Na manhã de sexta-feira, 25, a Sesau chamou o médico Luiz Carlos Gusmão, representando os cirurgiões demissionários, para conversar. Informado do encontro, o Sinmed compareceu e participou da conversa. A Secretaria quer evitar a saída dos médicos da escala, e por isso deverá pagar o salário que eles pedirem. Os cirurgiões querem R$ 15 mil líquidos. Estão certos.
É um salário justo e digno que o governo deveria pagar para o conjunto da categoria. No HGE, neurocirurgiões e anestesistas já têm salários diferenciados. Certamente o mesmo acontecerá com os cirurgiões. Agora, e os clínicos, os ortopedistas, os intensivistas e todos os demais? Como ficam?
Será que cada um desses grupos de especialistas vai ter que anunciar a saída da escala de plantão para que o governo passe a remunerá-los dignamente? Não seria mais justo, inteligente e menos desgastante criar logo um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) para a categoria? Isso parece tão simples de entender, tão elementar, mas não entra na cabeça dos gestores alagoanos. Depois de dois anos de negociação do PCCV e um mês de greve, a oferta salarial feita pelo governo foi de 10% de aumento sobre o salário-base, que é de R$ 1.528,18. Na sexta-feira, quando o Sinmed compareceu à reunião para discutir a reivindicação dos cirurgiões, a técnica da área de recursos humanos se dirigiu ao presidente do Sinmed, Wellington Galvão, e à diretoria, Edilma Albuquerque, perguntando algo como: vocês não querem mesmo o aumento de 10%? Falou como se fosse uma grande oferta para os médicos. Não está na hora da categoria repensar a greve e endurecer com esse governo?