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Peste "escondendo-se à olhos vistos", advertem cientistas



Gravura do século XVIII que mostra um cadáver sendo descarregado em uma cova durante a Grande praga de Londres CRÉDITO: GETTY IMAGES



As bactérias que causam peste também conhecida como a Morte Negra podem estar dormentes em fontes comuns de solo e água, colocando um grave risco para a saúde pública, advertiram os cientistas.


A descoberta, publicada na revista Emerging Infectious Diseases, poderia explicar por que a praga de repente reaparece sem aviso em países como Madagascar e até mesmo nos Estados Unidos.

Na Idade Média, a Morte Negra varreu a Europa, matando cerca de 75 a 200 milhões de pessoas. Não é mais uma ameaça global, mas a nova pesquisa pode explicar seus surtos ocasionais em todo o mundo.


David Markman, da Universidade Estadual do Colorado, que liderou o estudo, disse que a peste é endêmica em muitas partes diferentes do mundo e suas origens ainda não são bem compreendidas.


"A parte interessante e preocupante da peste, e  razão pela qual há tantas questões sem resposta, é que ela está presente em muitos ambientes diferentes - da selva ao deserto e em todos os lugares do meio ambiente.



"É difícil encontrar um mecanismo que una todos esses locais diferentes, e que explique quando, onde e por que a peste explode e quando isso irá acontecer", disse ele. 

Os pesquisadores identificaram amebas, e insetos que vivem no solo e na água velhos conhecidos nas áreas de reprodução de doenças, como possíveis culpados que protegem os agentes patogênicos da peste.


A equipe tomou amostras de solo das tocas dos cachorros da pradaria do nordeste do Colorado, conhecidas hospedeiras da praga, para testar sua teoria.

Os pesquisadores isolaram cinco espécies de amebas e depois as combinaram com bactérias da peste para ver como reagiriam.


Os cientistas utilizaram uma cepa geneticamente alterada da bactéria responsável pela peste que brilha em verde claro,e observaram as amebas ingerindo a yersínia pestis. Eles então viram que os patógenos da peste estavam vivos e se replicavam nas amebas.

A equipe diz que suas pesquisas não significam que esse processo ocorra naturalmente, mas é uma teoria importante, porque os cientistas nunca entenderam corretamente como a peste se repete depois de "hibernar" por muito tempo.


Mark advertiu que sua pesquisa teve implicações preocupantes para o bioterrorismo.



"Algum agente ou ator nefasto poderia facilmente infectar uma ameba e a ameba poderia ser espalhada no abastecimento de água ou pulverizada sobre um campo de colheita.

"Existem centenas de outros patógenos humanos e animais que podem sobreviver e se multiplicar dentro da ameba, mas, em toda a humanidade, a peste é o patógeno mais mortal que vimos", disse ele. 

A peste ainda é uma ameaça real com um surto particularmente virulento que ocorreu em Madagascar matando 202 pessoas no ano passado. Há um punhado de casos nos Estados Unidos a cada ano, com 16 casos, incluindo quatro mortes em 2015.


Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde , pediu à comunidade internacional que faça mais para ajudar a entender por que ocorrem surtos de peste bubônica.


"A OMS continuará apoiando a preparação, o controle e a resposta imediata contra a peste, e pedimos aos nossos parceiros de desenvolvimento internacionais que nos ajudem a acabar com os surtos humanos.

"Isso incluirá uma melhor compreensão dos fatores mais amplos que permitem espalhar a praga e fortalecer as capacidades nacionais para gerenciar emergências semelhantes no futuro", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Editado e traduzido
Se copiar é obrigatório citar o link do Blog AR NEWS
Fonte:
Texto The Telegraph e a Fundação Gates

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