Saúde Relegada: HGE, Hélvio Auto, Samu, ambulatórios 24h e Unidade do Agreste de Arapiraca vivem o ocaso

HGE DE ALAGOAS : FOTO SINMED
Gestão de Vilela foi marcada por desrespeito aos médicos



SAÚDE RELEGADA

Venceu o prazo legal para envio pelo governo de mensagem à Assembleia Legislativa com projeto de lei criando o PCCS dos médicos da rede estadual de saúde. A partir de agora, não pode mais, a legislação eleitoral proíbe. Isso só confirma o que os médicos do serviço público estadual já vinham sentindo na pele há muito tempo: em nenhum momento nesta gestão o governo demonstrou o mínimo de respeito pelo trabalho da categoria, e só atuou no sentido de precarizar ainda mais as condições de atuação dos médicos alagoanos. Seja no quesito remuneração, seja no que trata da estrutura de trabalho ou, ainda, no que se refere à legalidade na contratação de médicos. Este foi, sem dúvida, o pior governo das últimas décadas no setor saúde. E chega ao fim tocando a todo vapor o processo de privatização do setor. Os alagoanos não mereciam isso.



No atual governo, os prestadores de serviço continuaram sendo recrutados para tapar os buracos nas escalas de plantão da rede estadual. Mas com uma diferença: ao contrário dos governos anteriores, que garantiam um documento assinado para esse tipo de contrato, hoje tudo é “de boca”. A remuneração oferecida aos médicos clandestinos afronta e humilha os médicos efetivos que trabalham nos mesmos hospitais fazendo o mesmo tipo de atendimento dos prestadores de serviços e recebendo um salário de fome.



O início da atual gestão foi marcado por greves de várias categorias de servidores, mas a dos médicos foi a que mais chamou a atenção da mídia e teve mais apoio da população. Mas o governador Teotonio Vilela Filho não honrou os compromissos assumidos com a categoria. Anulou o reajuste concedido em sete longas parcelas ao mudar a forma de cálculo do adicional noturno. Para fazer mal à categoria médica – e à população que depende da rede estadual de saúde -, contou, e ainda conta, com a colaboração de “eficientes” assessores médicos, que integram a cúpula do governo, e muitos cargos de segundo e terceiro escalões, sempre trabalhando para contribuir da melhor forma com a deterioração crescente do trabalho de seus colegas médicos e com a manutenção dos mais baixos níveis de remuneração.



Como não têm o mínimo respeito pelos médicos nem pela população, e estão pouco se importando se os hospitais da rede pública funcionam ou não, o governador e sua assessoria (vice, secretário, superintendentes, gerentes, etc.) fingem ignorar e até desmentem a debandada de médicos da rede estadual. Nunca em Alagoas tantos médicos pediram demissão do emprego efetivo, conquistado através de concurso público, como no atual governo. Outros adoeceram por conta do estresse pela sobrecarga desumana de trabalho e se afastaram por motivo de saúde; alguns pediram licença sem vencimentos para retornar depois que a “onda azul” passar, caso ainda sobre pedra sobre pedra na rede estadual de saúde; até entre os prestadores de serviço que ganham no mínimo cinco vezes mais que um médico efetivo houve desistência. Hoje, o governo tem dificuldade de contratar médicos para fechar as escalas na rede de atendimento, mesmo pagando altos salários.



Quem quer trabalhar para um governo que não respeita o profissional e despreza a população que precisa ser assistida? Atualmente, permanecem no Estado o médico que está próximo da aposentadoria (só o primeiro Mandado de Injunção Coletivo para aposentadoria especial, que está no STF, teve mais de 100 adesões) e aqueles que têm emprego apenas no Estado, mas que vêm buscando alternativas, como aprovação em concursos públicos em outros estados. É por isso que os ambulatórios 24 horas estão fechando nos finais de semana, que tem fila de paciente grave à espera de atendimento no HGE e na UE do Agreste e que morre tanta gente desassistida em Alagoas. Falta médico. Outubro vem aí. O governador é candidato à reeleição e os médicos e a população de modo geral precisam decidir se querem mais quatro anos de descaso com a saúde no Estado, além da privatização que já teve início, ou se querem mostrar nas urnas o que acharam da gestão Vilela.


Fonte:
Coluna do Sinmed - Jornalista Responsável: Sandra Serra Sêca (Reg. MTE/AL359)

Estagiários: João Mousinho e Erika Ornelas - Contato: sinmedal@hotmail.com Acesse: www.sinmed-al.com.br

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