Aprendendo com o passado: O dia a dia da Epidemia de Gripe Espanhola (Brasil 1918)


Enfermaria
improvisada no salão
de festas do clube
Paulistano, um dos
mais tradicionais
de São paulo
Fotografia do site
da Unicamp

O cotidiano em 1918, quando do surgimento da Pandemia de Gripe Espanhola no Brasil e no Mundo. Os links disponibilizados retratam a verdadeira história da medicina,do curandeirismo,e do caos diário vivido no início do século 2o

"A epidemia de gripe espanhola chega ao Brasil trazida pelo navio inglês “Demeara”, que passou pelos principais portos de então, espalhando a influenza em cada parada. Após alguns dias de sua passagem nessas localidades, iniciam-se os primeiros casos de doença que irá se espalhar por todo território brasileiro.

Uma das hipóteses a respeito da chegada da gripe espanhola na capital paulista é a de que um estudante, vindo da capital federal já adoentado teria sido internado no Hospital de Isolamento vindo a falecer em 13 de outubro, constituindo-se na primeira vítima oficial registrada no município de São Paulo. Outra possível explicação estaria relacionada a um time de futebol amador, também proveniente do Rio de Janeiro que havia visitado São Paulo. (BERTOLI FILHO: 1986; BERTUCCI: 2003, p.107-108.) " Histórica Arquivo do Governo do Estado de São Paulo Link


"Em 1918 Campinas era uma das cidades mais ricas e modernas não só do estado de São Paulo mas do Brasil. Entretanto, apesar de uma população de aproximadamente 74.000 habitantes e uma próspera economia, a triste lembrança de uma doença epidêmica permanecia viva na memória dos moradores de Campinas. Ao olhar pra sua bandeira, com a imagem da Phenix simbolizando a cidade renascida pós epidemia de febre amarela, ou caminhar por suas ruas, praças e avenidas, com nomes de médicos e beneméritos do final do século XIX, os habitantes da cidade eram, constantemente, convidados a refletir sobre os perigos de uma epidemia" APRENDENDO COM O PASSADO. Campinas e a gripe de 1918
Liane M. Bertucci-Martins Link



"Mais de 50 brasileiros, médicos inclusos, teriam morrido por causa da influenza.A reação foi de pavor quando o Demerara ancorou no Rio de Janeiro em 14 de setembro, depois de passar por Recife e Salvador trazendo mortos a bordo. A imprensa informava que outro navio, o Highland Glen, trazia jovens cujos pais morreram da doença em Portugal e que tinham como destino a cidade de São Paulo". Jornal da Unicamp Link



“Da impotência do saber médico em dialogar com a moléstia abriu-se a oportunidade para a utilização de práticas alternativas. Ao contrário do que em outras ocasiões, nada fez a medicina acadêmica para combater o discurso não oficial sobre a enfermidade, mesmo estando esta mesma medicina em um momento critico de sua própria legalização enquanto único saber sobre os corpos e as enfermidades”.
(Cláudio Bertolli Filho: 1986, p.148) A “medicina popular” durante a epidemia de gripe espanhola1 de 1918 no município de São Paulo.Arquivo Estado de São Paulo Link



"A epidemia de Influenza espanhola de 1918 se constitui um dos maiores enigmas para amedicina científica do século XX. Enfocaremos algumas indagações do saber médico do período acerca desta epidemia. Para iniciarmos será necessário esclarecer que ocorreram no mundo várias epidemias de gripe e, não somente a pandemia de 1918, sendo que esta última marcou a história mundial por sua alta virulência – o porquê dessa letalidade será explicado no decorrer do texto".Diálogos entre História e Medicina: a discussão médico-científica sobre a epidemia de gripe espanhola de 1918 Link


"Em nome do combate à terrível influenza hábitos foram mudados. Algumas pessoas (maleducadas?) resistiram: uns insistiam em passear no BosqueMunicipal, outros relutavam em acatar a determinação de não visitar os enfermos conhecidos, para desespero das autoridades médicas que afirmavam ser o isolamento e a profilaxia individual os mais eficientes meios decombate à moléstia − muitos desaprovaram as atitudes desses seus concidadãos. Asdeterminações dos doutores eram claras: evitar aglomerações e contatos físicos como beijos, abraços ou apertos de mão. Todos deveriam acatar os conselhos (Ofício ... zelador do Bosque Municipal. Diário do Povo, 30 out. 1918)." Memória que educa. Epidemias do final do século XIX e início do XX




"O artigo também informava que, apesar de ser considerada benigna, a gripe espanhola requeria alguns cuidados. Esses cuidados elaborados pela Inspetoria Naval e distribuídos entre os navios de guerra e da Marinha, seriam:
1º usar gargarejos e colutórios de solução de ácido tímico a um por mil, ou
de água com suco de limão;
2º usar instilações nas narinas de óleo gomenolado, ou vaselina mentolada,
ou ainda de algodão Formar;
3º tomar uma cápsula de 25 centigramas de um sal de quina e arrenal

4º lavar as mãos, rosto, especialmente a barba freqüentemente, em água
levemente anti-séptica, especialmente antes e depois das refeições;
5º evitar as mudanças bruscas de locais e de temperaturas diferentes;
6º não conservar no corpo roupas úmidas de suor e mudá-las quando
isso suceder;
7º evitar o contacto de moscas nos alimentos e usar das verduras só depois
de cozidas e de frutos depois de bem lavados "

A “INFLUENZA HESPANHOLA”1 EM CATAGUASES, MINAS GERAIS The “Spanish Flu” in Cataguases, Minas Gerais, Brazil Alen Batista Henriques Link



"Em Goiás, as primeiras notícias sobre a Gripe Espanhola apareceram no final de outubro de 1918. A epidemia não atingiu as proporções mórbidas verificadas nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo1. No entanto, nem por isso a história da Gripe em Espanhola é menos digna de ser contada em Goiás. Pelo contrário, o estudo da epidemia ajuda a compreender melhor muito de seus aspectos sócio-históricos na segunda década do século XX".A Gripe Espanhola em Goiás

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O fenômeno da gripe espanhola foi registrado num período de pequena duração(aproximadamente três a quatro meses), com grande amplitude e abrangência mundial, afetando todas as classes sociais, a partir do foco dos campos de batalha da Europa. Nem bem se encerrava o conflito armado, uma onda de euforia atingiu os homens,que não sabiam que essa euforia duraria tão pouco, e que uma outra catástrofe estava surgindo para preocupar a humanidade, matando muito mais que a própria guerra.
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