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Brasil : a luta contra malária no povo indígena Yanomami

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 Ações estratégicas de combate ao mosquito transmissor da malária estão sendo intensificadas no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI). 

Yanomami
Yanomami e seu filho, junho de 1997(foto wikipedia)


O distrito elaborou o Plano de Ação de Controle Emergencial da Malária, que já está sendo realizado em dez Pólos de Base, onde a investigação epidemiológica apontou os locais com maior incidência da doença.

A redução dos casos de malária é uma das metas pactuadas no Plano Distrital de Saúde Indígena Yanomami, formulado pelo DSEI, com apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). “Essa ação é para os dez Pólos da Base prioritários de acordo com a estratificação epidemiológica, mas abrange todo o distrito. Estamos nos articulando com todos os setores para ampliar e cobrir as metas pactuadas no plano ”, afirma Pedro Galdino, chefe da Divisão de Saúde Indígena (DIASI) do DSEI Yanomami.

O plano inclui estratégias de combate à transmissão da malária e ações de prevenção nas comunidades da Terra Indígena Yanomami. O DSEI vem realizando testes populacionais para identificar onde estão as principais fontes de transmissão. Testes em massa são realizados desde 2019 e mais de 100.000 lâminas de amostras de sangue foram coletadas para investigação epidemiológica da malária e diagnóstico precoce. Além da busca ativa de casos positivos, as equipes orientam sobre ações preventivas e educativas com apoio de intérpretes indígenas.

Além disso, estão sendo distribuídas redes mosquiteiras com inseticidas de longa duração do Ministério da Saúde. Aproximadamente 1.500 redes mosquiteiras foram instaladas nas aldeias apenas este ano. Esses aparelhos protegem contra diversos insetos que também transmitem outras doenças, como dengue e febre amarela.

Os agentes de combate às endemias estão pulverizando as xaponas (casas de palha), borrifando névoa na área externa às aldeias e drenando poças de água parada que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor. Neste ano, o DSEI também contratou mais seis agentes e um farmacêutico para reforçar uma equipe de 48 profissionais que atuam no controle de doenças tropicais.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Por meio do exame laboratorial de gota grossa, com o auxílio de um microscópio, é possível identificar, entre os quatro tipos de malária, que infectaram o paciente. O tratamento com antimaláricos é iniciado imediatamente pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena com medicamentos supervisionados do Sistema Único de Saúde (SUS).

A malária é uma doença tropical causada pelo protozoário plasmódio que infecta o mosquito Anopheles. A doença é transmitida aos humanos pela picada de uma fêmea do mosquito. A melhor forma de prevenção é proteger-se do inseto, ao entardecer e ao amanhecer, e controlar a circulação dos vetores de transmissão. Não é uma doença contagiosa, sendo transmitida exclusivamente pelo sangue. Existem quatro tipos de malária, sendo o falciparum o caso mais grave.

O DSEI Yanomami atende a mais de 28 mil indígenas em plena floresta amazônica, na divisa de Roraima com o Amazonas, na divisa com a Venezuela. O distrito conta com mais de 700 profissionais de saúde atuando em visitas domiciliares e em 78 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) de 37 Centros de Base e uma Casa de Apoio à Saúde Indígena Yanomami (CASAI).

Em 2020, para combater a pandemia, o Ministério da Saúde repassou mais de R $ 113 milhões ao distrito Yanomami para reforçar a atenção básica, saneamento, contratação de profissionais e compra de suprimentos e materiais médico-hospitalares.

VACINAÇÃO INDÍGENA

Paralelamente às ações de combate à malária, o DSEI Yanomami intensificou a cobertura vacinal em 19 aldeias contra doenças imunopreveníveis por meio da Campanha Mês da Vacinação dos Povos Indígenas, realizada entre abril e maio. O distrito busca atingir a imunização de 87,5% do público-alvo, meta estipulada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para 2021.

A campanha é uma estratégia utilizada para intensificar a vacinação em áreas indígenas com o objetivo de ampliar a imunização, principalmente em áreas de difícil acesso e baixa cobertura vacinal para doenças como rubéola, sarampo, entre outras. Em 2020, a meta era de 86% e o DSEI Yanomami atingiu 92,6% do público-alvo.

Apesar da dificuldade de acesso às aldeias em meio às florestas, o DSEI já imunizou contra a Covid-19, até o momento, 79% dos indígenas maiores de 18 anos, cadastrados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS) e especificidades da ADPF 709, e cerca de 58% com a segunda dose. As equipes ficam de 15 a 30 dias na área e, somente quando retornam à sede do DSEI, com acesso à internet, os dados são inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).

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