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Os hospitais e as infecções nosocomiais - histórico e papel do estado

hospital século 19


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Os hospitais e as infecções hospitalares - histórico e papel do estado


Introdução

Os hospitais são instituições criadas para tratar e cuidar dos doentes. No entanto, paradoxalmente, eles também podem ser locais onde os pacientes adquirem novas doenças. As infecções hospitalares, também conhecidas como infecções associadas aos cuidados de saúde, são um problema significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo.


Este artigo traça a evolução histórica dos hospitais e das infecções hospitalares, analisando as suas causas e impactos. Também discute as medidas tomadas ao longo da história para prevenir e controlar as infecções hospitalares, com foco no papel desempenhado pelo estado e pelas autoridades de saúde pública.

História dos hospitais e das infecções hospitalares


A origem dos hospitais remonta à Antiguidade. No Egito, Índia e China antiga havia locais dedicados ao cuidado dos doentes. Na Grécia e Roma antiga surgiram valetudinária para soldados doentes ou feridos. Com a difusão do Cristianismo, a Igreja passou a fundar locais de assistência aos necessitados, que incluíam doentes. Na Idade Média foram criados hospitais ligados a mosteiros.

No entanto, os hospitais como os conhecemos hoje só se desenvolveram a partir do século XVIII. O Hospital Geral de Viena, fundado em 1784, é considerado o primeiro hospital moderno, com pavilhões separados para tipos específicos de pacientes. A partir do século XIX, com os avanços da medicina, os hospitais se especializaram e expandiram.

Desde o início, no entanto, as infecções sempre foram um problema nos ambientes hospitalares. Na época pré-antibiótica, não havia tratamento eficaz para a maioria das infecções, que encontravam terreno fértil para se disseminar entre os pacientes fragilizados.

Um marco histórico foi o trabalho do médico húngaro Ignaz Semmelweis. Em 1847, trabalhando num hospital de Viena, ele percebeu que médicos e estudantes que faziam autópsias de mulheres que morreram de febre puerperal posteriormente transmitiam a infecção para parturientes, levando muitas à morte. Impondo a obrigatoriedade de lavar as mãos com uma solução de hipoclorito antes de examinar as parturientes, Semmelweis diminuiu drasticamente a mortalidade por febre puerperal.

Ainda assim, as infecções hospitalares continuaram sendo um grave problema até meados do século XX. A situação só começou a mudar após a descoberta dos antibióticos na década de 1940 e seu uso disseminado a partir da década de 1950. As infecções bacterianas, antes frequentemente fatais, passaram a ser tratáveis e controláveis.

Causas e impacto das infecções hospitalares


  • As infecções hospitalares são causadas por uma variedade de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos e protozoários. Os mais comuns são:Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)
  • Escherichia coli
  • Klebsiella
  • Pseudomonas aeruginosa
  • Enterococcus resistente à vancomicina (VRE)
  • Clostridium difficile

Os pacientes estão mais suscetíveis a adquirir infecções hospitalares por diversos motivos:


  • Procedimentos invasivos como cirurgias, cateteres intravenosos e intubação podem permitir a entrada de patógenos.
  • O uso de antimicrobianos elimina a flora normal e permite a proliferação de patógenos resistentes.
  • O sistema imune enfraquecido dos pacientes dificulta o combate às infecções.
  • A transmissão cruzada por contato direto ou indireto com superfícies contaminadas, equipamentos ou profissionais de saúde.

Estima-se que em qualquer momento 1,4 milhões de pessoas no mundo estão infectadas durante a hospitalização.

 As infecções hospitalares acarretam impactos significativos:


  • Aumento do tempo de internação e dos custos hospitalares.
  • Maior risco de complicações e morte - as infecções hospitalares têm taxas de mortalidade de 4 a 20%.
  • Disseminação de microrganismos multirresistentes.
  • Queda na confiança dos pacientes no sistema de saúde.

Prevenção e controle das infecções hospitalares


Ao longo da história, diversas medidas foram adotadas para prevenir e controlar as infecções hospitalares, incluindo:Isolamento de pacientes: No século XIX já se recomendava separar pacientes com doenças infecciosas. O isolamento passou a ser usado para conter surtos.


