Como a leptospirose se espalha após enchentes no Rio Grande do Sul

Este artigo detalha a análise de casos de leptospirose realizada pelo Lacen/RS após as enchentes no Rio Grande do Sul. Apresentamos os métodos de diagnóstico utilizados, recomendações para serviços de saúde, definição de casos suspeitos, e medidas preventivas para evitar a propagação da doença.

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Estratégias para diagnóstico e prevenção da leptospirose no RS

Análise de casos de leptospirose no Rio Grande do Sul após enchentes

Situação atual e dados relevantes

Entre os dias 2 de maio e 6 de junho, o Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) analisou 1.679 casos suspeitos de leptospirose, uma doença que preocupa as autoridades sanitárias, especialmente após as enchentes que atingiram o estado em maio. Desses casos, 242 foram confirmados, com 15 óbitos registrados.

Métodos de diagnóstico utilizados pelo Lacen/RS

Leptospira Interrogans

Micrografia eletrônica de varredura da cepa Rga de Leptospira Interrogans. Duas espiroquetas ligadas a um filtro de 0,2 μm. A cepa Rga foi isolada em 1915 por Uhlenhuth e Fromme do sangue de um soldado na Bélgica. Leptospira é conhecida por causar a doença infecciosa leptospirose.

O Lacen/RS dispõe de dois métodos principais para o diagnóstico de leptospirose:

Diagnóstico de biologia molecular (RT-PCR)

O RT-PCR é utilizado para detectar a bactéria Leptospira por meio de seu material genético. Este método é mais indicado para amostras coletadas nos primeiros dias de sintomas, sendo realizadas 543 análises nesse período.

Diagnóstico sorológico

O diagnóstico sorológico detecta os anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à infecção. Este método é mais adequado para amostras de pacientes que apresentam sintomas há sete dias ou mais, sendo realizadas 1.136 análises.

Recomendações para serviços de saúde

Para orientar os serviços de saúde, uma nota técnica foi elaborada com recomendações sobre coleta, acondicionamento e transporte de amostras para diagnóstico de leptospirose.

Definição de caso suspeito

Um caso suspeito é definido como um indivíduo que apresenta febre e mialgia, especialmente na região lombar e panturrilha, e que teve contato com água ou lama de inundação até 30 dias antes do início dos sintomas. Ao apresentar sintomas, é recomendado procurar um serviço de saúde e relatar a exposição de risco, sem aguardar o diagnóstico laboratorial para iniciar o tratamento.

Investigação laboratorial

A investigação laboratorial dos casos suspeitos inclui exames diferenciais para garantir a correta elucidação do caso e a investigação dos óbitos. Além disso, todas as amostras suspeitas de leptospirose, coletadas do 7º ao 14º dia de sintomas, serão testadas para dengue.

O que é a leptospirose?

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente ratos. O contágio pode ocorrer através de pele lesionada ou íntegra imersa por longos períodos em água contaminada, bem como por meio de mucosas. Os sintomas podem surgir entre um a 30 dias após a exposição.

Principais sintomas

• Febre
• Dor de cabeça
• Fraqueza
• Dores no corpo (especialmente nas panturrilhas)
• Calafrios

Medidas preventivas

• Evitar contato com água ou lama de enchentes.
• Utilizar equipamentos de proteção, como botas e luvas, ao manusear materiais possivelmente contaminados.
• Manter ambientes limpos e livres de roedores.

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Diagrama de diagnóstico

    A[Suspeita de leptospirose] --> B[Coleta de amostra]
    B --> C[RT-PCR: 0-7 dias de sintomas]
    B --> D[Diagnóstico sorológico: >7 dias de sintomas]
    C --> E[Detecção de material genético]
    D --> F[Detecção de anticorpos]

Conclusão

A leptospirose continua sendo uma ameaça significativa após enchentes, destacando a importância de diagnósticos precisos e medidas preventivas eficazes. O trabalho do Lacen/RS é crucial na identificação e controle da doença, contribuindo para a saúde pública do Rio Grande do Sul.

PALAVRAS-CHAVE: 

leptospirose, enchentes, Rio Grande do Sul, Lacen/RS, diagnóstico, RT-PCR, sorologia, prevenção, saúde pública, sintomas

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