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Surto de gastroenterite assusta Pains ( Centro-Oeste de Minas )

Surto de gastroenterite assusta Pains

Cerca de 5% da população foi contaminada. Autoridades buscam foco.

Um surto de diarreia está intrigando médicos e autoridades do município de Pains, no Centro-Oeste de Minas. Mais de 400 pessoas, o equivalente a cerca de 5% da população, contraíram gastroenterite nos últimos 10 dias. Testes estão sendo feitos na água, mas os primeiros resultados não acusaram contaminação. 

As unidades de saúde estão lotadas e a cidade teve de pedir ajuda à direção regional da Secretaria de Estado de Saúde, em Divinópolis. O reforço chegou na quarta-feira 25/janeiro/2012.

Médico do Hospital Municipal Regina Vilela, Hernan Espin Moreno, um dos responsáveis pelos atendimentos, conta que o problema começou depois do dia 15 janeiro/2012, logo após os temporais. “As enchentes castigaram o município. Ficamos ilhados por 3 dias e sem abastecimento de água por 2 dias. A partir do dia 15 janeiro/2012, as pessoas começaram a vir para o hospital com gastroenterite. Não estranhamos no início, mas, de repente, virou uma bola de neve”, conta. 

As causas ainda não foram identificadas. “É bem possível que seja a água, por isso, estamos fazendo a contraprova para procurar o foco”, relata o médico. Ele acrescenta que os pacientes estão sendo atendidos no ambulatório e recebendo hidratação intravenosa.

A recuperação se dá em 3 a 4 dias. Também são recomendados cuidados com a água e a alimentação.

Chamou a atenção dos médicos ainda o fato de que a maioria dos doentes tem entre 20 e 30 anos. Poucas crianças apresentaram a doença. Outra grande preocupação é com a proliferação do Aedes aegypti. “Esperávamos problemas com a dengue, não com a gastroenterite”, diz o médico.

Comentário

Em surtos de gastroenterite, em larga escala e grande dispersão espacial, água contaminada, via de regra, é a mais provável fonte de infecção, sobretudo pós-enchentes. Nenhuma surpresa. Os agentes etiológicos variam de vírus (norovírus, rotavírus) a protozoários (Cryptosporidium), passando por enterobactérias.

No surto aqui reportado, 5% da população acometida é o que foi notificado; possivelmente o número deva ser maior. Uma ponto não ficou claro: os testes para identificação do possível agente só foram realizados em amostras de água? Não há a menção sobre a possível realização (imprescindível)de exames (e os respectivos resultados) em amostras de fezes de pacientes.

Chamo atenção para o fato de que surtos comunitários de diarréia associados a contaminação de reservatórios de água podem atingir grandes proporções. Talvez o exemplo mais emblemático tenha sido o surto, causado por Cryptosporidium, ocorrido no ano de 1993 em Milwaukee (Wisconsin, EUA) em que foram acometidas mais de 400.000 pessoas (Corso PS et al. Cost of illness in the 1993 waterborne Cryptosporidium outbreak, Milwaukee, Wisconsin. Emerg Infect Dis. 2003 Apr;9(4):426-31).

Fonte:http://www.jornalcco.com.br/noticia/895/Surto-de-gastroenterite-assusta-Pains -Promedorg-OMS


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