  • Esterilização: A partir da década de 1860, o uso de autoclaves permitiu a esterilização de instrumentos e materiais. Práticas de assepsia e antissepsia nas cirurgias foram adotadas.
  • Controle ambiental: Melhora das condições de ventilação, limpeza e desinfecção dos ambientes hospitalares.
  • Lavagem das mãos: Ignaz Semmelweis mostrou sua importância em 1847. O uso de antissépticos se popularizou no fim do século XIX.
  • Uso de luvas e máscaras: Adotado a partir da década de 1900, principalmente em centros cirúrgicos.
  • Antibioticoprofilaxia e terapia: A partir dos anos 1950, antibioticoterapia passou a ser usada para prevenir e tratar infecções cirúrgicas.
  • Programas de controle: A partir da década de 1960 surgiram nos EUA os primeiros programas para vigilância, prevenção e controle de infecções hospitalares.
 
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Papel do estado e autoridades sanitárias


O estado e as autoridades de saúde pública têm um papel fundamental na regulação, fiscalização e condução de políticas de prevenção e controle de infecções hospitalares. Algumas das principais ações incluem:

  • Legislação: Leis e normas para regular a prevenção e o controle de infecções nos serviços de saúde, como o uso de precauções padrão e isolamento de pacientes.
  • Agências reguladoras: Órgãos responsáveis por inspecionar as instituições de saúde e garantir o cumprimento das normas de prevenção e controle de infecções.
  • Programas nacionais: Coordenação de estratégias nacionais para a vigilância epidemiológica, prevenção e controle de infecções hospitalares.
  • Diretrizes e manuais: Elaboração de diretrizes e manuais com protocolos técnicos e orientações para os profissionais de saúde.
  • Formação e educação: Capacitação dos profissionais de saúde sobre medidas de controle de infecções. Campanhas educativas para pacientes e população em geral.
  • Pesquisa: Financiamento de pesquisas sobre prevenção e tratamento de infecções hospitalares.
  • Dados e estatísticas: Coleta e análise de dados epidemiológicos para orientar as políticas públicas e alocação de recursos.

Situação atual e desafios


Nas últimas décadas, muitos países fizeram progressos significativos na prevenção e controle de infecções hospitalares. No entanto, elas continuam sendo um problema relevante em todo o mundo.


Nos EUA, estima-se que 5% dos pacientes internados em hospitais contraem algum tipo de infecção hospitalar. No Reino Unido, afetam cerca de 300 mil pacientes por ano. No Brasil, a incidência média é de 14,4 infecções a cada 100 pacientes, com taxas de letalidade de até 25%.

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Entre os principais desafios atuais estão:


  • Disseminação de bactérias multirresistentes, mais difíceis de tratar.
  • Envelhecimento da população e aumento de doenças crônicas, que requerem hospitalizações frequentes.
  • Novos patógenos emergentes, como as cepas de Influenza, SARS e MERS.
  • Limitações de infraestrutura e recursos em hospitais de países em desenvolvimento.
  • Falhas na adesão aos procedimentos de prevenção por parte de profissionais e pacientes.

Para enfrentar esses desafios, é essencial fortalecer os programas de controle de infecções hospitalares, com ênfase em medidas básicas como higiene de mãos e ambiente limpo, além de práticas baseadas em evidências e novas tecnologias. O engajamento de governos, instituições de saúde e sociedade será crucial para avançar no controle das infecções hospitalares.

Conclusão

As infecções hospitalares acompanham a história dos hospitais, trazendo riscos significativos para os pacientes. Ao longo do tempo, diversas medidas foram adotadas para prevenir e controlar essas infecções, cabendo um papel fundamental ao estado e autoridades sanitárias na condução de políticas e regulamentação da área.

Apesar dos avanços, as infecções hospitalares seguem como um desafio mundial, agravado pela resistência antimicrobiana. Serão necessários esforços contínuos em pesquisa, prevenção, tratamento e governança para proteger a segurança dos pacientes nos ambientes hospitalares. O compromisso conjunto do estado, profissionais de saúde, gestores e sociedade será decisivo para garantir que os hospitais curem, em vez de adoecer.


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