Conheço melhor, evidentemente, as razões por trás da forte queda da taxa de homicídios em São Paulo. Essencialmente, a base comum de dados das duas polícias, o diagnóstico e o planejamento das ações policiais em todo o estado, os investimentos continuados em transporte, tecnologia e inteligência, o maior índice de prisões de criminosos, a qualidade dos sistemas de formação e treinamento dos policiais, a “despartidarização” crescente dos sistemas de alocação e promoção de pessoal e as ações sociais desenvolvidas entre prefeituras e governo do Estado com instituições não governamentais.
A parceria do poder público com a sociedade na campanha de desarmamento e em ações sociais dirigidas às comunidades mais vitimizadas teve seu melhor exemplo no caso do Jardim Ângela: bairro da periferia da capital que chegou a ser estigmatizado como o local “mais violento do mundo” – com taxas acima de 100 homicídios por 100 mil habitantes – e que hoje ostenta a taxa de 15%, muito abaixo da média brasileira.
Por último e não menos importante, há o fator da continuidade (sem continuísmo…) da política estadual de segurança, que tem rumo; por isso permite eliminar de forma gradual e constante os principais pontos de estrangulamento da qualidade do sistema. Apesar de que muito foi feito, há ainda muito por fazer. Mas as melhoras obtidas criam, sem dúvida, a possibilidade de um círculo virtuoso, a ser aproveitado pelos governantes.
Fonte:Site de José Serra
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