Febre maculosa em áreas urbanas (como parques públicos, praças, campus universitários, condomínios...)

O crescente interesse por atividades ecoturísticas ganha cada vez mais adeptos. Com isso, inúmeras situações de risco à saúde se avolumam e com elas diversos agravos transmitidos por vetores: malária autóctone, leishmaniose tegumentar, leptospirose... e febre maculosa.

O controle da febre maculosa em áreas urbanas (como parques públicos, praças, campus universitários, condomínios...) onde as capivaras atuam como hospedeiros vertebrados do carrapato vetor Amblyomma cajennense  é um dos maiores desafios no âmbito da saúde pública em muitos municípios do estado de São Paulo.

O desafio é ainda maior quando se fala na transmissão em áreas silvestres, onde controlar a doença é tarefa impraticável. O que fazer? Minimizar o risco de infestação e, em casos de infecção, reduzir a morbimortalidade associada à doença. Como? 

Primeiro: orientar à população, que frequenta (e se expõe em) tais áreas, sobre: os riscos de infestação por carrapatos, quais as medidas de proteção individual (incluindo a retirada precoce do vetor) e as características da doença (período de incubação, sinais e sintomas, necessidade atendimento médico precoce). 

Segundo: educação médica continuada, visando, sobretudo, sensibilização para que haja a suspeita precoce e o tratamento de casos suspeitos, oportuna e adequadamente.

Apenas uma consideração adicional: o local provável de infecção, a Floresta Nacional de Ipanema (Flona de Ipanema) tem como bioma característico a Mata Atlântica. Nesse tipo de bioma o vetor da febre maculosa causada pela  Rickettsia rickettsii é o Amblyomma aureolatum. Outra questão: a ocorrência de outra riquetsiose no Brasil, causada, não pela R. rickettsii_, mas pela Rickettsia parkeri (ou espécie bastante similar) foi descrita recentemente em 2 pacientes infectados em área de Mata Atlântica (veja referências
abaixo).

Frente às características da Floresta de Ipanema e do quadro clínico, aparentemente benigno, do paciente, não seria de surpresa alguma se o caso aqui reportado viesse a ser confirmado como
riquetsiose por  R. parkeri.


Para saber mais sobre os casos de riquetsiose causados pela  R. parkeri_ (ou espécie semelhante) e com local de infecção em área de Mata Atlântica, veja:

- Silva N e col. Eschar-associated spotted fever rickettsiosis, Bahia,
Brazil. Emerg Infect Dis. 2011 Feb;17(2):275-8.
- Spolidorio MG e col. Novel spotted fever group rickettsiosis,
Brazil. Emerg Infect Dis. 2010 Mar;16(3):521-3.



Para saber mais sobre a Floresta Nacional de Ipanema, acesse:

Para localizar a Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó (SP), acesse:

Fonte:ProMED-PORT
International Society for Infectious Diseases
http://www.isid.org

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