PALMEIRA DOS INDIOS SEM PSF



O Sinmed foi a Palmeira dos Índios na semana passada reivindicar salário compatível para que os médicos das 22 equipes do PSF concordem com o que a Prefeitura Municipal está exigindo: o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais, conforme determinação do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL). 

Essa carga horária determinada pelo MPF/AL é legal, mas a ela tem que corresponder a remuneração equivalente a 30 salários mínimos (R$ 16.350,00) – definida pelo Ministério da Saúde no mesmo documento legal que instituiu o PSF que deve funcionar 40 horas por semana. 

Acontece que o MPF/AL determinou o cumprimento da carga horária, mas não se posicionou com relação ao salário. No caso de Palmeira dos Índios, os gestores alegam que só podem pagar R$ 5.500,00 – em torno de 10 salários mínimos. Os médicos não aceitam esse valor porque ele não cobre as contas do final do mês. 

Para o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, não tem a menor chance de um médico trabalhar 40 horas para ganhar R$ 5.500,00. “Os 22 médicos da Palmeira dos Índios já decidiram deixar o PSF. Isso vai se repetir em dezenas de outros municípios, principalmente naqueles que pagam salários ainda mais baixos, em torno de R$ 4 mil”, anunciou. 

A conseqüência disso será o aumento da demanda para o Hospital Geral, em Maceió. “Nos próximos dois meses, pelo menos 50 municípios deverão ficar sem médicos para o PSF. A população desassistida vai correr para Maceió”, acrescentou. O presidente do Sinmed disse que o ideal era que o médico ganhasse um bom salário que lhe permitisse ter um só emprego – como acontece nas carreiras jurídicas. Mas a média salarial do PSF em Alagoas – R$ 4.500,00 – está muito longe de permitir ao médico o luxo de não precisar ter quatro ou cinco empregos.

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