PM1: A partícula Invisível que ameaça coração e pulmões

 O Assassino Invisível: a Poluição por PM1 nos EUA

O que é PM1 e por que isso nos afeta?

PM1 são partículas ultrafinas com diâmetro inferior a 1 mícron — até seis vezes menores que uma célula vermelha do sangue — que atravessam as defesas do organismo, alcançando os alvéolos e eventualmente a corrente sanguínea .

Origem das partículas

Elas se originam de fontes diretas como escapamento diesel, emissões industriais e fumaça de incêndios florestais, ou resultam de processos químicos envolvendo dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, gerados pela queima de combustíveis fósseis .

Estudos apontam associação entre PM1 e doenças cardíacas e respiratórias

E os riscos à saúde?

Estudos demonstram que:

1. * A longo prazo, cada acréscimo de 10 µg/m³ de PM1 aumenta em 47% o risco de asma (OR 1,47; IC 95% 1,33–1,63) .
2. * O mesmo aumento eleva em 7% o risco de pneumonia (OR 1,07; IC 95% 1,04–1,10) .
3. * Exposição aguda a PM1 eleva a chance de morte por doenças cardiovasculares entre 1,16% e 1,95% (dependendo da condição específica, como AVC ou hipertensão) .
4. * Em crianças e adolescentes, a exposição de longo prazo a PM1 reduz significativamente a função pulmonar — FEV₁ e FVC caem centenas de mililitros por aumento de 10 µg/m³ .

O panorama para os EUA (1998–2022)

Um estudo de 25 anos, conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, usou dados por satélite e modelagem atmosférica para criar mapas detalhados de PM1 em toda a área continental dos EUA — é a primeira análise nacional desse tipo .

Os mapas mostram que os níveis de PM1 caíram significativamente entre 1998 e 2010, graças a regulamentações como o Clean Air Act. Desde então, a queda estagnou, sobretudo por conta do aumento de queimadas e incêndios florestais desde 2010 .

Regiões com mais concentração: Califórnia, Meio‑Oeste e Sudeste — em função de atividades industriais e eventos de incêndio .

 Por que isso tem relevância para políticas públicas

A EPA ainda regula apenas o PM2,5, não o PM1 — principalmente pela falta de dados históricos consistentes. Mas esse novo levantamento fornece informações cruciais para embasar possíveis futuras normas específicas para PM1, sobretudo considerando seus maiores riscos à saúde .

 Sugestões para reduzir sua exposição

1. Filtros de ar eficientes: use filtros HVAC com classificação MERV 13 ou superior, capazes de reter partículas ultrafinas.

2. Acompanhe a qualidade do ar: monitore os índices locais e evite atividades ao ar livre em períodos críticos.

3. Menos poluentes dentro de casa: minimize o uso de velas, lareiras e evite cozinhar sem ventilação adequada.

4. Apoie iniciativas por energia limpa: promova transporte sustentável e fontes renováveis para reduzir emissões .

Considerações finais

A poluição por PM1 representa um risco grave e silencioso à saúde pública. Agora que temos evidências robustas e mapas detalhados, há base científica para que governos e agências de saúde criem políticas mais abrangentes e eficazes.

PALAVRAS-CHAVE: 

PM1, partículas ultrafinas, poluição do ar, emissões veiculares, combustão industrial, fumaça de incêndios, saúde respiratória, doenças cardiovasculares, modelagem satelital, qualidade do ar

📙 GLOSSÁRIO:

🖥️ FONTES :

1. Estudo sobre o mapeamento do PM₁ nos EUA

WASHINGTON UNIVERSITY IN ST. LOUIS. The invisible killer: PM 1 pollution uncovered across America. ScienceDaily, 16 jun. 2025. Disponível em: <www.sciencedaily.com/releases/2025/06/250616040230.htm>. Acesso em: 17 jun. 2025. 

2. Revisão sistemática e meta-análise sobre riscos respiratórios

LIU, et al. Influence of PM1 exposure on total and cause-specific respiratory diseases: a systematic review and meta‑analysis. PMCID: PMC8810454, 2021. 

researchgate.net

3. Norma da EPA sobre padrões de qualidade do ar (PM₂.₅)

UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY – EPA. National Ambient Air Quality Standards (NAAQS) for Particulate Matter. EPA, mai. 2020 (atualizado). Disponível em: <www.epa.gov/pm-pollution/national-ambient-air-quality-standards-naaqs-pm>. Acesso em: 17 jun. 2025.

NOTA:

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