No dia 3 de abril de 2011, o diário La Prensa, da Bolívia, publicou uma matéria assinada pela jornalista Mónica Oblitas, onde denunciou um esquema de corrupção no Instituto de Investigação Forense do governo boliviano. De lá para cá a vida da repórter nunca mais foi a mesma. A profissional vem sofrendo diversas ameaças, que preocupam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). As informações são do site do próprio CPJ.
Na reportagem, Oblitas fingiu-se de paciente e visitou o Instituto. Lá ela encontrou a patologista forense Erika Hinojosa, para quem pediu um documento falso. O certificado médico foi emitido em troca de dinheiro, e confirmava que Oblitas teria sido agredida. O encontro foi filmado por uma câmera escondida.
Algumas semanas após a publicação, a jornalista disse que começou a receber ameaças anônimas por telefone, mensagens de texto e e-mails. Em algumas delas, disseram que quebrariam suas pernas e até mesmo a matariam. Em outras, descreveram a roupa de seu filho quando ia às aulas na universidade.
Segundo Oblitas, uma das mensagens mais ameaçadoras dizia: "Você gosta de brincar com forenses? O próximo caso será seu." Ela também disse que foi seguida até o trabalho por duas vezes, e teve as janelas de seu apartamento quebradas.
A patologia forense é uma área da Ciência Forense que investiga a causa da morte de uma vítima.
"Estamos muito preocupados com a segurança de Mónica Oblitas e sua família", disse Carlos Lauría, Coordenador Sênior do CPJ nas Américas. "As autoridades bolivianas devem tomar todas as medidas para protegê-la e garantir que os jornalistas possam fazer reportagens críticas sem medo de represálias", completou.
Em um programa de televisão, Hinojosa negou as acusações. A patologista foi demitida de seu posto em 14 de abril.
Ameaças de morte contra jornalistas na Bolívia são raros, embora tenha havido três casos em 2009.
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