Qual é o impacto no cérebro de um indivíduo que usa drogas de forma compulsiva? Como se difere a atividade cerebral entre alguém com dependência e alguém que controla o uso da substância? Para desvendar essa complexidade, cientistas na Universidade de Genebra (UNIGE) na Suíça têm investigado essas distinções por meio de um modelo de dependência em ratos. Eles identificaram que o circuito cerebral que conecta a área de tomada de decisões ao sistema de recompensa é mais robusto em animais compulsivos. Notavelmente, ao enfraquecer esse circuito, ratos compulsivos recuperaram o controle, enquanto o reforço desse circuito fez com que ratos inicialmente controlados se tornassem viciados. Esses achados foram documentados na última edição da revista Nature.
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A progressão da dependência é um processo gradual, começando com a exposição inicial a uma substância e passando por uma fase de uso controlado. Porém, algumas pessoas eventualmente desenvolvem o uso compulsivo, ignorando os efeitos negativos óbvios em suas vidas. Estimativas clínicas sugerem que somente uma em cada cinco pessoas faz essa transição do uso controlado para o compulsivo.
O autor sênior do estudo, Christian Lüscher, professor dos Departamentos de Neurociências Básicas e Clínicas da Faculdade de Medicina, ressalta que, apesar das incertezas sobre por que alguém se torna viciado, o estudo destaca a diferença na atividade cerebral entre esses comportamentos.
Utilizando ratos como modelo para vício, os pesquisadores implantaram fibras ópticas nos animais, permitindo que eles estimulassem o sistema de recompensa em seus cérebros. Ao pressionar uma alavanca, um laser ativava um interruptor molecular previamente inserido nas células nervosas. Essas mesmas células são estimuladas por drogas viciantes e estão relacionadas ao comportamento de reforço. Ao aplicar um leve choque elétrico, os pesquisadores identificaram os ratos que continuaram com a autoestimulação, revelando quais ratos se tornaram compulsivos. Curiosamente, 40% dos ratos interromperam rapidamente a autoestimulação após a punição.
Usando técnicas ópticas para monitorar a atividade cerebral de ratos em movimento livre, os cientistas observaram maior atividade em um circuito cerebral de ratos viciados, comparado àqueles que mantiveram o controle. Esse circuito se estende desde o córtex orbitofrontal até o estriado dorsal, uma parte dos gânglios da base do cérebro, que é responsável pela tomada de decisões. Comprovando a ligação, ao aumentar a atividade desse circuito em um rato controlado, ele rapidamente desenvolveu comportamento compulsivo. Por outro lado, diminuir a atividade em um rato viciado levou a interrupção da autoestimulação.
Embora os ratos do estudo fossem geneticamente idênticos, as disparidades na atividade cerebral levantam questões intrigantes. O professor Lüscher observa que pesquisas futuras buscarão entender essa variação, explorando hipóteses como contribuições epigenéticas baseadas em experiências de vida que influenciam a genética e função cerebral. Concluindo, Pascoli destaca que, graças a esse estudo, o circuito subjacente ao vício foi identificado, facilitando futuras investigações sobre o que causa a interrupção desse circuito.
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