Empresa afirma que há açaí contaminado no Estado. Fruta seria uma das causas da propagação da doença, diz a Saúde Pública da Capital
Açaí contaminado pode estar em circulação no Estado; secretário alerta para
risco de epidemia
O surto de toxoplasmose que tomou conta da Capital, conforme anúncio feito pela Secretaria Municipal de Saúde, na semana passada, deixou os cuiabanos em estado de alerta, principalmente quanto ao consumo do açaí. Alguns pacientes confirmaram ter consumido a fruta, antes de apresentarem sinais da doença.
Apesar de não ser a principal causa de propagação da doença, a população passou a ver o consumo da fruta com receio. Segundo Márcio Aguiar, do Açaí do Mato, loja de produtos naturais que comercializa a fruta em Cuiabá, a preocupação é compreensível, pois há açaís contaminados em circulação no
mercado mato-grossense.
Aguiar disse ao MidiaNews que já tinha conhecimento da manipulação de açaí contaminado no mercado, pouco antes da propagação da doença, anunciada pela Secretaria Municipal de Saúde, na semana passada.
Segundo ele, a culpa é de comerciantes, que não respeitam os consumidores e compram a fruta sem checar a procedência. Aguiar ressaltou que a fruta contaminada está vindo, principalmente, do Estado de Roraima, no Norte do País.
Além disso, a má manipulação da fruta, na preparação do famoso creme de açaí, também contribui para a propagação da doença, de acordo com Aguiar.
Transmissão
Apesar de alguns relatos coincidirem com o consumo do açaí, a gerente de Vigilância de Doença Transmissíveis da Secretaria de Saúde de Cuiabá, FláviaGuimarães, ressaltou que a principal forma de contaminação é pela ingestão do cisto do toxoplasma.
Essa ingestão pode ser feita por meio do consumo de carne crua, mal passada ou mal cozida (principalmente, de porco e carneiro), ou por algum alimento ou água que esteja contaminado, principalmente quando em contato com as fezes de gatos mais novos, que são os hospedeiros mais comuns da doença.
A higiene está sendo o principal foco de alerta da secretaria, que deverá orientar a população a seguir uma série de medidas de controle, a fim de evitar a doença.
Entre elas, estão o consumo de carnes bem passadas e de água e alimentos de procedência segura, eliminar as fezes de gatos em lixo seguro e lavar as mãos, após mexer com carne crua, terra ou areia.
Ações
Flávia Guimarães disse ao MidiaNews que os casos de toxoplasmose na Capital ainda estão sob investigação e não aumentaram os números de pessoas contaminadas, até o momento.
Segundo ela, a Secretaria continua aguardando os relatórios solicitados aos laboratórios e a Vigilância Sanitária já está inspecionando os estabelecimentos relacionados a produtos ou serviços passíveis de atuarem
como fonte de contaminação.
Alguns pacientes sintomáticos disseram ter consumido açaí dias antes da manifestação dos sintomas da doença e em lugares distintos, o que gerou uma dúvida na Vigilância Sanitária sobre a possibilidade de o consumo da fruta estar ligado à propagação da toxoplasmose.
Em nota oficial, a empresa Açaí do Mato ressalta seu tempo de mercado e afirma não trabalhar com produtos contaminados.
Confira abaixo a nota enviada pela empresa:
Desde o início de nossas atividades, em 2009, o Açaí do Mato é conhecido no mercado por oferecer produtos de alta qualidade. Em esclarecimento aos casos de toxoplasmose identificados na cidade e relacionados ao açaí, queremos deixar claro que nenhum cliente que consumiu e consome nossos produtos
apresentou qualquer tipo de sintoma.
O creme de açaí que servimos para você é feito com polpas devidamente processadas, dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade que atendem a órgãos de fiscalização como o Ministério da Agricultura do Brasil, o FDA (Estados Unidos) e o European Food Safety Authority (EFSA).
O Açaí do Mato, preocupado com a sua saúde, alerta para a necessidade de saber a procedência do produto no consumo do açaí. Como qualquer outro tipo de alimento, o açaí deve ser manipulado dentro dos mais rigorosos processos sanitários, como é feito aqui no açaí do mato, com as máquinas mais modernas disponíveis do mercado.
Promed.org,Midianews
