Vacinas: 10 bilhões de doses, mas o que vem a seguir?

Esse número inclui qualquer uma das mais de 20 vacinas aprovadas em todo o mundo . É "inédito" e "o esforço contínuo é inspirador", resume na revista Nature a vice-presidente do Centro para o Desenvolvimento Global, Amanda Glassman, com sede em Washington.

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Mas na África , enquanto isso , apenas 16% da população do continente recebeu uma dose (ou mais). Os países ricos fizeram doações, mas os suprimentos chegam tarde demais para o prazo de validade ou não podem ser distribuídos a tempo por falta de pessoal de saúde necessário .

Além disso, a ultrapassagem do limite de 10 bilhões ocorre em um momento em que surgem dúvidas sobre a eficácia a longo prazo da estratégia atual e quando todos os tipos de pesquisa estão se abrindo para uma nova geração de vacinas. Novas vacinas que podem em teoria , visar mais partes do vírus , em vez de apenas a proteína spike que permite que ele entre em nossas células: novamente em teoria, essa estratégia permitiria vacinas eficazes contra futuras variantes do vírus.

Ao mesmo tempo, o levantamento de patentes também seria uma vantagem nesse novo contexto , caso permitisse que mais países fabricassem essas vacinas, atuais ou futuras. Nesse sentido, pesquisadores de uma empresa de biotecnologia sul-africana acabam de anunciar que estão quase completando uma “cópia” da vacina da Moderna.

Esse avanço veio na esteira de uma iniciativa de transferência de tecnologia patrocinada desde o verão de 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de aumentar as capacidades de fabricação de vacinas nos chamados países de “baixa e média renda”. 

Para esta iniciativa, a OMS pediu a participação da Pfizer e da Moderna, mas não obteve resposta. No entanto, a direção da Moderna já havia concordado em tornar públicas as informações sobre a fabricação de sua vacina e havia garantido , a partir do final de 2020, que não tomaria providências para defender sua patente.

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