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Ortega confisca Instituto Histórico Nicaraguense

Amigo de Lula , ditador Daniel Ortega confisca Instituto Histórico da Nicarágua 

O confisco dos arquivos de História da UCA é uma perda imensa para a região. O acervo do Instituto Histórico contém cerca de 70.000 volumes e documentos, que remontam ao século XV.
Antigo Instituto Histórico Nacional
Funcionários do governo e convidados participam da instalação do "Museu da Cruzada Nacional de Alfabetização" no local do Instituto Histórico Nacional, roubado há menos de uma semana da Universidade Centro-Americana. Foto do site do governo "El 19 digital".

Vista do prédio confiscado do Instituto Histórico Nicaraguense e Centro-Americano no antigo campus da UCA. Foto do site da UCA.


O destino incerto dos valiosos arquivos do Instituto Histórico Nicaraguense


Há décadas, o Instituto Histórico Nicaraguense e Centro-Americano (IHNCA) vinha sendo um precioso patrimônio cultural para a Nicarágua e toda a América Central. Localizado no antigo campus da Universidade Centro-Americana (UCA) em Manágua, o IHNCA abrigava uma das maiores e mais completas coleções de livros, manuscritos, periódicos e documentos escritos da região, remontando ao século XVI. Porém, em agosto de 2023, esse acervo de inestimável valor corre o risco de se perder para sempre após o governo de Daniel Ortega expropriar a universidade e assumir o controle do Instituto.

O confisco da UCA causou protestos internacionais e levanta dúvidas sobre o destino dos milhares de peças que compõem a memória histórica da Nicarágua. Para o historiador Victor Hugo Acuña, que se notabilizou por seus estudos sobre a intervenção do filibusteiro William Walker no país no século XIX, usando justamente os arquivos do IHNCA, “esta é uma nova tragédia para a Nicarágua e uma imensa perda para a ciência, a cultura e a educação da América Central”.

Riquíssima coleção de valor inestimável


Ao longo de décadas, o IHNCA se tornou o local por excelência para pesquisa histórica na região. Sua coleção é composta por cerca de 70 mil volumes impressos e incontáveis periódicos, cartas, registros oficiais, manuscritos, mapas, fotografias e outros itens, abrangendo desde os tempos coloniais até os dias atuais.

O acervo tem origem nos esforços de padres jesuítas como Manuel Ignacio Perezalonso e Alvaro Arguello para promover o estudo da história da Nicarágua no século XX. Em 1959, foi criado o Instituto na recém-fundada UCA, tornando-se um dos primeiros departamentos de história da América Central.

Ao longo dos anos, o patrimônio cresceu graças a inúmeras doações de famílias, intelectuais e instituições. Destacam-se as coleções dos jesuítas, com documentos do século XVI; a biblioteca pessoal do poeta Rubén Darío; os arquivos do historiador e político Carlos Tunnermann; os periódicos do século XIX que mapeiam importantes eventos da época e registraram a vida cotidiana nicaraguense; e dezenas de outras fontes históricas escritas.

Em 2009, o IHNCA recebeu o prêmio Prince Claus por seu rigoroso trabalho de pesquisa e esforços para disponibilizar livre acesso a esse patrimônio cultural, que se tornou uma referência para estudiosos de toda a América Central e do mundo. Sua preservação no campus da UCA assegurou cuidados especializados e organização segundo padrões internacionais, mantendo a coleção intacta para gerações futuras.

Um tesouro ameaçado


No entanto, em agosto de 2023, o governo Ortega roubou a UCA sob falsas acusações e confiscou todo o campus, incluindo o IHNCA. Poucos dias após o confisco, o governo “reinaugurou” o Instituto sob o novo nome de “Instituto Histórico Heróis da Nicarágua”, apenas para promover uma visão oficial e partidária da história.

O pesquisador costarriquenho Victor Hugo Acuña esteve no IHNCA diversas vezes durante décadas para estudar o período do filibusteiro William Walker no século XIX. “Sem o acesso àqueles arquivos, meu trabalho teria sido impossível”, lembrou. “É uma perda imensa não apenas para a Nicarágua, mas para todos os estudiosos da história centro-americana”.

O renomado cientista político Alberto Cortes, da Universidade da Costa Rica, também utilizou extensivamente o acervo em sua pesquisa e lamenta que “o regime demonstre um ódio particular a qualquer coisa que possa gerar pensamento independente”. Ele teme que esse valioso tesouro cultural esteja agora ameaçado, em meio à repressão do governo Ortega a qualquer dissidência.

Destino desconhecido


Até o momento, não se sabe o destino exato dos documentos, livros, periódicos e demais itens que compunham a coleção do IHNCA. Após o confisco, o governo não divulgou um plano de preservação ou acesso ao acervo, levantando suspeitas.

Autoridades da Igreja Jesuíta, que auxiliavam na administração do Instituto, declararam temer que os arquivos sejam negligenciados, danificados ou até mesmo destruídos sob o controle governamental. Já outros acadêmicos da região consideram grande o risco de manipulação e censura do conteúdo histórico.

Enquanto isso, centenas de pesquisadores em potencial ficam impedidos de acessar essa fonte primária de informações sobre o passado da Nicarágua e da América Central. A comunidade acadêmica internacional condena vigorosamente a apropriação de um patrimônio cultural de relevância mundial.

Sem respostas do governo Ortega, permanece a incerteza sobre a segurança de um acervo construído ao longo de gerações para preservar a memória de um povo. Seja qual for seu destino, uma coisa é certa: a Nicarágua sofre uma perda cultural irreparável com a ameaça que paira sobre esses valiosos registros históricos.

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