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O SUS que nós queremos



"Preferimos as ações e os embates para defender uma medicina ética e a dignidade da classe médica, mesmo sabendo que agindo assim iremos criar adversidades."


A avaliação de 103 cursos de medicina realizada pelo Ministério da Educação comprovou, de um modo geral, pelo menos três fatos já conhecidos de todos que atuam na área da saúde: a medicina gaúcha tem nível de excelência também no ensino, já que três de suas faculdades estão entre as seis com a pontuação mais elevada; existem cursos funcionando de maneira insuficiente, o que é preocupante; e, por fim, que o Cremers está no caminho certo, já que historicamente se posiciona fortemente contra a abertura indiscriminada de novos cursos de medicina, inclusive fechando, por ação de seus atuais dirigentes, dois cursos aqui no Estado, o da Unijuí e o da Unicruz.


É preciso deixar muito claro que o Cremers não tem a preocupação de atingir essa ou aquela instituição. A luta é contra os cursos que não têm condições de oferecer um ensino de qualidade para formar bons profissionais, como normalmente são aqueles formados por nossas faculdades aqui no Estado. 


Assim como demorou a começar uma avaliação mais criteriosa dos cursos existentes, o MEC poderia, agora, radicalizar e impedir a abertura de novas faculdades, e encaminhar um trabalho sério para reduzir o número atual. 


Ao mesmo tempo, o governo federal deveria criar um plano de carreira para médicos no SUS, com salários dignos, compatíveis com à responsabilidade da função. Com isso, poderia implantar uma política de interiorização de médicos, atingindo os locais mais remotos do país.


O fato é que independentemente disso, seguimos lutando, mesmo sabendo que poderemos contrariar interesses. Temos consciência de que as interdições éticas - pioneiras no Brasil - feitas pelo Conselho não foram bem recebidas por alguns setores, mas atingiram seus objetivos na defesa de uma medicina ética e da sociedade. Os estabelecimentos de saúde foram reabertos em melhores condições.São ações que provocam reações. Mas quando, depois de muita luta, vemos uma entidade do porte da Unimed Porto Alegre implantar a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos de forma plena, a sensação do dever cumprido nos faz ter a certeza inabalável de que tudo isso vale a pena.


Preferimos as ações e os embates para defender uma medicina ética e a dignidade da classe médica, mesmo sabendo que agindo assim iremos criar adversidades. A grave situação da saúde pública e as extremas dificuldades do trabalho médico nos impelem a manter essa luta contínua e sem trégua.


Por tudo isso, convidamos os colegas médicos e médicas a se integrarem ao Movimento Mais Saúde  para o Sul, que no dia 30 de maio, estará promovendo uma grande manifestação no Largo Glênio Peres, junto à Prefeitura de Porto Alegre. Vamos lá lutar pelo SUS que nós queremos.

CREMERS

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