Ao contrário da mentira de Ortega, a Comissão Europeia tem feito esforços para evitar causar danos à população.
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| Sanções contra a Nicarágua, a repetida mentira de Daniel Ortega para atacar a UE |
Daniel Ortega mentiu durante seu discurso de 19 de julho , quando acusou o Parlamento Europeu de exigir “sanções” e “raios” contra a Nicarágua, alegando ainda que esse pedido de sanções foi resultado de sua recusa em condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia durante a recente cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada em Bruxelas, na Bélgica.
Falando a uma reduzida audiência de simpatizantes, Ortega afirmou: “o Parlamento Europeu diz coisas terríveis contra a Nicarágua, contra nós, e pede mais sanções à Nicarágua. Da União Europeia também há vozes violentas contra a Venezuela, falando em tentar impedir o presidente Nicolás Maduro de vir à reunião, sob ameaça de detenção”.
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O regime nicaraguense mantém uma campanha sustentada contra a suposta intervenção em seus assuntos internos, usando sua “soberania” para justificar a repressão interna contra os cidadãos nicaragüenses que criticam os governantes.
Em 15 de junho, os deputados europeus realmente se pronunciaram a favor de novas sanções contra Ortega, seu círculo íntimo e os juízes e promotores. Eles não estavam falando sobre sanções contra o país; até o momento, as medidas europeias foram dirigidas apenas a altos funcionários nicaragüenses.
Em 14 de outubro de 2022, a UE estendeu por mais um ano suas sanções contra a família e o círculo íntimo de Ortega, incluindo sua esposa e primeira-dama Rosario Murillo, seus filhos – Camila, Laureano e Juan Carlos Ortega Murillo – o presidente da Assembleia Nacional da Nicarágua, Gustavo Porras, a presidente da Suprema Corte, Alba Luz Ramos, e o assessor presidencial Bayardo Arce, entre outros.
Em comunicado à imprensa, o Parlamento Europeu condenou os abusos dos direitos humanos perpetrados na Nicarágua desde abril de 2018. Não se trata de um fenômeno isolado, denunciaram, mas de um esforço conjunto para desmantelar a separação de poderes, as garantias democráticas e concentrar todo o poder nas mãos de Ortega e Murillo.
“Os deputados europeus lamentam a contínua instrumentalização do sistema judicial pelo regime e a cumplicidade dos juízes. Diante disso, pedem que a lista de sanções impostas pela União Europeia seja ampliada para incluir juízes e promotores, além do próprio presidente Ortega e seu círculo íntimo”, exigiram os deputados.
Os responsáveis europeus condenaram ainda o banimento e cassação da nacionalidade que o regime impôs aos 222 ex-presos políticos. Esses membros da oposição foram declarados “traidores” pela Assembleia Nacional da Nicarágua, controlada por Ortega, uma classificação que a assembleia então usou para rescindir seus direitos civis e políticos. Além de condenar essas ações, os deputados europeus pediram a libertação imediata de monsenhor Rolando Alvarez, condenado a 26 anos e quatro meses de prisão, depois de se recusar a aceitar o exílio forçado que a ditadura impôs aos demais presos políticos.
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Evitando danos ao povo nicaragüense
Ao contrário da mentira de Ortega, a Comissão Europeia tem feito esforços para evitar causar danos à população. Por causa disso, eles se opuseram à suspensão da Nicarágua do Acordo de Associação UE-América Central.
“Se suspendêssemos essas atividades, os primeiros a sofrer seriam os cidadãos comuns, que já estão sofrendo muito sob o regime de Ortega”, disse Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia, à Radio France International em 12 de julho.
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Em seus discursos, Ortega costuma declarar que a Europa não perdeu sua essência “colonialista” e “escravagista”. Ele repetiu isso em 11 de janeiro de 2022, quando assumiu seu quarto mandato consecutivo no governo após uma eleição fraudulenta realizada sem competição política viável devido à repressão e prisão de seus rivais.
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