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O encontro de soluções para o Escorbuto, flagelo que surgia em travessias marítimas

Medicina da Pré-história - XXI


Introdução (Ipsis Litteris)

Acaso e necessidade determinaram a utilização de plantas, frutos, e produtos animais, que evitaram, ou que ajudavam a desaparecer, os sinais de Escorbuto.

Destes meios, alguns podem ter sido guardados secretos, outros foram divulgados. Merecem destaque os «pipinos, laranjas, limões e cidras» da «carta de D.Manuel (1469-1521) a um Cardeal que tratava dos seus interesses junto do Papa», datada de 28 de

Agosto de 1499 e o relato de Jacques Cartier (1491-1557), datado de 10 de Maio de 1534, que refere «le juz des feuilhes d’un arbre».

A época de Amato está repleta de coisas novas e de muita confusão. Os «pipinos» eram «citruli» por serem «parecidos» com as «cidras» e os frutos das bananeiras foram comparados com «pepinos» e «figos». Vieram depois os «figos» das «figueiras da índia», que lembravam «nesperas» e que, não sendo da India, região da Ásia, ainda hoje são «figos» de Opuncias que vieram do México, extremamente ricos em Vitamina C, sem nada que os aproxime dos «figos da India» de Garcia d’Orta, Christoual Acosta, Linschoten e Paludanus, que eram «bananas» e continuam frutos de «Musas».

Entre os grandes inovadores da geração anterior à de Amato Lusitano (1510-1568), Pietro Andreia Mattioli (1501-1577) ocupou-se de Tomateiros (Solanum lycopersicon L.) e Bananeiras (Musas) e Leonhart F u c h s ( 1 5 0 1 - 1 5 6 6 ) , q u e c u l t i v o u F e i j o e i r o s e Aboboreiras, exaltou os Pimenteiros americanos,Capsicum annuum L. e designou-os, enganosamente, «de Calecut», e «da índia», viu-lhes os frutos como «silíquas» e considerou que as respectivas sementes eram «pimenta» de Calecut, e da Índia.

Afastado da Europa do Concílio de Trento, exilado do outro lado do mar Adriático, Amato Lusitano não acompanhou a impressão das «segundas edições» do seu «Dioscoridis», não teve conhecimento prévio dos comentários de R. Constantini, nem da escolha das gravuras, feita por Daleschamps, no livro de Fuchs.

Forçadamente alheio a todo este labor, e à corrida contra o tempo que foram estes trabalhos, Amato não pode ser responsabilizado, por exemplo, pela escolha de um pimenteiro americano de pimentos redondos que não abrem, o «Breyter Indianischer Pfeffer», «herbácea» no livro de Fuchs, gravura CCCCXX (420), apresentado como «SiIiquae» em «DE CERATIIS», a «Al far robei ra» de f rutos duros, torcidos como chavelhos, que abrem longitudinalmente (Enarratio CXXXIIII).

Nesta minha viagem, encontrei referências de Amato Lusitano à «Batata doce» que se comia em Lisboa, trazida da ilha da Madeira e de Cabo Verde, e constatei que um calificador de Madrid se indignou com a citação dos Salmos 44 e 45, três linhas em caracteres hebraicos, e as riscou, no ano de 1613.

Por tudo isto, e por tudo o mais, «In Dioscoridis Anazarbei de medica matéria», 1553 deveria ser estudado, reeditado, traduzido, e cotejado, com as edições Lyonesas de 1558. Sete apontamentos: link

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