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GRATIFICAÇÃO DA SESAU IRRITA MÉDICOS

Mascote da  SESAU



Secretaria da Saúde descumpriu acordo negociado em assembleia e criou

“código de conduta” para reduzir valores e limitar beneficiados



Se a intenção da Secretaria da Saúde, ao propor uma gratificação para supostamente melhorar a remuneração dos médicos, era desmobilizar a categoria e afastar qualquer possibilidade de greve ou até a evasão de profissionais da rede estadual, faltou inteligência na hora da execução do plano. Na implantação da tal gratificação, médicos que respondem processos éticos no Conselho Regional de Medicina foram sumariamente julgados e condenados, perdendo direito à “melhoria” salarial; especialistas considerados menos importantes, porque trabalham em sistema de sobreaviso, foram excluídos; médicos de ambulatórios foram ignorados; e a implantação de um “código de conduta” tratou de reduzir a gratificação dos poucos que foram contemplados, além de excluir setores como a radiologia e a hemoterapia. Finalmente, os valores efetivamente implantados decepcionaram tanto os médicos contemplados que de “vale-extintor” (forma como a gratificação foi inicialmente apelidada) o adicional terminou se transformando no estopim de uma revolta há muito contida pela classe médica.

No Hemoal, já se fala em paralisação das atividades. O mesmo ocorre entre os médicos radiologistas da rede estadual. Os que respondem a processos éticos no Cremal estão entre os mais indignados: é que a maioria desses processos decorre da falta de condições éticas de trabalho nas unidades da rede estadual de saúde – sempre superlotadas e onde falta de tudo: equipamentos, material de uso, condições mínimas de higiene, leitos, pessoal de apoio qualificado e médicos, o que acarreta em elevada sobrecarga, sobretudo dos profissionais que atuam no HGE, Santa Mônica e ambulatórios 24 horas.

O fato de o acordo firmado com a Secretaria de Saúde não ter sido honrado surpreendeu o Sinmed. Afinal, o secretário Alexandre Toledo fez questão de comparecer a uma assembleia de médicos no Sindicato para negociar diretamente com a categoria. Mas a surpresa maior ficou mesmo por conta do tal “código de conduta” cobrado dos médicos da rede estadual, como condição para habilitá-los ao recebimento da gratificação. A pergunta que se faz é: como pode um governo irresponsável, que não respeita os servidores e nem a população, querer impor código de conduta a servidores públicos mal remunerados e explorados ao extremo? Certamente, na visão do governo, somente uma gargalhada cínica, debochada, possa responder tal pergunta.

Seja como for, a direção do Sinmed vai esperar o retorno do secretário Alexandre Toledo da (providencial) viagem ao exterior para questioná-lo sobre o descumprimento do acordo firmado com a classe médica. O Sinmed nunca foi a favor de gratificação e continua cobrando a implantação de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos para a categoria médica. Mas se a gratificação foi ao acordo firmado para minimizar a defasagem salarial enquanto o governo define a implantação do PCCV, esse acordo deveria ter sido honrado da forma com foi proposto e fechado pela Sesau. Como isso não aconteceu, a insatisfação da categoria aumentou. E quem não falava em greve ou demissão coletiva, agora já começa a considerar seriamente essas alternativas. 
 
Fonte:SINMED

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