse ela. “Há uma corresponsabilidade em diferentes níveis.” 

Infelizmente, existindo omissão governamental em relação ao que preconiza a nossa carta Magna em seu Art 196 , a população é que irá pagar a conta com a própria vida 


A OMS em 2016 divulgou um relatório onde afirma que : A Água o Saneamento e a Higiene desempenham um papel crucial na sustentabilidade do controle e eliminação das DTNs(Doenças Tropicais Negligenciadas). Em primeiro lugar através da prevenção de transmissão por; maior disponibilidade de saneamento para reduzir a contaminação do meio ambiente, com fornecimento de água potável e segura para beber e preparar alimentos, permitindo boas práticas de higiene, como lavar as mãos com sabão, além de melhorar a gestão de recursos hídricos e a gestão de resíduos para controlar vetores de doenças e reduzir o contato com águas superficiais inseguras e contaminadas.
Em segundo lugar, através do cuidado de indivíduos infectados; fornecendo água limpa para tratamento e cuidados de pessoas infectadas, tanto em casa como em instalações de saúde,fornecendo serviços acessíveis de Água, Saneamento e Higiene para indivíduos vivendo com deficiência e / ou estigmatização, muitas vezes associados a DTNs . 


Infelizmente no Brasil a recomendação da OMS está a milhões de anos luz da realidade,beirando o campo da utopia política



Clique para mais informações sobre a Dengue,Zika e Chikungunya




Surto epidêmico de Febre Amarela é só Silvestre ?


Transmitida por mosquitos,(Haemagogus e Sabethes no ciclo silvestre da doença, e pelo gênero aedes no ciclo urbano) a febre amarela pode ser fatal em 15 a 50% dos casos. No início do século XX, as cidades brasileiras foram prejudicadas pela doença, mas em 1942,conforme a história é decantada até agora, o Brasil viu seu último caso de febre amarela urbana. 

Em todo local onde exista a presença do vetor urbano da doença ,o risco é real para a reurbanização da Febre Amarela . As grandes epidemias ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em zonas densamente povoadas, com elevada densidade de mosquitos e onde a maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma imunidade, por não estarem vacinadas. Nestas condições, os mosquitos infectados transmitem o vírus de pessoa para pessoa. 

Em 2017 ,estudo feito pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur, da França, mostrou que o Brasil corre o risco de uma reintrodução do vírus da febre amarela no ambiente urbano.

O Brasil é um país onde a contumaz história de uma classe governante, é a habitualidade em criar e ocultar fatos sejam eles reais ou não para a perpetuação do poder, onde compromissos são assumidos no exterior em detrimento da nação levando a economia a sangrar , onde a saúde e a educação vivem eternamente o apagão da cidadania e a segurança é negligenciada a olhos vistos.O país agindo dessa maneira perde sua credibilidade por  gerar no  inconsciente coletivo do seu povo a eterna cultura de São Tomé .
A maioria da população Brasileira não confia e nem acredita mais em suas instituições,conforme uma estudo global Edelman Trust Barometer de 2017(Para 62% dos brasileiros, o sistema está falhando com elas).


Para finalizar deixo três indagações : 

Tendo o conhecimento que o limite entre a área urbana e a zona rural,na sua maioria só é definido geograficamente:
Leia mais sobre a Febre Amarela aqui


Por hoje é só!

Mário Augusto




ATENÇÃO
Os artigos do Blog Alagoas Real , tem por objetivo a informação e educação em relação a temas da medicina. Eles expressam apenas e tão somente orientações gerais. As informações não devem, de forma alguma, ser utilizadas como um substituto para o diagnóstico e/ou tratamento de qualquer doença sem antes a consulta de um profissional médico.

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